Homilia do Papa na Solenidade de São Pedro e São Paulo

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HOMILIA

Solenidade dos santos apóstolos Pedro e Paulo
Basílica Vaticana
Domingo, 29 de junho de 2014
Boletim da Santa Sé
Na solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, patronos principais de Roma, é com alegria e gratidão que acolhemos a Delegação enviada pelo Patriarca Ecuménico, o venerado e amado irmão Bartolomeu, guiada pelo Metropolita Ioannis. Pedimos ao Senhor que possa, também esta visita, reforçar os nossos laços fraternos no caminho rumo à plena comunhão entre as duas Igrejas irmãs, por nós tão desejada.
«O Senhor enviou o seu anjo e me arrancou das mãos de Herodes» (Act 12, 11). Nos primeiros tempos do serviço de Pedro, na comunidade cristã de Jerusalém havia grande apreensão por causa das perseguições de Herodes contra alguns membros da Igreja. Ordenou a morte de Tiago e agora, para agradar ao povo, a prisão do próprio Pedro. Estava este guardado e acorrentado na prisão, quando ouve a voz do Anjo que lhe diz: «Ergue-te depressa! (…) Põe o cinto e calça as sandálias. (…) Cobre-te com a capa e segue-me» (Act 12, 7-8). Caiem-lhe as cadeias, e a porta da prisão abre-se sozinha. Pedro dá-se conta de que o Senhor o «arrancou das mãos de Herodes»; dá-se conta de que Deus o libertou do medo e das cadeias. Sim, o Senhor liberta-nos de todo o medo e de todas as cadeias, para podermos ser verdadeiramente livres. Este facto aparece bem expresso nas palavras do refrão do Salmo Responsorial da celebração litúrgica de hoje: «O Senhor libertou-me de toda a ansiedade».
Aqui está um problema que nos toca: o problema do medo e dos refúgios pastorais.
Pergunto-me: Nós, amados Irmãos Bispos, temos medo? De que é que temos medo? E, se o temos, que refúgios procuramos, na nossa vida pastoral, para nos pormos a seguro? Procuramos porventura o apoio daqueles que têm poder neste mundo? Ou deixamo-nos enganar pelo orgulho que procura compensações e agradecimentos, parecendo-nos estar seguros com isso? Amados Irmãos Bispos, onde pomos a nossa segurança?
O testemunho do apóstolo Pedro lembra-nos que o nosso verdadeiro refúgio é a confiança em Deus: esta afasta todo o medo e torna-nos livres de toda a escravidão e de qualquer tentação mundana. Hoje nós – o Bispo de Roma e os outros Bispos, especialmente os Metropolitas que receberam o Pálio – sentimos que o exemplo de São Pedro nos desafia a verificar a nossa confiança no Senhor.
Pedro reencontrou a confiança, quando Jesus lhe disse por três vezes: «Apascenta as minhas ovelhas» (Jo 21, 15.16.17). Ao mesmo tempo ele, Simão, confessou por três vezes o seu amor a Jesus, reparando assim a tríplice negação ocorrida durante a Paixão. Pedro ainda sente queimar dentro de si a ferida da desilusão que deu ao seu Senhor na noite da traição. Agora que Ele lhe pergunta «tu amas-Me?», Pedro não se fia de si mesmo nem das próprias forças, mas entrega-se a Jesus e à sua misericórdia: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!» (Jo 21, 17). E aqui desaparece o medo, a insegurança, a covardia.
Pedro experimentou que a fidelidade de Deus é maior do que as nossas infidelidades, e mais forte do que as nossas negações. Dá-se conta de que a fidelidade do Senhor afasta os nossos medos e ultrapassa toda a imaginação humana. Hoje, Jesus faz a mesma pergunta também a nós: «Tu amas-Me?». Fá-lo precisamente porque conhece os nossos medos e as nossas fadigas. E Pedro indica-nos o caminho: fiarmo-nos d’Ele, que «sabe tudo» de nós, confiando, não na nossa capacidade de Lhe ser fiel, mas na sua inabalável fidelidade. Jesus nunca nos abandona, porque não pode negar-Se a Si mesmo (cf. 2 Tm 2, 13). È fiel. A fidelidade que Deus, sem cessar, nos confirma também a nós, Pastores, independentemente dos nossos méritos, é a fonte de nossa confiança e da nossa paz. A fidelidade do Senhor para connosco mantém sempre aceso em nós o desejo de O servir e de servir os irmãos na caridade.
E Pedro deve contentar-se com o amor de Jesus. Não deve ceder à tentação da curiosidade, da inveja, como quando perguntou a Jesus, ao ver ali perto João: «Senhor, e que vai ser deste?» (Jo 21, 21). Mas Jesus, perante estas tentações, responde-lhe: «Que tens tu com isso? Tu segue-Me!» (Jo 21, 22). Esta experiência de Pedro encerra uma mensagem importante também para nós, amados irmãos Arcebispos. Hoje, o Senhor repete a mim, a vós e a todos os Pastores: Segue-Me! Não percas tempo em questões ou conversas inúteis; não te detenhas nas coisas secundárias, mas fixa-te no essencial e segue-Me. Segue-Me, não obstante as dificuldades. Segue-me na pregação do Evangelho. Segue-Me no testemunho duma vida que corresponda ao dom de graça do Batismo e da Ordenação. Segue-Me quando falas de Mim às pessoas com quem vives dia-a-dia, na fadiga do trabalho, do diálogo e da amizade. Segue-Me no anúncio do Evangelho a todos, especialmente aos últimos, para que a ninguém falte a Palavra de vida, que liberta de todo o medo e dá a confiança na fidelidade de Deus. Tu segue-Me”!

