O sacerdote sirva a sua comunidade com amor, senão não serve – o Papa Francisco na audiência geral

Nesta quarta-feira foi com frio que um enorme calor humano recebeu o Papa Francisco para a audiência geral. Dezenas de milhares de peregrinos saudaram e ouviram o Santo Padre. Hoje a catequese foi sobre o Sacramento da Ordem:
A Ordem compreendida nos três graus de episcopado, presbiterado e diaconado, é o Sacramento que habilita ao exercício do ministério, confiado pelo Senhor Jesus aos Apóstolos de apascentar as suas ovelhas, no poder do seu Espírito e segundo o seu coração.”
“O sacerdote deve apascentar com amor, se não o faz com amor não serve.”
O Santo Padre apresentou três aspetos importantes sobre o Sacramento da Ordem:
“Um primeiro aspeto. Aqueles que são ordenados são postos à cabeça da comunidade. À cabeça, para Jesus, significa pôr a própria autoridade ao serviço, como Ele próprio mostrou e ensinou aos discípulos com estas palavras: ‘Vós sabeis que os governantes das nações dominam e os chefes oprimem-nas. Entre vós não será assim; mas quem quiser tornar-se grande entre vós, será vosso servidor e quem quer ser o primeiro entre vós será escravo. Como o Filho do Homem que não veio para ser servido mas para servir e dar a própria vida por resgate de muitos.”
A Ordem – disse o Papa – torna capaz de apascentar o rebanho de Jesus, com a força do seu Espírito e segundo o seu coração. Na verdade, o ministro ordenado é posto à cabeça da comunidade, mas devemos entender este ato de presidir como serviço: «Quem no meio de vós quiser ser o primeiro – ensinou Jesus – seja vosso servo».
“Uma outra caraterística que deriva sempre da questão sacramental com Cristo é o amor apaixonado pela Igreja.”
Em virtude da Ordem – continuou o Santo Padre – o ministro dedica-se inteiramente à própria comunidade e ama-a com todo o seu coração: é ela a sua família, que deve amar com amor apaixonado. Isto, porém, sem ceder à tentação de a considerar como sua propriedade.
“Um último aspecto, o apóstolo Paulo recomenda ao seu discípulo Timóteo que não se canse de reavivar o dom que está nele, recebido pela imposição das mãos.”

O Papa Francisco reforçou a ideia de que o ministro ordenado precisa de contínua conversão e assídua entrega à misericórdia de Deus; e esta entrega é a sua força e também um válido exemplo que pode oferecer aos irmãos da sua comunidade.
No final da catequese o Papa Francisco pediu ao Senhor que nunca faltem nas nossas comunidades pastores autênticos e exortou os jovens a discernirem no seu coração o chamamento de Deus para uma vida de serviço total aos outros como sacerdotes.
O Santo Padre saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“Queridos amigos de língua portuguesa, que hoje tomais parte neste Encontro com o Sucessor de Pedro: Obrigado pela vossa presença e sobretudo pelas vossas orações! A todos saúdo, especialmente ao grupo de Brasília, encorajando-vos a apostar em ideais grandes de serviço, que engrandecem o coração e tornam fecundos os vossos talentos. Sobre vós e vossas famílias desça a Bênção do Senhor!”

Fonte : http://www.news.va/pt/news/o-sacerdote-sirva-a-sua-comunidade-com-amor-senao

YouCat Online – Morte e ressurreição. Porque Jesus escolheu a Páscoa?



95 - Porque escolheu Jesus a ocasião da festa da Páscoa judaica para a Sua morte e a Sua ressurreição?

