Para Deus nada é impossível


Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel, porque Deus está conosco. (Is 7,14; 8,10).

O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria O anjo entrou onde ela estava e disse: 'Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!' (...) Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim'(...) Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, porque para Deus nada é impossível'. Maria, então, disse: 'Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!' E o anjo retirou-se. (Lc 1, 26-28. 31-33.36-38).

Deus se encarnou! Deus se fez homem! Deus se fez pequeno! Para ficar comigo. Para ficar contigo!

“... porque para Deus nada é impossível" (Lc 1,37).

 
Paz e Bem.

Quando não conseguimos


Depois disso, houve uma festa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Há em Jerusalém, junto à porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, que tem cinco pórticos. Nestes pórticos jazia um grande número de enfermos, de cegos, de coxos e de paralíticos, que esperavam o movimento da água. [Pois de tempos em tempos um anjo do Senhor descia ao tanque e a água se punha em movimento. E o primeiro que entrasse no tanque, depois da agitação da água, ficava curado de qualquer doença que tivesse.] Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. Vendo-o deitado e sabendo que já havia muito tempo que estava enfermo, perguntou-lhe Jesus: Queres ficar curado? O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; enquanto vou, já outro desceu antes de mim. Ordenou-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda. No mesmo instante, aquele homem ficou curado, tomou o seu leito e foi andando (Jo 5,1-9).

Como é bom saber que quando, por algum motivo, não conseguimos caminhar em busca de uma vida saudável, quando não conseguimos avançar para chegar à cura, Jesus nos vê e faz a cura chegar até nós.

Paz e Bem.

São José - Debaixo do plano da salvação


Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa (Mt 1,18-21.24).

São José, homem justo, secretamente rejeitou receber Maria como esposa, e assim rejeitava também o plano de Deus para sua vida. Mas sendo dócil ao que Deus lhe falou através do anjo, renunciou sua própria vontade para assumir aquilo que era vontade de Deus.

Que bom ver no pai adotivo de Jesus realidades tão humanas. Mas que bom ver em Deus o carinho em não rejeitar ou desistir do homem, mesmo quando este rejeita o seu plano.

A incapacidade humana não pode impedir a ação salvadora de Deus. Que nosso coração seja como o de São José que, sendo dócil às orientações de Deus, se deixa vencer e se coloca debaixo do plano da salvação.

Paz e Bem.

GPS – Destino: Felicidade


Podemos dizer que nos dias de hoje é impossível viver sem tecnologia. Podemos achar, por exemplo, o quanto é extraordinário ser orientado por um GPS pelos caminhos que devemos trilhar para chegarmos a determinados destinos. No entanto, há muito tempo atrás, Deus já fazia isso!

Foi esta a única ordem que lhes dei: escutai minha voz: serei vosso Deus e vós sereis o meu povo; segui sempre a senda que vos indicar, a fim de que sejais felizes (Jr 7,23).


Porque nos ama, Deus nos orienta o caminho, nos indica a senda, para um destino que não poderia ser outro: a felicidade!

Portanto, não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus (Sl 94)! Pois a felicidade é o destino que Ele tem para você!

Que GPS poderia nos levar a um lugar melhor?

Paz e Bem.

Jesus é a fonte


Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. (Sl 41, 3 a).

Quem pode saciar a nossa sede de verdadeiro amor? Quem pode saciar nossa sede de imortalidade? Quem pode saciar nossa sede de justiça? Quem pode saciar nossa sede de paz? Jesus mesmo responde dizendo: “o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede. Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna” (Jo 4,14). Só Jesus é a fonte que nos pode saciar!

Paz e Bem.

As mulheres e a Igreja

O cristianismo desde suas origens sempre atraiu grande número de mulheres, e essas foram fundamentais para sua expansão, pois como diz o sociólogo americano Rodney Stark (2003): “uma das raízes que sustenta a expansão cristã é a caridade, sua maior virtude e a outra são as mulheres”. São muitos os exemplos de grandes homens que se converteram através de mulheres, como exemplo, podemos citar: Santo Agostinho, deveu sua conversão às orações de sua mãe, Santa Mônica e Constantino, primeiro imperador a permitir o culto cristão no império, que se converteu graças a sua mulher.

Na história do cristianismo ainda fica em evidência a grande quantidade de santas e de mártires, mulheres que morreram por amor a Igreja, mulheres que viveram a sua fé até o fim.