Fonte: http://papa.cancaonova.com/homilia-do-papa-na-solenidade-de-sao-pedro-e-sao-paulo/

Angelus com o Papa na solenidade de São Pedro e São Paulo

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ANGELUS

Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 29 de junho de 2014
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Desde os tempos antigos, a Igreja de Roma celebra os apóstolos Pedro e Paulo em uma única festa no mesmo dia, 29 de junho. A fé em Jesus Cristo tornou-os irmãos e o martírio os fez se tornarem uma só coisa. São Pedro e São Paulo, tão diferentes entre eles no plano humano, foram escolhidos pessoalmente pelo Senhor Jesus e responderam ao chamado oferecendo toda as suas vidas. Em ambos a graça de Cristo realizou grandes coisas, transformou-os. E como os transformou! Simão havia renegado Jesus no momento dramático da paixão; Saulo havia perseguido duramente os cristãos. Mas ambos acolheram o amor de Deus e se deixaram transformar pela sua misericórdia; assim se tornaram amigos e apóstolos de Cristo. Por isso esses continuam a falar à Igreja e ainda hoje nos indicam o caminho da salvação. Também nós, hoje, se por acaso caíssemos nos pecados mais graves e na noite mais escura, Deus é sempre capaz de nos transformar, como transformou Pedro e Paulo; transformar o nosso coração e perdoar tudo, transformando assim a nossa escuridão do pecado em uma aurora de luz. Deus é assim: transforma-nos, perdoa-nos sempre, como fez com Pedro e como fez com Paulo.
O livro dos Atos dos Apóstolos mostra muitos traços de seus testemunhos. Pedro, por exemplo, ensina-nos a olhar para os pobres com olhar de fé e a doar a eles aquilo que temos de mais precioso: o poder do nome de Jesus. Fez isto com aquele paralítico: deu-lhe tudo aquilo que tinha, isso é, Jesus (cfr At 3, 4-6).
De Paulo, é contado por três vezes o episódio do chamado no caminho de Damasco, que marca a reviravolta de sua vida, marcando nitidamente um antes e um depois. Antes, Paulo era um férreo inimigo da Igreja. Depois, coloca toda a sua existência a serviço do Evangelho. Também para nós o encontro com a Palavra de Cristo é capaz de transformar completamente a nossa vida. Não é possível ouvir esta Palavra e continuar parado no mesmo lugar, ficar bloqueado nos próprios hábitos. Esta impulsiona-nos a vencer o egoísmo que temos no coração para seguir decididamente aquele Mestre que deu a sua vida por seus amigos. Mas é Ele que com a sua palavra muda-nos; é Ele que nos transforma; é Ele que nos perdoa tudo, se nós abrimos o coração e pedimos o perdão.
Queridos irmãos e irmãs, esta festa suscita em nós uma grande alegria, porque nos coloca diante da obra da misericórdia de Deus no coração de dois homens. É a obra da misericórdia de Deus nestes dois homens, que eram grandes pecadores. E Deus quer encher também nós com esta graça, como fez com Pedro e com Paulo. A Virgem Maria nos ajude a acolhê-la como eles com coração aberto, a não recebê-la em vão! E nos ajude no momento da provação, para dar testemunho de Jesus Cristo e do seu Evangelho. Peçamos isso em particular pelos arcebispos metropolitanos nomeados no último ano, que esta manhã celebraram comigo a Eucarística em São Pedro. Saudemos-lhes com afeto junto com os seus fiéis e familiares, e rezemos por eles!