Jesus escolheu a festa da Páscoa do Seu povo Israel para indicar simbolicamente o que aconteceria na Sua morte e na Sua ressurreição: tal como o povo de Israel foi libertado da escravidão do Egito, também Cristo nos libertaria da escravidão do pecado e do poder da morte. [571-573]

A festa da Páscoa era a festa da libertação de Israel do cativeiro no Egito. Jesus foi a Jerusalém para nos libertar de uma forma ainda mais profunda. Ele celebrou a ceia pascal com os Seus discípulos; em vez, contudo, de imolar o tradicional cordeiro pascal, converteu-Se Ele próprio em cordeiro sacrificial. Como «nosso cordeiro pascal, Jesus foi imolado» (1Cor 5,7), para estabelecer, de uma vez por todas,  a definitiva reconciliação entre Deus e a humanidade. -> 171

Ele dizia: «Vede que subimos para Jerusalém e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas. Vão condená-l'O à morte e entregá-l'O aos gentios; hão-de escarnecê-l'O, cuspir-Lhe, açoitá-l'O e dar-Lhe a morte, Mas ao terceiro dia ressuscitará.» Mc 19,32,33




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Os verdadeiros adoradores

"Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja" (João 4, 23).

Muitos de nós, mesmo depois de um encontro com Jesus, onde Ele nos concede a água viva, desanimamos na fé. Mas Deus nos chama a sermos seus adoradores. Não podemos buscá-Lo de qualquer forma. A cada dia devemos voltar ao poço para beber dessa água. Devemos voltar a buscar uma vida de santidade, de conversão, de renúncia, de oração. Só assim, seremos os adoradores que o Pai precisa. Só com Ele podemos viver em paz conosco e com os irmãos.

Que nesta quaresma, possamos buscar a santidade e examinar nossa vida para que nossas atitudes e pensamentos sejam uma verdadeira adoração a Deus.

A pobreza que enriquece

A mensagem do Papa Francisco para quaresma desse ano parte de uma reflexão de uma passagem de São Paulo “Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza”. (2 Cor 8,9)

Nosso Deus por amor a nós veio ao nosso encontro, se rebaixou a nós, se fez pequeno, igual a nós em tudo, exceto no pecado. O papa nos recorda que a finalidade de Jesus fazer isso não é a pobreza em si mesmo, mas como diz São Paulo “para vos enriquecer com a sua pobreza”. É a lógica do amor de Deus, ele faz primeiro. Jesus nos ensina pela sua pequenez como devemos ser e agir, pois nosso rebaixamento elevará a outros.

Quaresma é um tempo mais que especial para vivermos essa realidade como diz o santo padre ”A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói”.

Que possamos viver esse tempo nos fazendo servos dos irmãos, amando e elevando a diginidade do próximo. E que em nossas atitudes o amor de Deus venha florescer no coração de todas as pessoas.

YouCat Online -- Os judeus foram culpados pela morte de Jesus?



97 - Porventura os judeus foram culpados da morte de Jesus?

"Os judeus " não devem ser coletivamente culpados pela morte de Jesus. O que a Igreja confessa com firmeza é, pelo contrário, a cumplicidade de todos os pecadores na morte de Jesus. [597-598]

O idoso profeta Simeão previu que Jesus seria «um sinal de contradição» (Lc 2,34). E, de fato, ocorreu uma decisiva rejeição de Jesus pela autoridades judaicas, embora entre os fariseus, por exemplo, se achassem clandestinos simpatizantes de Jesus, como Nicodemos e José de Arimateia. Tomaram parte no processo de Jesus diversos romanos e judeus, tanto pessoas como instituições (Caifás, Judas, o sinédrio, Herodes, Pôncio Pilatos), cuja culpa individual só Deus conhece. A tese de que todos os judeus, contemporâneos a Jesus ou a nós, são culpados da morte de Jesus é absurda e biblicamente insustentável. -> 135

Os demônios não são os que O crucificaram, mas tu, que, juntamente com eles, O crucificaste e continuamente crucificas quando te comprazes nos vícios e no pecado. São Francisco de Assis



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Escutar a voz de Jesus, pede Papa no Angelus