Se isso ainda não bastasse temos o fato que será o catolicismo a promover a autonomia das mulheres. Autonomia? Sim, é essa palavra mesmo, pois aonde mais, mulheres poderiam autogovernar comunidades religiosas? Na idade média, haviam hospitais, conventos e orfanatos todos mantidos por mulheres, isso nunca havia sido visto no mundo antigo, segundo Robert Phillips (2004).

Nesse período também se pode citar a coroação das rainhas, feita com a mesma dignidade dos reis, no caso da ausência desses, elas que exerciam o poder. Também temos o papel importante que algumas tiveram na história. Exemplo: Isabel I de Castela, a católica, que teve como um de seus feitos ter apoiado a expedição de Colombo. Outro exemplo que se pode citar, agora na idade moderna, é aqui no Brasil, a princesa Isabel, reconhecida católica, que teve como um de seus feitos a luta pela abolição dos escravos.

Por conta dessa valorização dada as mulheres pela Igreja, muitas desempenharam um notável papel. No período medieval temos a abadessa Heloísa do mosteiro do paráclito no século XII. Ela administrava um vasto território, e era reconhecida pela sua erudição. A abadessa Herrade de Landsberg, por exemplo, é autora da mais conhecida enciclopédia do século XII cujo título é “Hortus deliciarum” (jardim de delícias). Como exemplos contemporâneos temos: A grande Madre Teresa de Calcutá, um mulher incrível que viveu a serviço do evangelho e Zilda Arns fundadora da pastoral da criança, que também fez uma grande obra na Igreja e morreu a serviço do Evangelho.


Diante dessa breve exposição, torna-se evidente o quanto as mulheres foram e são importantes. Poderíamos aqui citar inúmeros exemplos de mulheres que continuam a dar o seu sim a Deus tal como fez Maria e temos certeza que você leitor também conhece inúmeras outras “Marias”.

Deixamos para reflexão algumas palavras do Beato João Paulo II, retiradas de uma carta* que fez destinada às mulheres:

“(...) Estou convencido, porém, que o segredo para percorrer diligentemente a estrada do pleno respeito da identidade feminina não passa só pela denúncia, apesar de necessária, das discriminações e das injustiças, mas também, e sobretudo, por um eficaz e claro projeto de promoção, que englobe todos os âmbitos da vida feminina, a partir de uma renovada e universal tomada de consciência da dignidade da mulher. Ao reconhecimento desta, não obstante os múltiplos condicionalismos históricos, leva-nos a própria razão, que capta a lei de Deus inscrita no coração de cada homem. Mas é sobretudo a Palavra de Deus, que nos permite identificar com clareza o radical fundamento antropológico da dignidade da mulher, apontando-o no desígnio de Deus sobre a humanidade.

7. Permiti-me, pois, caríssimas irmãs, que juntamente convosco, medite uma vez mais aquela página bíblica maravilhosa que mostra a criação do homem, e na qual se exprime bem a vossa dignidade e missão no mundo.

O Livro do Gênesis fala da criação, de modo sintético e com linguagem poética e simbólica, mas profundamente verdadeira: « Deus criou o homem à sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou varão e mulher » (Gn 1, 27). O ato criador de Deus desenvolve-se segundo um preciso projeto. Antes de mais, diz que o homem é criado « à imagem e semelhança de Deus » (cf. Gn 1, 26), expressão que esclarece logo a peculiaridade do homem no conjunto da obra da criação.
Depois, diz que ele, desde o início, é criado como « varão e mulher » (Gn 1, 27). A mesma Sagrada Escritura fornece a interpretação deste dado: o homem, mesmo encontrando-se rodeado pelas inumeráveis criaturas do mundo visível, dá-se conta de estar só (cf. Gn 2, 20). Deus intervém para fazê-lo sair desta situação de solidão: « Não é conveniente que o homem esteja só; vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele » (Gn 2, 18). Portanto, na criação da mulher está inscrito, desde o início, o princípio do auxílio: auxílio — note-se — não unilateral, mas recíproco. A mulher é o complemento do homem, como o homem é o complemento da mulher: mulher e homem são entre si complementares. A feminilidade realiza o « humano » tanto como a masculinidade, mas com uma modulação distinta e complementar.

Quando o Gênesis fala de « auxiliar », não se refere só ao âmbito do agir, mas também do ser. Feminilidade e masculinidade são entre si complementares, não só do ponto de vista físico e psíquico, mas também ontológico. Só mediante a duplicidade do « masculino » e do « feminino », é que o « humano » se realiza plenamente.