Fonte: http://papa.cancaonova.com/angelus-com-o-papa-na-solenidade-de-sao-pedro-e-sao-paulo/

Sagrado Coração de Jesus

Sagrado Coração é fonte inesgotável do amor de Deus para o mundo.


A devoção ao Coração de Jesus foi muito comum na Idade Media, principalmente no mosteiro beneditino de Helfta, no qual professaram santa Matilde e santa Gertrudes, muito conhecidas por seus escritos sobre o Coração de Jesus Cristo.

O culto litúrgico ao Coração de Jesus foi promovido por são João Eudes (1601-1680). Seu bispo autorizou-o a celebrar a festa do Coração de Jesus no dia 31 de agosto nas casas da congregação por ele fundadas. As aparições à santa Margarita Maria de Alacoque em Paray-le-Monial (1647-1690) deram um grande impulso a esta devoção, junto com o seu diretor espiritual, o jesuíta são Claudio de la Colombiere. A festa foi aprovada primeiramente na Polônia e na Espanha, pelo Papa Clemente XIII em 1765. E somente em 1856 Pio IX estendeu a festa do Coração de Jesus a toda a Igreja. E em 1889 foi elevada a categoria litúrgica por Leão XIII.

Trata-se de uma festa de reparação ao Amor que não é amado. Paulo VI a elevou a categoria de solenidade, e nos convida a aproximar-nos do Coração de Cristo e beber com alegria da fonte de salvação.

Esta solenidade nos convida a contemplar esse Coração de Jesus que tanto amou aos homens, e que está aberto desde a cruz para que nos aproximemos dele: para consolá-lo com pequenos gestos de amor e sacrifícios, porque não é de poucos que recebe ingratidão e desprezo; e depois, para imitá-lo nessas virtudes que resplandeceram nesse Coração humano e divino: humildade, mansidão, caridade e misericórdia.

No Coração de Jesus, como nos diz  o evangelho de hoje*, encontraremos descanso para os nossos sofrimentos, alivio para nossas dores, remédio para nossas doenças internas, e alargamento de nossas costas para carregar o fardo de Cristo em nossas vidas. E se nosso coração não funciona e não ama, tenhamos confiança para pedir a Jesus um transplante de coração. Vamos a Ele e digamos: “Jesus, eis aqui o meu coração; dá-me o Teu”!
 

* Mt 11, 25-30

Fonte:http://www.zenit.org/pt/articles/homiletica-sagrado-coracao-de-jesus
“Quando nós chegamos, Ele já está lá. Quando nós O procuramos, Ele nos procurou primeiro. Ele está sempre diante de nós, espera-nos para nos receber no Seu coração, no Seu amor. E essas duas coisas podem nos ajudar a entender esse mistério do amor de Deus conosco. Para exprimir-se, precisa da nossa pequenez, do nosso abaixar-se. E também precisa do nosso estupor quando o procuramos e o encontramos ali, esperando-nos”.