Neste domingo, 16, Segundo Domingo da Quaresma, Papa Francisco reuniu-se com os fiéis na Praça São Pedro para rezar o Angelus. Em suas palavras antes da oração, ele enfatizou a necessidade de ouvir a Palavra de Deus e transmiti-la aos outros.
O Santo Padre recordou o episódio da Transfiguração de Cristo na montanha, presente no Evangelho do dia. A montanha, segundo o Papa, representa o lugar da proximidade com Deus e do encontro íntimo com Ele. E do alto da montanha, os discípulos ouviram a voz de Deus, que proclama Jesus seu Filho amado dizendo: “Escutai-o” (v.5)
“É muito importante este convite do Pai. Nós, discípulos de Jesus, somos chamados a ser pessoas que escutam a sua voz e levam a sério suas palavras. Para escutar Jesus, é preciso segui-Lo, como faziam as multidões do Evangelho”.
O Santo Padre também disse que se escuta Jesus em Sua Palavra escrita, de forma que é importante ler o Evangelho. Ele perguntou aos presentes na Praça quem tem o costume de fazê-lo e sugeriu que todos levem sempre consigo uma pequena edição dos Evangelhos, lendo um pequeno trecho todos os dias.
Retomando o acontecimento da Transfiguração, o Papa citou dois elementos significativos que sintetizou em duas palavras: subida e descida. Ele explicou que é preciso subir a montanha em silêncio para encontrar a si mesmo e perceber melhor a voz do Senhor. Mas não se pode permanecer ali, é preciso descer para encontrar os irmãos necessitados.
“A estes nossos irmãos que estão em dificuldade, somos chamados a levar os frutos da experiência que fizemos com Deus, partilhando com eles os tesouros de graça recebidos. (…) Quando ouvimos a palavra de Jesus e a temos no coração, esta palavra cresce. E sabem como cresce? Dando-a aos outros”.
Francisco finalizou suas reflexões pedindo a orientação de Maria para que os fiéis prossigam com fé e generosidade o caminho da Quaresma, aprendendo a “subir” com a oração e a “descer” com a caridade fraterna anunciando Jesus.

Um ano de pontificado do Papa Francisco

Hoje a Igreja comemora um ano de pontificado do Papa Francisco. O inicio deste pontificado é marcado pelo seu carisma. Nós, como Igreja aprendemos a amar nosso novo pastor. Papa Francisco prega insistentemente sobre a cultura do encontro, sobre a Igreja que sai, em especial na direção daqueles que mais precisam. Seus ensinamentos também são expressos por atitudes, pois ele mesmo vai ao encontro.

Vivemos isso intensamente na Jornada Mundial da Juventude. Tantas pessoas tocou, abraçou, beijou. Nos sentimos muito mais próximos à Ele. Em seus pronunciamentos na Jornada, nas homilias, catequeses, pudemos conhecer ainda mais sobre Sua Santidade: didático, direto, profundo, ele fala ao nosso coração. Em especial na jornada, experimentamos aquilo que os discípulos de Emaús viveram : “Diziam então um para o outro : Não se nos abrasava o coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava a escritura?” ( Lc 24, 32).

Nesse primeiro ano ainda nos presenteou com a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium , A Alegria do Evangelho. Esta exorta-nos, para que vivamos na alegria, o evangelho nos chama a isso, pois anunciar a boa nova é um motivo sempre de grande alegria. Também somos convocados a sermos cada vez mais uma Igreja missionária.

Diante de tudo que já podemos colher do pontificado do papa Francisco, como presente, rendemos Graças a Deus por tê-lo escolhido a essa missão. A Deus confiamos sua vida e também à intercessão da Virgem Maria, todos os demais anos que Deus aprouver ao nosso papa.

