Diante
da publicação da revista americana Cell, que noticiou que cientistas da Oregon
Health and Science University tinham obtido a primeira clonagem de células-mãe
embrionárias "com fins terapêuticos", é importante destacar a posição
da Igreja Católica quanto ao progresso da ciência e ao uso de embriões em
testes para a cura de doenças.
O
presidente da Comissão Arquidiocesana de Promoção e Defesa da Vida, Dom Antonio
Augusto Dias Duarte, foi enfático ao afirmar que “não se pode considerar a
pessoa humana como um meio de comercialização” e fez questão de ressaltar que é
papel dos cientistas agirem de forma ética:
— Todo o
progresso da ciência não tem sentido se não for, justamente, para colaborar com
o crescimento. Não necessariamente numérico, mas com o crescimento do homem
como homem, como pessoa humana. Dentro desse progresso da ciência e da
tecnologia, tanto da parte dos cientistas como da parte daqueles que utilizam
esse conhecimento, cabe, logicamente, uma posição ética, e não só técnica.
Então, é preciso desenvolver todo esse progresso da ciência, levando em
consideração que existem pessoas que promovem o progresso e outras que se
beneficiam do progresso, afirmou.
Mas, o que é a clonagem terapêutica?
A clonagem terapêutica, ou transferência nuclear de células somáticas (TNCS, na sigla em inglês), parte do mesmo principio que foi utilizado para criar a ovelha Dolly, famosa por ter sido clonada em 1996. Uma célula de tecido do corpo de um doador, ― da pele, por exemplo, ― é fundida com um óvulo não fertilizado, cujo núcleo foi removido. Os óvulos recebem estímulos elétricos para se dividirem em novas células, o que normalmente só aconteceria após a fecundação. Dessa forma, a célula-ovo resultante reprograma o DNA da célula doadora.
A questão em si
A clonagem terapêutica, ou transferência nuclear de células somáticas (TNCS, na sigla em inglês), parte do mesmo principio que foi utilizado para criar a ovelha Dolly, famosa por ter sido clonada em 1996. Uma célula de tecido do corpo de um doador, ― da pele, por exemplo, ― é fundida com um óvulo não fertilizado, cujo núcleo foi removido. Os óvulos recebem estímulos elétricos para se dividirem em novas células, o que normalmente só aconteceria após a fecundação. Dessa forma, a célula-ovo resultante reprograma o DNA da célula doadora.
A questão em si
Conforme
a publicação, o líder da pesquisa, Shoukhrat Mitalipov, rechaçou as
preocupações éticas sobre os embriões produzidos e indicou que estes não são o
equivalente a um ser humano, já que não foram fertilizados naturalmente,
conforme o declarou ao meio de comunicação norte-americano National Public
Radio.
Porém,
Dom Antonio afirmou que na clonagem, por haver um padrão genético, o óvulo já
constitui uma pessoa, mesmo a fertilização tendo acontecido em laboratório:
— Uma
vez que tem um padrão genético, aquele óvulo é semelhante ao óvulo fecundado;
portanto, havendo as condições materiais, Deus cria uma alma para aquela pessoa
e ela passa a existir. Então não é apenas uma simples célula embrionária, é uma
pessoa que vai ser utilizada como um produto laboratorial para curar doenças.
Isso não se pode fazer nem com pessoas adultas: utilizá-las como objeto,
advertiu.
Pessoa ou produto?
Pessoa ou produto?
O Bispo
comparou a situação em questão, mostrando a diferença do que acontece, por
exemplo, quando se trata de transplante de órgãos para salvar a vida de uma
outra pessoa.
— Quando se trata de órgãos vitais, após a morte da pessoa, só é possível o transplante desde que ela deixe um testamento ou se houver a autorização dos pais. O que é muito diferente, já que aquela pessoa deu algum destino para seus órgãos depois da morte. Ela agiu com liberdade, e não tratou a si própria como se fosse um simples remédio que se produz em laboratório, se transporta com uma logística e se armazena em uma farmácia e se vende, esclareceu.
Igreja e ciência: Pelo bem integral da humanidade
— Quando se trata de órgãos vitais, após a morte da pessoa, só é possível o transplante desde que ela deixe um testamento ou se houver a autorização dos pais. O que é muito diferente, já que aquela pessoa deu algum destino para seus órgãos depois da morte. Ela agiu com liberdade, e não tratou a si própria como se fosse um simples remédio que se produz em laboratório, se transporta com uma logística e se armazena em uma farmácia e se vende, esclareceu.
Igreja e ciência: Pelo bem integral da humanidade
Dom
Antonio lembrou ainda que a Igreja não é contra o progresso da ciência, mas sim
a favor do bom uso dela, sem abrir mão da ética e da coerência, contribuindo para
a dignidade da pessoa humana:
— É
importante fazer o progresso da ciência não para destruir, mas sim para
contribuir para o bem integral da humanidade. (...) O trabalho é digno à medida
que ele dignifica o homem e à medida em que visa o bem da humanidade, senão o
trabalho pode perder o seu sentido e transformar-se numa arma que, ao invés de
construir, destrói. (...) A Igreja não está indo contra a tecnologia, mas está
defendendo valores inestimáveis, não só da vida, mas também da união, destacou.
O Bispo
ainda fez questão de destacar que muitas vezes a sociedade acaba percebendo
essas pesquisas como finalizadas e por isso críveis, quando, na realidade, elas
estão em fase experimental:
— Temos muitas experiências mundiais que se buscam soluções pelos caminhos mais diretos e fáceis. E isso traz consigo grandes danos para a humanidade, advertiu.
Ele também pediu a atenção para o fato de que, neste campo das pesquisas, a evolução não cessa e que já existem trabalhos
— Temos muitas experiências mundiais que se buscam soluções pelos caminhos mais diretos e fáceis. E isso traz consigo grandes danos para a humanidade, advertiu.
Ele também pediu a atenção para o fato de que, neste campo das pesquisas, a evolução não cessa e que já existem trabalhos
como o
do japonês Shinya Yamanaka, que, em 2006, criou um método segundo o qual é
possível reprogramar células da pele para que adquiram as mesmas
características de uma célula-tronco embrionária, descartando assim a
necessidade de recorrer a embriões e à clonagem:
— Hoje em dia, muitos cientistas não se preocupam mais com essas pesquisas envolvendo células-tronco embrionárias, uma vez que existe essa pesquisa do Yamanaka. Isso sim é fazer uma medicina regenerativa sem precisar lesar a pessoa humana e nem tampouco, o que é comum na época embrionária, matar as pessoas, comemorou.
— Hoje em dia, muitos cientistas não se preocupam mais com essas pesquisas envolvendo células-tronco embrionárias, uma vez que existe essa pesquisa do Yamanaka. Isso sim é fazer uma medicina regenerativa sem precisar lesar a pessoa humana e nem tampouco, o que é comum na época embrionária, matar as pessoas, comemorou.
Fonte: www.arqrio.org
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