Papa Francisco



Dia do Sagrado Coração de Jesus: Papa fala do amor de Deus


Para comunicar o seu afetuoso amor de Pai ao homem, Deus precisa que este se faça pequeno. Esse foi o pensamento proposto pelo Papa Francisco, na Missa celebrada, nesta sexta-feira, 27, na Casa Santa Marta, dia em que a Igreja celebra o Sagrado Coração de Jesus.
O Santo Padre concentrou a homilia no coração de Jesus, destacando que não há sombras no modo como Deus entende o Seu amor para com Suas criaturas. Segundo Francisco, o Senhor dá a graça, a alegria de celebrar, no coração do Seu Filho, as grandes obras do Seu amor. Pode-se dizer que hoje é a festa do amor de Deus em Jesus, do amor d’Ele pelo ser humano.
“Há dois traços do amor. Primeiro: o amor está mais em dar que em receber. Segundo: o amor está mais nas obras que nas palavras. Quando dizemos que está mais ‘em dar que em receber’, é que o amor se comunica e é recebido pelo amado. E quando dizemos que está mais ‘nas obras que nas palavras’, o amor sempre dá vida, faz crescer”.
Para entender o amor de Deus, o Pontífice explicou que é preciso buscar uma dimensão inversamente proporcional à imensidão, ou seja, buscar a pequenez de coração. Ele deu dois exemplos: Moisés, eleito por Deus, porque era o menor de todos os povos; e Jesus, que no Evangelho louva o Pai por ter revelado as coisas divinas aos pequenos.
Logo, observou Francisco, essa relação que Deus busca com o homem é como aquela de um pai para com o filho, que o acaricia. É a ternura de Deus que dá a força. Se o homem se sentir forte, não terá a experiência da carícia do Senhor.
“’Não temas, eu estou contigo, eu te pego pela mão.” São todas palavras do Senhor que nos fazem entender esse misterioso amor que Ele tem para conosco. E quando Jesus fala de si mesmo, diz: ‘Eu sou manso e humilde de coração’. Também Ele, o Filho de Deus, se abaixa para receber o amor do Pai”.
Outro sinal particular do amor de Deus é que Ele está sempre precedendo o homem, espera-o sempre. O Santo Padre concluiu a homilia pedindo a graça de entrar neste modo misterioso, de poder se surpreender e ter paz com este amor que se comunica, dá alegria e leva pelo caminho da vida como se faz com uma criança: pela mão.
“Quando nós chegamos, Ele já está lá. Quando nós O procuramos, Ele nos procurou primeiro. Ele está sempre diante de nós, espera-nos para nos receber no Seu coração, no Seu amor. E essas duas coisas podem nos ajudar a entender esse mistério do amor de Deus conosco. Para exprimir-se, precisa da nossa pequenez, do nosso abaixar-se. E também precisa do nosso estupor quando o procuramos e o encontramos ali, esperando-nos”.

Fonte: http://papa.cancaonova.com/dia-do-sagrado-coracao-de-jesus-papa-fala-do-amor-de-deus/

Catequese sobre a Igreja - Parte 2 (Papa Francisco)