8. Depois de criar o homem, varão e mulher, Deus diz a ambos: « Enchei e dominai a terra » (Gn 1, 28). Não lhes confere só o poder de procriar para perpetuar no tempo o gênero humano, mas confia-lhes também a terra como tarefa, comprometendo-os a administrar os seus recursos com responsabilidade. O homem, ser livre e racional, é chamado a transformar a face da terra. Nesta tarefa, que é essencialmente a obra da cultura, tanto o homem como a mulher têm, desde o início, igual responsabilidade. Na sua reciprocidade esponsal e fecunda, na sua tarefa comum de dominar e submeter a terra, a mulher e o homem não refletem uma igualdade estática e niveladora, mas tampouco comportam uma diferença abissal e inexoravelmente conflituosa: a sua relação mais natural, conforme ao desígnio de Deus, é a « unidade dos dois », ou seja, uma « unidualidade » relacional, que permite a cada um de sentir a relação interpessoal e recíproca como um dom enriquecedor e responsabilizador.

A esta « unidade dos dois », está confiada por Deus não só a obra da procriação e a vida da família, mas a construção mesma da história. Se durante o Ano Internacional da Família, celebrado em 1994, a atenção se concentrou sobre a mulher como mãe, a Conferência de Pequim torna-se ocasião propícia para uma nova tomada de consciência da múltipla contribuição que a mulher oferece à vida inteira das sociedades e nações. É uma contribuição, inicialmente de natureza espiritual e cultural, mas também sócio-política e econômica. Devem realmente muito ao subsídio da mulher, os vários sectores da sociedade, os Estados, as culturas nacionais, e, em última análise, o progresso de todo o gênero humano!”


*’Carta de João Paulo II, às os mulheres’
Fonte: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/letters/documents/hf_jp-ii_let_29061995_women_po.html

Cardeal Rylko e os preparativos para JMJ com as Novas Comunidades e Movimentos

Confira na íntegra as palavras do Cardeal Stanilaw Rylko, Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos (PCL - Vaticano).




Paz e Bem !

Rochedo perene


Tende sempre confiança no Senhor, porque o Senhor é o rochedo perene (Is 26,4).

Jesus Cristo é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda eternidade (Hb 13,8). Jesus é eterno, Ele é perene! Portanto, em nossa humanidade abalável, coloquemos nossa fé em Jesus, o rochedo eterno e inabalável que nos concede a vida eterna.

Paz e Bem.

Cardeal Stanisław Ryłko - Encontro com os representantes dos movimentos e novas comunidades

Pronunciamento do Cardeal Stanisław Ryłko, Presidente Pontifício Conselho para os Leigos, na ocasião do encontro com os representantes dos movimentos e novas comunidades

Estou muito feliz de poder encontrar-vos no contexto desta reunião de preparação para o grande encontro do Papa com os jovens em julho de 2013 aqui, no Rio de Janeiro. Desde as origens das Jornadas Mundiais da Juventude os movimentos eclesiais e as novas comunidades têm um papel muito importante na preparação e na realização deste evento, cuja instituição foi, sem dúvida, uma das grandes escolhas proféticas do beato João Paulo II. Ele iniciou assim uma aventura espiritual que envolveu milhões de jovens de todos os continentes.

A história destes encontros dos jovens do mundo inteiro com o Sucessor de Pedro já tem mais de vinte e cinco anos. Neste período, as Jmj’s tornaram-se um poderoso instrumento de evangelização do mundo dos jovens e de diálogo com as jovens gerações. Como escreveu o papa Wojtyła, «a Igreja tem tantas coisas para dizer aos jovens e os jovens têm tantas coisas a dizer à Igreja».[1] Cada Jmj é uma epifania de uma Igreja que não envelhece, que é sempre jovem, porque Cristo é sempre jovem e sempre jovem é o seu Evangelho. A epifania de uma Igreja que – para a surpresa de todos – redescobre de um modo sempre novo a sua extraordinária força atrativa e agregativa também em relação às jovens gerações. As Jornadas mundiais da juventude representam realmente um dom providencial do Espírito Santo pra toda a Igreja, um novo sopro de esperança.

