Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma de 2012


 
«Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras»
(Heb 10, 24)


Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma de 2012


Irmãos e irmãs!

A Quaresma oferece-nos a oportunidade de refletir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal.

Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da » (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre atual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.

1. «Prestemos atenção»: a responsabilidade pelo irmão.

O primeiro elemento é o convite a «prestar atenção»: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a «observar» as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e, todavia, são objeto de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da mesma Carta aos Hebreus, quando convida a «considerar Jesus» (3, 1) como o Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela «esfera privada». Também hoje ressoa, com vigor, a voz do Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9), para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o fato de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão. O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo atual sofre sobretudo de falta de fraternidade: «O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo» (Carta enc. Populorum progressio, 66).

A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem existe e vence, porque Deus é «bom e faz o bem» (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, «passam ao largo» do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de «prestar atenção», de olhar com amor e compaixão. O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. Diversamente, a humildade de coração e a experiência pessoal do sofrimento podem, precisamente, revelar-se fonte de um despertar interior para a compaixão e a empatia: «O justo conhece a causa dos pobres, porém o ímpio não o compreende» (Prov 29, 7). Deste modo entende-se a bem-aventurança «dos que choram» (Mt 5, 4), isto é, de quantos são capazes de sair de si mesmos porque se comoveram com o sofrimento alheio. O encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança.

O fato de «prestar atenção» ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo recordar um aspecto da vida cristã que me parece esquecido: a correção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje se é muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro. Lemos na Sagrada Escritura: «Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber» (Prov 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um pecado (cf. Mt 18, 15). O verbo usado para exprimir a correção fraterna – elenchein – é o mesmo que indica a missão profética, própria dos cristãos, de denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal (cf. Ef 5, 11). A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a advertência cristã nunca há de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: «Se porventura um homem for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser tentado» (Gl 6, 1). Neste nosso mundo impregnado de individualismo, é necessário redescobrir a importância da correção fraterna, para caminharmos juntos para a santidade. É que «sete vezes cai o justo» (Prov 24, 16) – diz a Escritura –, e todos nós somos frágeis e imperfeitos (cf. 1 Jo 1, 8). Por isso, é um grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais retamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com cada um de nós.

2. «Uns aos outros»: o dom da reciprocidade.

O fato de sermos o «guarda» dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de considerá-la na sua perspectiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como a atual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O apóstolo Paulo convida a procurar o que «leva à paz e à edificação mútua» (Rm 14, 19), favorecendo o «próximo no bem, em ordem à construção da comunidade» (Rm 15, 2), sem buscar «o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos» (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.

Os discípulos do Senhor, unidos a Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação. Tocamos aqui um elemento muito profundo da comunhão: a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que «os membros tenham a mesma solicitude uns para com os outros» (1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e onipotente, continua a realizar nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a ação do Espírito Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste (cf. Mt 5, 16).

3. «Para nos estimularmos ao amor e às boas obras»: caminhar juntos na santidade.

Esta afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efetivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena maturidade de Cristo (cf. Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para chegar à plenitude do amor e das boas obras.

Infelizmente, está sempre presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de «pôr a render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25, 24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua.

Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre atual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm 12, 10).

Que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa particularmente forte neste tempo santo de preparação para a Páscoa. Com votos de uma Quaresma santa e fecunda, confio-vos à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e, de coração, concedo a todos a Bênção Apostólica.

Vaticano, 3 de Novembro de 2011

 

Campanha da Fraternidade 2012



Mensagem do Papa Bento XVI em ocasião da abertura da
Campanha da Fraternidade 2012


Ao Venerado Irmão
CARDEAL RAYMUNDO DAMASCENO ASSIS
Arcebispo de Aparecida (SP) e Presidente da CNBB

Fraternas saudações em Cristo Senhor!

De bom grado me associo à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil que lança uma nova Campanha da Fraternidade, sob o lema "que a saúde se difunda sobre a terra" (cf. Eclo 38,8), com o objetivo de suscitar, a partir de uma reflexão sobre a realidade da saúde no Brasil, um maior espírito fraterno e comunitário na atenção dos enfermos e levar a sociedade a garantir a mais pessoas o direito de ter acesso aos meios necessários para uma vida saudável.