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CATEQUESE

Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 25 de junho de 2014
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
A Igreja – 2. A pertença ao povo de Deus
Queridos irmãos e irmãs, bom dia,
Hoje há um outro grupo de peregrinos conectados conosco na Sala Paulo VI, são os peregrinos doentes. Porque com este tempo, entre o calor e a possibilidade de chuva, era mais prudente que eles permanecessem lá. Mas eles estão conectados conosco por meio de um telão. E assim estamos unidos na mesma audiência. E todos nós hoje rezemos especialmente por eles, pelas suas doenças. Obrigado.
Na primeira catequese sobre Igreja, quarta-feira passada, partimos da iniciativa de Deus que quer formar um povo que leve a sua benção a todos os povos da terra. Começa com Abraão e depois, com tanta paciência – e Deus a tem, tem tanta! – prepara este povo na Antiga Aliança a fim de que, em Jesus Cristo, o constitua como sinal e instrumento da união dos homens com Deus e entre eles (cfr Conc. Ecum. Vat. II, Cost. Lumen gentium, 1). Hoje queremos nos concentrar sobre a importância, para o cristão, de pertencer a este povo. Falaremos sobre a pertença à Igreja.
1. Não somos isolados e não somos cristãos a título individual, cada um por conta própria, não, a nossa identidade cristã é pertença! Somos cristãos porque pertencemos à Igreja. É como um sobrenome: se o nome é “sou cristão”, o sobrenome é “pertenço à Igreja”. É muito belo notar como esta pertença é expressa também no nome que Deus atribui a si mesmo. Respondendo a Moisés, no episódio maravilhoso da “sarça ardente” (cfr Ex 3, 15), define-se, de fato, como o Deus dos pais. Não diz: Eu sou o Onipotente…, não: Eu sou o Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó. Deste modo, Ele se manifesta como o Deus que formou uma aliança com os nossos pais e permanece sempre fiel a ela, e nos chama para entrar nesta relação que nos precede. Esta relação de Deus com o seu povo precede a todos nós, vem daquele tempo.
2. Neste sentido, o pensamento vai, em primeiro lugar, com gratidão, àqueles que nos precederam e nos acolheram na Igreja. Ninguém se torna cristão por si mesmo! Está claro isso? Ninguém se torna cristão por si mesmo. Não se fazem cristãos em laboratório. O cristão é parte de um povo que vem de longe. O cristão pertence a um povo que se chama Igreja e esta Igreja o faz cristão, no dia do Batismo, e depois no percurso da catequese, e assim vai. Mas ninguém, ninguém se torna cristão por si mesmo. Se nós acreditamos, se sabemos rezar, se conhecemos o Senhor e podemos escutar a sua Palavra, se O sentimos próximo e O reconhecemos nos irmãos, é porque outros, antes de nós, viveram a fé e, depois, a transmitiram a nós. Recebemos a fé dos nossos pais, dos nossos antepassados, e eles a ensinaram a nós. Se pensamos bem, quem sabe quantos rostos queridos passam diante dos nossos olhos, neste momento: pode ser a face dos nossos pais que pediram para nós o Batismo; aquela dos nossos avós ou de qualquer familiar que nos ensinou a fazer o sinal da cruz e a recitar as primeiras orações. Eu recordo sempre a face da irmã que me ensinou o catecismo, sempre me vem à mente – ela está no Céu com certeza, porque é uma mulher santa – mas eu a recordo sempre e dou graças a Deus por esta irmã. Ou então o rosto do pároco, de um outro padre, ou de uma irmã, de um catequista, que nos transmitiu o conteúdo da fé e nos fez crescer como cristãos… Bem, essa é a Igreja: uma grande família, na qual se é acolhido e se aprende a viver como cristãos e como discípulos do Senhor Jesus.
3. Podemos viver esse caminho não somente graças às outras pessoas, mas junto a outras pessoas. Na Igreja, não existe o ‘agir por si’, não existem jogadores na função de ‘líbero’. Quantas vezes, o Papa Bento descreveu a Igreja como um “nós” eclesial! Às vezes se ouve alguém dizer: “Eu acredito em Deus, acredito em Jesus, mas a Igreja não me interessa…”. Quantas vezes ouvimos isso? E isso não é certo. Há quem acredite poder ter uma relação pessoal, direta, imediata com Jesus Cristo fora da comunhão e da mediação da Igreja. São tentações perigosas e prejudiciais. São, como dizia o grande Paulo VI, dicotomias absurdas. É verdade que caminhar junto é trabalhoso e às vezes pode ser cansativo: pode acontecer que algum irmão ou alguma irmã nos dê problema, ou nos cause escândalo… Mas o Senhor confiou a sua mensagem de salvação a pessoas humanas, a todos nós, às testemunhas; e é nos nossos irmãos e nas nossas irmãs, com os seus dons e os seus limites, que vem ao nosso encontro e se faz reconhecer. E isto significa pertencer à Igreja. Lembrem-se bem: ser cristão significa pertencer à Igreja. O nome é “cristão”, o sobrenome é “pertença à Igreja”.
Queridos amigos, peçamos ao Senhor, por intercessão da Virgem Maria, Mãe da Igreja, a graça de não cair nunca na tentação de pensar poder desfazer das pessoas, desfazer da Igreja, de podermos nos salvar sozinhos, de ser cristão de laboratório. Pelo contrário, não se pode amar Deus sem amar os irmãos, não se pode amar Deus fora da Igreja; não se pode estar em comunhão com Deus sem fazê-lo na Igreja e não podemos ser bons cristãos se não junto a todos aqueles que procuram seguir o Senhor Jesus, como um único povo, um único corpo, e isto é a Igreja. Obrigado.