Urgente: Congresso pode aprovar a ideologia de gênero como meta da educação


A Câmara dos Deputados pretende aprovar, no dia 19 de março, a ideologia de gênero como diretriz da educação nacional. Isso significa uma distorção da obra criadora, homem e mulher, para os nossos pequenos o que nos faz entender facilmente os graves perigos e consequências caso seja aprovado.
Em publicações anteriores também tratamos desse tema, no período estava em votação no senado, que acabou por votá-lo retirando do texto qualquer menção a gênero e orientação sexual.
Dessa vez o Plano Nacional de Educação se encaminha para votação na câmara dos deputados e infelizmente vários deputados afirmaram que são a favor da obrigatoriedade do ensino de gênero, identidade de gênero e da orientação sexual para alunos a partir dos 6 anos de idade e, já avisaram que vão rejeitar o texto aprovado no Senado Federal , não podemos ficar de braços cruzados , como da outra vez precisamos dizer aos nossos representantes a nossa posição . 

 A ideologia de gênero afirma que o comportamento masculino e feminino das pessoas não é decorrente do sexo biológico, mas da identidade de gênero, que é resultado de uma convenção social imposta sobre os indivíduos. Introduzir os conceitos de igualdade de gênero e orientação sexual como metas da educação nacional significa que caberá aos professores libertar os alunos de sua supostamente inexistente sexualidade para que possam livremente adotar as mais diversas identidades de gênero. Com isto os professores poderão desempenhar a missão de libertar também os jovens da estrutura supostamente opressora da família quando ela é entendida como uma instituição originária da união entre um homem e uma mulher.

Deixamos aqui um link do site do Padre Paulo Ricardo, onde você encontrará muito mais informações sobre o tema , acesse se informe , divulgue esse conhecimento e aja em favor de nossas crianças.
Também colocamos abaixo os telefones e emails dos deputados, liguemos, enchamos suas caixas de e-mail, digamos a eles que rejeitamos a ideologia de gênero.



Dados dos deputados
Deputado Relator
Demais Deputados da Comissão Especial
Marcos Montes PSD/MG: (61) 3215-5334 / (61) 3215-2334 / dep.marcosmontes@camara.leg.br
Antônio Roberto PV/MG: (61) 3215-5736 / (61) 3215-2736 / dep.antonioroberto@camara.leg.br
Efraim Filho DEM/PB: (61) 3215-5744 / (61) 3215-2744 / dep.efraimfilho@camara.leg.br
Professora Dorinha Rezende DEM/TO: (61) 3215-5432 / (61) 3215-2432 /dep.professoradorinhaseabrarezende@camara.leg.br
Leopoldo Meyer PSB/PR: (61) 3215-5233 / (61) 3215-2233 / dep.leopoldomeyer@camara.leg.br
Alex Canziani PTB/PR: (61) 3215-5842 / (61) 3215-2842 / dep.alexcanziani@camara.leg.br
Lista de e-mails dos deputados da comissão especial
Lideranças dos partidos

YouCat Online – Por que motivo Jesus foi condenado à morte?



96 - Por que motivo foi condenado à morte de cruz um homem de paz como Jesus?

Jesus colocou os Seus contemporâneos perante uma questão decisiva: ou Ele agia com total poder divino, ou não passava de um vigarista, blasfemo e fora-da-lei, que, segundo a lei, devia ser levado à justiça. [574-576]

Em múltiplos sentidos, Jesus era uma singular provocação ao Judaísmo tradicional do Seu tempo: perdoou pecados, o que apenas Deus podia fazer; relativizou o preceito do Sábado; expôs-Se à suspeita de blasfêmia e atraiu a Si a censura de ser um falso profeta. A lei previa a pena capital para todos estes delitos. 


Quando chegou a hora, Jesus sentou-Se à mesa com os Seus Apóstolos e disse-lhes; «Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de padecer; pois digo-vos que não tornarei a comê-la, até que se realize plenamente no Reino de Deus.»



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Poder te chamar de Pai.