Para os cristãos, de modo particular, o lema bíblico é uma lembrança de que a saúde vai muito além de um simples bem estar corporal. No episódio da cura de um paralítico (cf. Mt 9, 2-8), Jesus, antes de fazer com que esse voltasse a andar, perdoa-lhe os pecados, ensinando que a cura perfeita é o perdão dos pecados, e a saúde por excelência é a da alma, pois «que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua alma?» (Mt 16,26). Com efeito, as palavras saúde e salvação têm origem no mesmo termo latino salus e não por outra razão, nos Evangelhos, vemos a ação do Salvador da humanidade associada a diversas curas: «Jesus andava por toda a Galiléia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo o tipo de doença e enfermidades do povo» (Mt 4,23).

Com o seu exemplo diante dos olhos, segundo o verdadeiro espírito quaresmal, possa esta Campanha inspirar no coração dos fiéis e das pessoas de boa vontade uma solidariedade cada vez mais profunda para com os enfermos, tantas vezes sofrendo mais pela solidão e abandono do que pela doença, lembrando que o próprio Jesus quis Se identificar com eles: «pois Eu estava doente e cuidastes de Mim» (Mt 25,36). Ajudando-lhes ao mesmo tempo a descobrir que se, por um lado, a doença é prova dolorosa, por outro, pode ser, na união com Cristo crucificado e ressuscitado, uma participação no mistério do sofrimento d’Ele para a salvação do mundo. Pois, «oferecendo o nosso sofrimento a Deus por meio de Cristo, nós podemos colaborar na vitória do bem sobre o mal, porque Deus torna fecunda a nossa oferta, o nosso ato de amor» (Bento XVI, Discurso aos enfermos de Turim, 2/V/2010).

Associando-me, pois, a esta iniciativa da CNBB e fazendo minhas as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de cada um, saúdo fraternalmente quantos tomam parte, física ou espiritualmente, na Campanha «Fraternidade e Saúde Pública», invocando – pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida – para todos, mas de modo especial para os doentes, o conforto e a fortaleza de Deus no cumprimento do dever de estado, individual, familiar e social, fonte de saúde e progresso do Brasil, tornando-se fértil na santidade, próspero na economia, justo na participação das riquezas, alegre no serviço público, equânime no poder e fraterno no desenvolvimento. E, para confirmar-lhes nestes bons propósitos, envio uma propiciadora Bênção Apostólica.
Vaticano, 11 de fevereiro de 2012
 



Saiba mais sobre a Campanha da Fraternidade em:
- http://www.arquidiocese.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=7754&query=simple&search%5Fby%5Fauthorname=all&search%5Fby%5Ffield=tax&search%5Fby%5Fkeywords=any&search%5Fby%5Fpriority=all&search%5Fby%5Fsection=all&search%5Fby%5Fstate=all&search%5Ftext%5Foptions=all&sid=21&text=campanha+da+fraternidade

- http://www.arquidiocese.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=7744&query=simple&search%5Fby%5Fauthorname=all&search%5Fby%5Ffield=tax&search%5Fby%5Fkeywords=any&search%5Fby%5Fpriority=all&search%5Fby%5Fsection=all&search%5Fby%5Fstate=all&search%5Ftext%5Foptions=all&sid=39&text=campanha+da+fraternidade

“Incentivemos ao amor e às boas obras” (Hb 10,24)

Estamos no tempo da quaresma. Tempo em que a Igreja volta seus olhares ao arrependimento e à conversão para juntos vivermos a maior manifestação do amor de Deus: a paixão do seu filho Jesus Cristo.

A Quaresma nos recorda os quarenta dias que Jesus, conduzido pelo Espírito Santo, passou no deserto (Cf. Mt 4, 1-10). É o tempo que nos conduz ao aprofundamento de nossa fé por meio de uma vivência espiritual voltada para nossa conversão, de modo especial através do jejum, da oração e da caridade (modelos de penitência interior).