Fonte: http://papa.cancaonova.com/ser-cristao-e-pertencer-a-igreja-e-viver-nela-diz-papa/

YouCat Online - Como julgará Cristo o mundo inteiro?



Jesus não poderá ajudar uma pessoa que não quer saber nada do amor. Ela é que acabará por se julgar. [678-679, 681-682]

Porque Jesus Cristo é "o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14, 6), ficará patente n'Ele o que perante Deus tem consistência ou não. Será na medida da Sua Vida que ficará a descoberto toda a Verdade acerca do ser humano, das coisas, dos pensamentos e dos acontecimentos.

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Voz do que clama no deserto


Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
(Sermo 293,1-3: PL 38,1327-1328) (Séc.V)

A Igreja celebra o nascimento de João como um acontecimento sagrado. Dentre os nossos antepassados, não há nenhum cujo nascimento seja celebrado solenemente.

Celebramos o de João, celebramos também o de Cristo: tal fato tem, sem dúvida, uma explicação. E se não a soubermos dar tão bem, como exige a importância desta solenidade, pelo menos meditemos nela mais frutuosa e profundamente. João nasce de uma anciã estéril; Cristo nasce de uma jovem virgem.

O pai de João não acredita que ele possa nascer e fica mudo; Maria acredita, e Cristo é concebido pela fé. Eis o assunto que quisemos meditar e prometemos tratar. E se não formos capazes de perscrutar toda a profundeza de tão grande mistério, por falta de aptidão ou de tempo, aquele que fala dentro de vós, mesmo em nossa ausência, vos ensinará melhor. Nele pensais com amor filial,a ele recebestes no coração, dele vos tornastes templos.

João apareceu, pois, como ponto de encontro entre os dois Testamentos, o antigo e o novo. O próprio Senhor o chama de limite quando diz: A lei e os profetas até João Batista (Lc 16,16). Ele representa o antigo e anuncia o novo. Porque representa o Antigo Testamento, nasce de pais idosos; porque anuncia o Novo Testamento, é declarado profeta ainda estando nas entranhas da mãe. Na verdade, antes mesmo de nascer, exultou de alegria no ventre materno, à chegada de Maria. Antes de nascer, já é designado; revela-se de quem seria o precursor, antes de ser visto por ele.

Tudo isto são coisas divinas, que ultrapassam a limitação humana. Por fim, nasce. Recebe o nome e solta-se a língua do pai. Relacionemos o acontecido com o simbolismo de todos estes fatos.

Zacarias emudece e perde a voz até o nascimento de João, o precursor do Senhor; só então recupera a voz. Que significa o silêncio de Zacarias? Não seria o sentido da profecia que, antes da pregação de Cristo, estava, de certo modo, velado, oculto,fechado? Mas com a vinda daquele a quem elas se referiam, tudo se abre e torna-se claro. O fato de Zacarias recuperar a voz no nascimento de João tem o mesmo significado que o rasgar-se o véu do templo, quando Cristo morreu na cruz. Se João se anunciasse a si mesmo, Zacarias não abriria a boca. Solta-se a língua, porque nasce aquele que é a voz. Com efeito, quando João já anunciava o Senhor, perguntaram-lhe: Quem és tu? (Jo 1,19). E ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto (Jo 1,23).

João é a voz; o Senhor, porém,no princípio era a Palavra (Jo 1,1). João é a voz no tempo; Cristo é, desde o princípio, a Palavra eterna.


Catequese sobre a Igreja - Parte 1 (Papa Francisco)

