Todos nós desejamos ser
homens e mulheres cheios da graça de Deus. Jesus, o Verbo encarnado, fez-se
homem para que nós possamos, sem medo, viver aquilo que o Bom Deus nos chama a
viver. Ele fez-se homem para que nós, tornando-nos homens e mulheres cheios de
Sua graça, sejamos santos. Mas como foi que Jesus viveu esse “ser cheio de
graça”, que nós tanto desejamos?
A Palavra nos diz,
contando sobre o crescimento de Jesus, que Ele “ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de
Deus repousava nele” (cf. Lc 2, 40). Jesus cresceu em graça, sabedoria e
fortaleza, sim; no entanto, “sendo Ele
de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus” (cf. Fl 2,
6). Ele escolheu um caminho, uma via para crescer na graça, na sabedoria e na
fortaleza, e assim, aponta-nos esse mesmo caminho: o fazer-se pequeno. Isso se confirma em alguns versículos à frente,
ainda no capítulo 2 do Evangelho segundo São Lucas: “Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso” (cf. Lc 2, 51). Sendo submisso a Nossa
Senhora e a São José, Jesus fazia-se pequeno, e dessa forma Ele “crescia em estatura, em sabedoria e graça,
diante de Deus e dos homens” (cf. Lc 2, 52). Jesus aponta-nos, com isso,
que ser pequeno é o caminho para crescer em graça diante de Deus: o “ser
pequeno” antecede - e é necessário - para que aconteça o “ser cheio de graça”.
Jesus, o modelo de
pequenez, nos aponta também outra realidade: sim, precisamos ser pequenos para
sermos cheios de graça. No entanto, em muitas vezes não conseguimos ser
pequenos. Ao contrário: na maioria das vezes empenhamos nossos esforços em
sermos grandes. Mas eis a graça que o Senhor nos concede: Jesus ia crescendo em
graça habitando com Nossa Senhora,
Ele habitava com Maria. Do alto da cruz, Jesus nos dá Maria por nossa Mãe. O
que devemos fazer? Aderir à atitude de São João e recebê-la como nossa (cf. Jo
19, 2). Na casa de Maria nós seremos formados, educados na pequenez, pois ela é fôrma de Cristo e também mestra da pequenez. Além disso, ela é cheia de
graça (cf. Lc 1, 28). Maria nos ensinará a amar, ou seja, a servir, que é
antídoto para que vençamos o desejo de querer ser grande. Ela também nos
ensinará a olhar para nós mesmos e reconhecermos o que somos assim como ela
reconhece sua pequenez no seu Magnificat (cf. Lc 1,48).
Portanto, que nós
possamos tomar posse da maternidade de Maria, sermos educados por essa Mãe dos
Pequenos, para que também nós sejamos, como Cristo foi e também ela, homens e
mulheres cheios de graça, e com isso, santos!