“(...) vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais.”  (Mt 6,8)


Meu Deus, hoje posso não ter forças para Te pedir algo. Hoje não consigo ter vontade para Te pedir algo, por mais que eu pense precisar. Mas quero, acreditando como um pequeno filhinho de colo, poder Te chamar de Pai.

Se realmente eu for como uma criancinha, não será necessário mais nada.


Amém!

Conduzidos pelo Espírito

"O Espírito conduziu Jesus ao deserto,para ser tentado pelo diabo. Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites" (Mt 4, 1-2).

Celebramos o primeiro domingo da quaresma. Neste tempo, a Igreja nos chama ao jejum, oração, reflexão e mudança de vida. Jesus, retirou-se no deserto, lugar de preparação do coração e de escuta de Deus. Ele entregou-se totalmente ao Espirito Santo e nao se rendeu as tentações, porque havia um plano de amor do Pai preparado para Ele. 

Que nesta quaresma, não rejeitemos nossos desertos, mas que sigamos o exemplo de Jesus e nos deixemos guiar pelo Espirito.

Você é nosso convidado!


A importância do jejum

Essa prática deve ser acompanhada de mudança de vida
A Igreja chama o jejum, a esmola e a oração de “remédios contra o pecado”; pois cada uma dessas atividades, a seu modo, nos ajudam a vencer o maior mal deste mundo, o pecado. A oração nos fortalece em Deus; a esmola (obras de caridade) “cobre uma multidão de pecados”; e o jejum fortalece o nosso espírito contra as tentações da carne e do espírito e nos liberta e abre para os valores superiores da alma.
“Ordenai um jejum” (cf. Jl. 1, 14). São as palavras que ouvimos na primeira leitura da Quarta-feira de Cinzas, quando começa a Quaresma. O jejum no tempo quaresmal é também a expressão da nossa solidariedade com Cristo, preso, torturado, flagelado, coroado de espinhos, condenado à morte, crucificado e morto.
Ao jejuar devemos concentrar-nos não só na prática da abstenção do alimento ou das bebidas, mas no significado mais profundo desta prática. O alimento e as bebidas são indispensáveis para o homem viver, disso se serve e deve servir-se, mas não lhe é lícito abusar, seja da forma que for. O jejum tem como finalidade nos levar a um equilíbrio necessário e ao desprendimento daquilo que podemos chamar de “atitude consumística”, característica da nossa civilização.
O homem orientado para os bens materiais, muitas vezes, abusa deles. Hoje, busca-se, acima de tudo, a satisfação dos sentidos, a excitação que disso deriva, o prazer momentâneo e a multiplicidade cada vez maior de sensações. E isso acaba gerando um vazio no coração do homem moderno; pois sem Deus ele não pode se satisfazer. O barulho do mundo e o prazer das criaturas não conseguem preencher o seu coração.
A criança hoje (e também muitos adultos) vive de sensações, procura sensações sempre novas… E torna-se assim, sem se dar conta, escrava desta paixão atual; a vontade fica presa ao hábito, a que não sabe se opor.
O jejum nos ajuda a aprender a renunciar a alguma coisa. Ele nos faz capazes de dizer “não” a nós mesmos, e nos abre aos valores mais nobres de nossa alma: a espiritualidade, a reflexão, a vontade consciente. Essa prática nos coloca de pé e de cabeça para cima. Há muitos que caminham de cabeça para baixo; isso acontece quando o corpo comanda o espírito e o esmaga. É o prazer do corpo que o comanda e não a vontade do espírito.
É preciso entender que a renúncia às sensações, aos estímulos, aos prazeres e ainda ao alimento ou às bebidas, não é um fim em si mesmo, mas apenas um “meio” que deve apenas preparar o caminho para conquistas mais profundas. A renúncia do alimento deve servir para criar em nós condições para podermos viver os valores superiores. Por isso o jejum não pode ser algo triste, enfadonho, mas uma atividade feliz que nos liberta.