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CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 18 de junho de 2014
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia. E parabéns a vocês porque vocês são bravos, com este tempo que não se sabe se vem água, se não vem… Bravos! Esperamos terminar a catequese sem água, que o Senhor tenha piedade de nós.
Hoje começo um ciclo de catequese sobre a Igreja. É um pouco como um filho que fala da própria mãe, da própria família. Falar da Igreja é falar da nossa mãe, da nossa família. A Igreja, na verdade, não é uma instituição com fim em si mesma ou uma associação privada, uma ONG, nem tão pouco se deve restringir o olhar ao clero e ao Vaticano… “A Igreja pensa…”. Mas a Igreja somos todos! “De quem você fala?”. “Não, dos padres…” Ah, os padres são parte da Igreja, mas a Igreja somos todos! Não restringi-la aos sacerdotes, aos bispos, ao Vaticano… Estes são partes da Igreja, mas a Igreja somos todos, todos família, todos da mãe. E a Igreja é uma realidade muito mais ampla, que se abre a toda a humanidade e que não nasce em um laboratório, a Igreja não nasceu em laboratório, não nasceu de improviso. Foi fundada por Jesus, mas é um povo com uma história longa e uma preparação que tem início muito antes do próprio Cristo.
1. Esta história, ou “pre-história”, da Igreja se encontra já nas páginas do Antigo Testamento. Ouvimos o Livro do Gênesis: Deus escolheu Abraão, nosso pai na fé, e lhe pede para partir, para deixar a sua pátria terrena e seguir rumo a uma outra terra, que Ele indicaria (cfr Gen 12, 1-9). E nesta vocação Deus não chama Abraão sozinho, como indivíduo, mas envolve desde o início a sua família, os seus parentes e todos aqueles que estão a serviço da sua casa. Uma vez em caminho, – sim, assim a Igreja começa a caminhar- , depois, Deus ainda ampliará o horizonte e transbordará Abraão da sua benção, prometendo-lhe uma descendência numerosa como as estrelas do céu e como a areia da praia. O primeiro dado importante é justamente esse: começando de Abraão, Deus forma um povo para que leve a sua benção a todas as famílias da terra. E dentro desse povo nasce Jesus. É Deus que faz esse povo, esta história, a Igreja em caminho, e ali nasce Jesus, neste povo.
2. Um segundo elemento: não é Abraão a constituir em torno de si um povo, mas é Deus a dar a vida a este povo. Geralmente era o homem que se dirigia à divindade, procurando preencher a lacuna e invocando apoio e proteção. O povo rezava aos deuses, às divindades. Nesse caso, em vez disso, se assiste a algo sem precedentes: é o próprio Deus a tomar a iniciativa. Escutemos isso: é o próprio Deus que bate à porta de Abraão e lhe diz: segue adiante, distante da sua terra, comece a caminhar e eu farei de ti um grande povo. E este é o início da Igreja e neste povo nasce Jesus. Deus toma a iniciativa e dirige a sua palavra ao homem, criando um vínculo e uma relação nova com ele. “Mas, padre, como é isto? Deus nos fala?”. “Sim”. “E nós podemos falar com Deus?”. “Sim”. “Mas nós podemos ter uma conversa com Deus?”. “Sim”. Isto se chama oração, mas é Deus que fez isso desde o início. Assim, Deus forma um povo com todos aqueles que escutam a sua Palavra e que se colocam em caminho, confiando Nele. Esta é a única condição: confiar em Deus. Se você confia em Deus, escuta-O e se coloca em caminho, isto é fazer Igreja. O amor de Deus precede tudo. Deus sempre é primeiro, chega antes de nós, Ele nos precede. O profeta Isaías, ou Jeremias, não me lembro bem, dizia que Deus é como a flor da amendoeira, porque é a primeira árvore que floresce na primavera. Para dizer que Deus sempre floresce antes de nós. Quando nós chegamos, Ele nos espera, Ele nos chama, Ele nos faz caminhar. Sempre está antecipado em relação a nós. E isto se chama amor, porque Deus nos espera sempre. “Mas, padre, eu não acredito nisto, porque se o senhor soubesse, padre, a minha vida tem sido tão ruim, como posso pensar que Deus me espera?”. “Deus te espera. E se você foi um grande pecador, te espera mais ainda e te espera com tanto amor, porque Ele é o primeiro. Esta é a beleza da Igreja, que nos leva a este Deus que nos espera!”. Precede Abraão, precede também Adão.
3. Abraão e os seus escutam o chamado de Deus e se colocam em caminho, não obstante não saibam bem quem seja este Deus e onde quer conduzi-los. É verdade, porque Abraão se coloca em caminho confiando neste Deus que lhes falou, mas não tinha um livro de teologia para estudar o que era este Deus. Confia, confia no amor. Deus lhe faz sentir o amor e ele confia. Isto, porém, não significa que este povo esteja sempre convencido e fiel. Antes, desde o início há resistências, o olhar para si mesmo e para seus próprios interesses e a tentação de negociar com Deus e resolver as coisas do próprio modo. E estas são as traições e os pecados que marcam o caminho do povo ao longo de toda a história da salvação, que é a história da fidelidade de Deus e da infidelidade do povo. Deus, porém, não se cansa, Deus tem paciência, tem tanta paciência, e no tempo continua a educar e a formar o seu povo, como um pai com o próprio filho. Deus caminha conosco. Diz o profeta Oseias: “Eu caminhei contigo e te ensinei a caminhar como um pai ensina o seu filho a caminhar”. Bela esta imagem de Deus! E assim é conosco: ensina-nos a caminhar. E é a mesma atitude que mantém em relação à Igreja. Também nós, de fato, mesmo no nosso propósito de seguir o Senhor Jesus, fazemos a experiência a cada dia do egoísmo e da dureza do nosso coração. Quando, porém, nos reconhecemos pecadores, Deus nos enche da sua misericórdia e do seu amor. E nos perdoa, nos perdoa sempre. E é justamente isso que nos faz crescer como povo de Deus, como Igreja: não é a nossa bravura, não são os nossos méritos – não somos pouca coisa, não é isso – mas é a experiência cotidiana de quanto o Senhor nos quer bem e cuida de nós. É isto que nos faz sentir realmente seus, nas suas mãos, e nos faz crescer na comunhão com Ele e entre nós. Ser Igreja é sentir-se nas mãos de Deus, que é Pai e nos ama, nos acaricia, nos espera, nos faz sentir a sua ternura. E isto é muito belo!
Queridos amigos, este é o projeto de Deus; quando chamou Abraão, Deus pensava isto: formar um povo abençoado pelo seu amor e que leve a sua benção a todos os povos da terra. Este projeto não muda, está sempre em ação. Em Cristo teve o seu cumprimento e ainda hoje Deus continua a realizá-lo na Igreja. Peçamos, então, a graça de permanecer fiéis ao seguimento do Senhor Jesus e na escuta da sua Palavra, prontos a partir a cada dia, como Abraão, rumo à terra de Deus e do homem, a nossa verdadeira pátria e assim nos tornarmos benção, sinal do amor de Deus para todos os seus filhos. Eu gosto de pensar que um sinônimo, um outro nome que nós cristãos podemos ter seria este: somos homens e mulheres, somos povo que bendiz. O cristão, com a sua vida, deve bendizer sempre, bendizer Deus e bendizer todos. Nós cristãos somos povo que bendiz, que sabe bendizer. Esta é uma bela vocação!