O jejum nos leva ao equilíbrio, ao domínio de nosso corpo, nos faz mais fortes para o combate espiritual e para vencermos as tentações (Cf. Mt 17, 20).

A oração nos aproxima da Palavra de Deus, nos faz conhecer melhor nossa fé, através da leitura da Sagrada Escritura, nos torna mais íntimos de Deus.

Neste tempo, toda a liturgia nos leva á reflexão ao exame de consciência e à interiorização: nas vestes são utilizadas a cor roxa e as leituras são voltadas à perseverança e à conversão.

Nosso pastor, o Papa Bento XVI na Mensagem para a Quaresma de 2012 nos ensina que este tempo quaresmal é uma grande oportunidade de refletirmos sobre o grande amor de Deus com a humanidade.

- ”Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Esta afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13)”.

Que esta quaresma venha trazer ao nosso coração a força de, a cada dia, nos voltarmos ao amor de Deus e à lutarmos contra o pecado para que na ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo tenhamos o coração aberto para acolher o seu incondicional amos por cada um de nós.

Falando de Santidade

"O que somos é presente de Deus; no que nos transformamos é o nosso presente a Ele" (Dom Bosco)

Os Santos sempre, na história da Igreja, foram considerados uma riqueza, não só porque são fecundos intercessores junto de Jesus, mas principalmente pelos seus testemunhos e exemplos de seguimento do Senhor. Os Santos nos afirmam que é possível parecer-nos com Deus. Quando ouvimos ou lemos esta frase de São Dom Bosco é como se encontrássemos, de forma sintetizada, o plano de vida de  todos os Santos.  Seguir o Senhor é entrarmos num processo de configuração com Ele, ou seja, e moldarmos os nossos pensamentos, sentimentos, vontade, gestos, enfim, nosso viver, ao Dele. Em suma, é afirma como São Paulo “para mim viver é Cristo e morrer é lucro”(Fil 1,21).

Contudo, poderíamos nos perguntar: Como posso me parecer com Deus, eu tão frágil, pequeno e miserável? Eu, que por muito pouco, “faço o mal que não quero e não consigo fazer o bem que quero” (Rm 7, 19)? A resposta nós encontramos no Senhor. Se podemos hoje crer na possibilidade de parecermos com Deus, é porque o próprio Deus abriu esta realidade para nós. Em seu Amor incansável e misericordioso nos alcançou por primeiro e por Sua iniciativa amorosa quis se fazer um de nós, “o Verbo se fez carne”  (Jo 1, 14), e assim, tomou nossa natureza e apareceu como um de nós. Parecer-se com Deus só nos é possível porque o Senhor Jesus, por graça, divinizou nossa humanidade tomando-a totalmente.

Deste modo, aquilo que era impossível tornou-se possível, pois o Amor nos tomou para si. Logo, entendemos que parecer-se com Deus, isto é, ser santo, é viver uma vida de resposta a um amor constrangedor e pleno.

Na busca da Santidade

A Sagrada Escritura vai nos dizer em I Pedro 1, 16: “Sede santos, porque eu sou santo.”
 Mas o que é ser santo? Se formos ao dicionário, ele nos dará varias definições para a palavra Santo, entre elas estão: essencialmente puro; perfeito em tudo; que  vive na Lei de Deus.
Mas como podemos ser santos? No CIC* §2807, vai dizer que “Só Deus santifica, torna santo”, mas que compete a nós reconhecer como santo e tratar de maneira santa ao homem, pois Deus o criou a Sua imagem e Semelhança (Cf. Gn 1,26).

A perfeição em Deus consiste em fazer sua vontade, em ser aquilo que Ele deseja que sejamos. Ser perfeito em Deus significar trilhar o caminho de santidade que ele nos aponta, pois o santo não é aquele que não erra que não peca; mas sim aquele que se sabendo pecador, se reconhece necessitado da Graça  de Deus e busca em todos os momentos e circunstancias está na presença de Deus, pois só Deus pode nos santificar.