Um quarto de século após a Jmj realizada em Buenos Aires, este grande evento retorna ao continente Latino-americano. É um momento significativo para poder fazer uma revisão sintética dos frutos até então recolhidos. Quantas mudanças de vida aconteceram após as Jmj’s! Quais importantes descobertas para as vidas dos jovens! A descoberta de Cristo: Caminho, Verdade e Vida; a descoberta da Igreja como mãe e mestra e como “companhia de amigos” (Bento XVI), que sustenta no caminho da existência; a descoberta do Sucessor de Pedro como guia seguro e amigo em quem se pode confiar. Para tantos jovens a Jmj tornou-se uma espécie de “laboratório da fé”, como gostava muito de defini-la o papa Wojtyła, lugar onde redescobrir uma religiosidade que não se opõe com o “ser jovem”. Há quem afirme que no mundo dos jovens esteja acontecendo uma “revolução silenciosa”, cujo motor propulsor sejam exatamente as Jmj’s.[2] E, sem dúvida, graças às Jornadas mundiais da juventude, a Igreja reencontrou, às portas do terceiro milênio, seu rosto jovem, o rosto do entusiasmo e de uma renovada coragem. A história das Jmj’s é a fascinante história do nascimento de uma nova geração de jovens, a “geração Jmj”.[3] São os jovens do “sim” a Cristo e da adesão convicta à Igreja e ao Papa. João Paulo II chamava-os “sentinelas da manhã” (Roma 2000), “povo das bem-aventuranças” (Toronto 2002) e Bento XVI, “profetas de uma nova era”, “mensageiros do amor de Deus” (Sydney 2008).

A próxima Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em julho de 2013, será a segunda visita do Santo Padre Bento XVI ao Brasil. A primeira foi por ocasião da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, em Aparecida 2007. Pouco tempo depois, comentando sua experiência no Brasil, ele afirmava: «Fui ao Brasil sabendo como se expandem as seitas e como a Igreja parece um pouco esclerotizada; mas quando cheguei vi que quase todos os dias no Brasil nasce uma nova comunidade religiosa, nasce um novo movimento, não crescem só seitas. Cresce a Igreja com novas realidades cheias de vitalidade, não a ponto de encher as estatísticas esta é uma esperança falsa, a estatística não é a nossa divindade mas crescem nos ânimos e geram a alegria da fé, geram a presença do Evangelho, geram assim também verdadeiro desenvolvimento do mundo e da sociedade»[4]. 

No contexto da Igreja presente no Brasil e na América Latina, portanto, os movimentos eclesiais e novas comunidades têm se tornado, para milhões de jovens, autênticas fontes nas quais experimentaram uma renovação de sua fé. Após a Conferência de Aparecida, a Igreja Latino-americana está vivendo um período de forte e novo despertar missionário, através do empenho na “Missão continental”. E sem dúvida um papel significativo em tal missão diz respeito seja aos movimentos e novas comunidades quanto aos jovens. Uma concreta linha de ação apresentada pelo documento final da V Conferência do Episcopado Latino-americano é a renovação da opção preferencial pelos jovens na pastoral e a importância de se privilegiar, na pastoral juvenil, os processos de educação e de amadurecimento na fé como resposta de sentido, orientação da vida e garantia de compromisso missionário (cfr. n. 446).

Neste sentido, as Jmj’s devem impulsionar a pastoral juvenil ordinária a um esforço paciente e perseverante de iniciação cristã e de educação das jovens gerações à fé. Educar os jovens à fé é um dos grandes desafios que a Igreja latino-americana está enfrentando para fazer frente à perigosa difusão das seitas que se nutrem da ignorância religiosa de muitos católicos. Assim, por trás de cada Jmj há e deve haver sempre o trabalho pastoral de dioceses e paróquias, mas também a obra  educativa de associações e movimentos eclesiais. As Jmj’s devem ser preparadas e devem ter um seguimento em comunidades cristãs vivas. É necessário dar juntos continuidade ao evento na vida ordinária dos jovens, ajudando-os a “digerir” os conteúdos da Jmj a fim que sejam alimento para suas vidas.

Os itinerários propostos pelos movimentos e novas comunidades confirmam a afirmação do Santo Padre de que «no início do ser cristão não se encontra uma decisão ética ou uma grande idéia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá à vida um novo horizonte e com isto a decisão decisiva».[5] Sendo assim, a tarefa específica de quem evangeliza os jovens é anunciar-lhes Jesus Cristo. E os jovens esperam sobretudo isto. Não aceitam moralismos, nem estão dispostos a deixar-se subornar com pílulas de pseudo-sabedoria humana ou réplicas dos doutos discursos socioculturais que já enchem as páginas dos jornais. Cristo não deve ser nunca um pretexto para falar aos jovens de outras coisas, de coisas que se pensa serem para eles mais interessantes e atrativas. Cristo deve estar no centro! A tarefa do evangelizador é aquela de ajudar cada jovem a encontrar Cristo redentor!” Deste encontro nasce sempre um impulso missionário: «Ide... Sereis minhas testemunhas!...» (traditio - redditio). E neste específico âmbito, os carismas dos movimentos eclesiais e das novas comunidades geraram itinerários pedagógicos de extraordinária força persuasiva.