Os Padres da Igreja davam grande valor ao jejum. Diz, por exemplo, São Pedro Crisólogo (†451): “O jejum é paz do corpo, força dos espíritos e vigor das almas” e ainda: “O jejum é o leme da vida humana e governa todo o navio do nosso corpo” (Sermão VII: sobre o jejum, 3.1).
Santo Ambrósio (†397) diz: “A tua carne está-te sujeita (…): Não sigas as solicitações ilícitas, mas refreia-as algum tanto, mesmo no que diz respeito às coisas lícitas. De fato, quem não se abstém de nenhuma das coisas lícitas, está também perto das ilícitas» (Sermão sobre a utilidade do jejum, III. V. VII). Até escritores que não pertencem ao Cristianismo declaram a mesma verdade. Esta é de alcance universal. Faz parte da sabedoria universal da vida.
O Mahatma Gandhi dizia:
“O jejum é a oração mais dolorosa e também a mais sincera”. “Cada jejum é a oração intensa, purificação do pensamento, impulso da alma para a vida divina, a fim de nela se perder”. “O jejum é para a alma o que os olhos são para o corpo”. (Toschi, Tomas – Gandhi mensagem para hoje, Editora mundo 3, pag. 97, SP, 1977).
O jejum confere à oração maior eficácia. Por ele o homem descobre, de fato, que é mais “senhor de si mesmo” e que se tornou interiormente livre. E se dá conta de que a conversão e o encontro com Deus, por meio da oração, frutificam nele.
Assim, essa atividade não é algo que sobrou de uma prática religiosa dos séculos passados, mas é também indispensável ao homem de hoje, aos cristãos do nosso tempo.
A Bíblia recomenda muito o jejum, tanto o Antigo como o Novo Testamento; Jesus o realizou por quarenta dias no deserto antes de enfrentar o demônio e começar a vida pública; e muito o recomendou. “Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum” (Mt 17,20).
“Boa coisa é a oração acompanhada de jejum, e a esmola é preferível aos tesouros de ouro escondidos” (Tb 12,8).
O nosso jejum deve ser acompanhado de mudança de vida, de conversão, de arrependimento dos pecados e volta para Deus. O profeta Isaías chamava a atenção do povo para isso:
“De que serve jejuar, se com isso não vos importais? E mortificar-nos, se nisso não prestais atenção? É que no dia de vosso jejum, só cuidais de vossos negócios, e oprimis todos os vossos operários”. Passais vosso jejum em disputas e altercações, ferindo com o punho o pobre. Não é jejuando assim que fareis chegar lá em cima vossa voz. O jejum que me agrada porventura consiste em o homem mortificar-se por um dia? Curvar a cabeça como um junco, deitar sobre o saco e a cinza? Podeis chamar isso um jejum, um dia agradável ao Senhor? Sabeis qual é o jejum que eu aprecio? – diz o Senhor Deus: É romper as cadeias injustas, desatar as cordas do jugo, mandar embora livres os oprimidos, e quebrar toda espécie de jugo” (Is 58,3-6).
Cada um de nós tem a própria individualidade; por isso, cada um deve realizar a forma de jejum que mais lhe seja adequada. Este livro prático do monsenhor Jonas Abib, sobre o jejum, ajudará você a buscar a forma correta de viver esta prática espiritual tão importante.

Fonte: http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2014/01/27/a-importancia-do-jejum-2/#more-9369

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma

Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9)
 
Queridos irmãos e irmãs!
 
Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões com a esperança de que possam servir para o caminho pessoal e comunitário de conversão. Como motivo inspirador tomei a seguinte frase de São Paulo: «Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza» (2 Cor 8, 9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a serem generosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à pobreza, a uma vida pobre em sentido evangélico?
 