Ao sermos criados a imagem e semelhança de Deus, fomos criados para a santidade e Ele nos concedeu altíssima dignidade. Porem, tendo nossos primeiros pais pecado, a nossa carne conheceu a corrupção e o pecado passou a nos habitar. Mas Deus veio em nosso socorro e nos deu a maior prova de amor possível, morrendo por nós (Cf. Jo 15,13). “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Jo 3,16).

A santidade é possível nos dias de hoje. Tudo o que precisamos fazer para alcançá-la, é viver a obediência ao Pai, como o fez Jesus;  e sermos perseverantes em nossa caminhada, sendo verdadeiros cristãos como o foram aqueles que já no céu nos antecedem e receberam sua corroa de glória por terem guardado a fé e combatido o bom combate (Cf. 2 Tm 4,7-8).


* CIC - Catecismo da Igreja Católica

Entenda a marca da JMJ 2013



Não esqueça:
- A JMJ acontece de 23 a 28 de julho de 2013, no Rio de Janeiro!
- Tem como lema a passagem de Mt 28, versículo 19: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”.
- Deus espera e quer contar com você!!!



* saiba mais sobre a marca e seu criador em: http://www.rio2013.com/pt/noticias/detalhes/202/logomarca-oficial-da-jmj-rio2013-conceito
http://www.rio2013.com/pt/noticias/detalhes/203/logomarca-da-jmj-rio2013-e-fruto-da-fe-e-da-oracao-de-um-jovem

JMJ 2013! Conheça a marca!

Esta é a marca oficial da JMJ Rio 2013, lançada hoje pela Arquidiocese do Rio.

Que em nosso coração a expectativa desse encontro seja cada vez mais reavivada e que possamos bem nos preparar para estes dias tão especiais para a nossa fé.

Falando em preparação...  Você já 'alimentou' seu coração hoje? Já pensou em ser voluntário? Já pensou em acolher um peregrino? Pense nisso! E não esqueça: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19)

Paz e Bem!


* a criação da marca é de Gustavo Hugeni (fonte: @jmj_pt)

Ele continua fiel

Senhor, Deus de Israel, não há Deus semelhante a vós, nem no mais alto dos céus, nem aqui embaixo, na terra; vós sois fiel à vossa misericordiosa aliança com os vossos servos, que caminham diante de vós de todo o coração (1 Rs 8,23).

Nós, em nossa humanidade, gostamos e logo em seguida desgostamos. Programamos e, pouco depois, abandonamos o que havíamos programado. Fazemos um propósito e nos esquecemos dele em pouco tempo. Decidimos, mas acabamos desistindo. Queremos fazer o bem e acabamos fazendo o mal. Prometemos e não cumprimos.

No entanto, o Apóstolo Paulo ensina que Deus é diferente, ele diz que Se formos infiéis... ele continua fiel, e não pode desdizer-se (2 Tm 2, 13b).

Deus continua sempre fiel a eterna misericordiosa aliança que fez conosco em Jesus Cristo, Seu Filho. O amor de Deus, em Cristo Jesus, continua de pé e assim será por todo o sempre!... Não é bom saber que Deus te ama assim, com amor eterno?

Paz e Bem.

Buscai o Senhor


E todos os que tocavam em Jesus ficavam sãos. (Mc 6,56).

Eu e você também podemos estar incluídos no “todos os que tocavam em Jesus”. Eu e você podemos estar no número dos que foram curados por Jesus. Basta um toque! E o melhor é saber que Jesus se deixa tocar, Ele ainda se deixa encontrar!

Buscai o Senhor, já que ele se deixa encontrar; invocai-o, já que está perto (Is 55,6).

Paz e Bem.

Jovens Anunciadores


“Logo, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo” Rm 10,17.
Jovens anunciadores que permaneceram fieis, que investiram seu tempo em Deus, agora nesse módulo do Semear aprendem sobre pregação.
O pregador é um eterno apaixonado pela Palavra, também é aquele, que busca atrair para Jesus, que colabora com o Espírito Santo na formação de seu perfil , que busca ter conhecimento de Deus e que prega com a vida.

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