Durante a solene abertura do seu pontificado Bento XVI dizia: « Não há nada mais belo do que ser alcançados, surpreendidos pelo Evangelho, por Cristo. Não há nada de mais belo do que conhecê-Lo e comunicar com os outros a Sua amizade. ».[6] E alguns dias antes da Jmj celebrada em Colônia, a um jornalista que lhe perguntava «Santidade, o que gostaria de modo especial de transmitir aos jovens que estão chegando do mundo inteiro?», ele respondeu: «Queria convencer estes jovens que é belo ser cristãos!». A  beleza da fé é um tema que retorna muitas vezes nos discursos deste Papa: «As nossas crianças, adolescentes e jovens têm necessidade, de viver a fé como alegria, de saborear aquela serenidade profunda que nasce do encontro com o Senhor [...]  fonte da alegria cristã é esta certeza de sermos amados por Deus».[7] Eis, assim, a meta da pastoral juvenil: fazer conhecer aos jovens a beleza da fé em Jesus Cristo.

A experiência das Jornadas Mundiais da Juventude, assim como a dos movimentos e novas comunidades ensinam que o encontro pessoal com Cristo é sempre inseparável do encontro com a sua Igreja. Seguir Jesus na fé quer dizer caminhar com Ele na comunhão da Igreja. Não se pode separar Cristo da sua Igreja! O Papa Bento XVI é muito claro a respeito: «Peço-vos, queridos amigos, que ameis a Igreja, que vos gerou na fé, que vos ajudou a conhecer melhor Cristo, que vos fez descobrir a beleza do Seu amor. Para o crescimento da vossa amizade com Cristo é fundamental reconhecer a importância da vossa feliz inserção nas paróquias, comunidades e movimentos».[8] Ele afirma ainda que nas Jmj’s os jovens “vêm que não estão sozinhos, que existe uma grande rede de fé, uma enorme comunidade de crentes no mundo, que é bom viver nesta amizade universal”.[9] Apesar das diversas línguas, culturas, todos se sentem profundamente unidos e parte de uma grande família espiritual e isto dá uma grande força à sua fé.

Por fim, não podemos esquecer que participar das Jornadas Mundiais da Juventude significa assumir a responsabilidade das consequências daquilo que nestas foi semeado, seja por parte dos responsáveis da pastoral juvenil nas Igrejas locais, nas paróquias, seja nas associações juvenis e nos movimentos eclesiais. Após a Jmj de Madri, já se passaram vários meses. Tenho certeza que tantos bons frutos cresceram na vida de muitos jovens que participaram do evento... Mas a grande aventura espiritual das Jmj’s não para. Já iniciamos o caminho rumo a Rio 2013. Em nome do Santo Padre agradeço-vos por tudo o que já fazeis pela evangelização do mundo juvenil. E digo-vos novamente: a Igreja conta convosco em todo este processo de preparação missionária à JMJ. Tenho certeza que será um tempo de graça especial para a Igreja do Brasil, da América Latina e para as vossas comunidades e movimentos.

Referencias
[1] JOÃO PAULO II, Exortação apostólica Christifideles laici, n. 46.
[2] Cfr F. Garelli, La sensibilità religiosa emergente, in: F. Garelli-R. Ferrero Camoletto (a cura di), Una spiritualità in movimento, Messaggero di S. Antonio Editrice, Padova 2003, p. 267 [nossa tradução].
[3] Cfr M. Muolo, Generazione GMG, Ancora Editrice, Milano 2011 [nossa tradução].
[4] Bento XVI, Encontro com o clero das dioceses de Belluno-Feltre e Treviso, 24 de julho de 2007.
[5] Bento XVI, Carta encíclica Deus caritas est, n. 1.
[6] Bento XVI, Homilia durante a solene concelebração eucarística para o início do ministério petrino, 24 de abril de 2005.
[7] Bento XVI, Discurso aos participantes no Congresso eclesial da diocese de Roma, 5 de junho de 2006.
[8] Bento XVI, Celebração  eucarística conclusiva da Jornada Mundial da Juventude de Madri 2011, 21 de agosto de 2011.
[9] Bento XVI, Entrevista concedida aos jornalistas durante a viagem para Madri, 18 de agosto de 2011.
Fonte: www.rio2013.com/pt/noticias/detalhes/227/encontro-com-os-representantes-dos-movimentos-e-novas-comunidade