A graça de Cristo
Tais palavras dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de Deus. Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo, mas com os da fragilidade e da pobreza: «sendo rico, Se fez pobre por vós». Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, «esvaziou-Se», para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2, 7; Heb 4, 15). A encarnação de Deus é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez connosco. Na realidade, Jesus «trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado» (CONC. ECUM. VAT. II, Const. past. Gaudium et spes, 22).
 
A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si mesma, mas – como diz São Paulo – «para vos enriquecer com a sua pobreza». Não se trata dum jogo de palavras, duma frase sensacional. Pelo contrário, é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica da Encarnação e da Cruz. Deus não fez cair do alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo com piedade filantrópica. Não é assim o amor de Cristo! Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Batista para O batizar, não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo para se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carregar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da nossa miséria. Faz impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da sua pobreza. E todavia São Paulo conhece bem a «insondável riqueza de Cristo» (Ef 3, 8), «herdeiro de todas as coisas» (Heb 1, 2).
 
Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano com o homem abandonado meio morto na berma da estrada (cf. Lc 10, 25-37). Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seu amor e da sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é a prerrogativa soberana deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu «jugo suave» (cf. Mt 11, 30), convida-nos a enriquecer-nos com esta sua «rica pobreza» e «pobre riqueza», a partilhar com Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogénito (cf. Rm 8, 29).
 
Foi dito que a única verdadeira tristeza é não ser santos (Léon Bloy); poder-se-ia dizer também que só há uma verdadeira miséria: é não viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo.
 
O nosso testemunho
Poderíamos pensar que este «caminho» da pobreza fora o de Jesus, mas não o nosso: nós, que viemos depois d'Ele, podemos salvar o mundo com meios humanos adequados. Isto não é verdade. Em cada época e lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo por meio da pobreza de Cristo, que Se faz pobre nos Sacramentos, na Palavra e na sua Igreja, que é um povo de pobres. A riqueza de Deus não pode passar através da nossa riqueza, mas sempre e apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária, animada pelo Espírito de Cristo.
 
À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos, somos chamados a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar concretamente para as aliviar. A miséria não coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança. Podemos distinguir três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual. A miséria material é a que habitualmente designamos por pobreza e atinge todos aqueles que vivem numa condição indigna da pessoa humana: privados dos direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade como o alimento, a água, as condições higiênicas, o trabalho, a possibilidade de progresso e de crescimento cultural. Perante esta miséria, a Igreja oferece o seu serviço, a sua diaconia, para ir ao encontro das necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo; amando e ajudando os pobres, amamos e servimos Cristo.
 
O nosso compromisso orienta-se também para fazer com que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor à exigência duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha.
 
Não menos preocupante é a miséria moral, que consiste em tornar-se escravo do vício e do pecado. Quantas famílias vivem na angústia, porque algum dos seus membros – frequentemente jovem – se deixou subjugar pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida; sem perspectivas de futuro, perderam a esperança! E quantas pessoas se vêem constrangidas a tal miséria por condições sociais injustas, por falta de trabalho que as priva da dignidade de poderem trazer o pão para casa, por falta de igualdade nos direitos à educação e à saúde. Nestes casos, a miséria moral pode-se justamente chamar um suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que é causa também de ruína econômica, anda sempre associada com a miséria espiritual, que nos atinge quando nos afastamos de Deus e recusamos o seu amor. Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a mão, porque nos consideramos auto-suficientes, vamos a caminho da falência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus.
 
O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna. O Senhor convida-nos a sermos jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir esta boa nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão. Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor. Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de evangelização e promoção humana.
 
Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida em que estivermos configurados com Cristo, que Se fez pobre e nos enriqueceu com a sua pobreza. A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói.
 
Pedimos a graça do Espírito Santo que nos permita ser «tidos por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6, 10). Que Ele sustente estes nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia. Com estes votos, asseguro a minha oração para que cada crente e cada comunidade eclesial percorra frutuosamente o itinerário quaresmal, e peço-vos que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!