Fonte: http://papa.cancaonova.com/catequese-com-o-papa-francisco-180614/

YouCat Online - Como será o fim do mundo?




No fim do mundo, Cristo virá para todos visivelmente. [675-677]


As dramáticas convulsões (Lc 21, 8-28; Mt 24, 3-14) que são anunciadas na Sagrada Escritura (a maldade que se revelará sem dissimulação, as provações e perseguições que testarão a fé de muitos) são apenas o lado escuro da nova realidade: a vitória definitiva de Deus sobre o mal será visível. A glória, a Verdade e a justiça de Deus ressaltarão radiosas. Com a vinda de Cristo haverá “um novo céu e uma nova terra”. “Ele enxugará todas as lagrimas dos seus olhos; nunca mais haverá morte nem luto, nem gemidos nem dor, porque o mundo antigo desapareceu”. (Ap 21, 4) 


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Corpus Christi



"Verbo eterno, não vos bastou tomar a nossa natureza e morrer por nós na Cruz, quisestes ainda dar-nos este sacramento para serdes nosso companheiro, nosso alimento e penhor da glória celeste". Santo Afonso de Ligório



No dia 19 de junho comemoramos a festa de Corpus Christi (’Corpo de Cristo’), dia de preceito para nós católicos, essa  é festa onde a Igreja de forma especial celebra o mistério da Eucaristia. Ela sempre ocorre numa  quinta-feira, fazendo alusão a Quinta-feira Santa (dia em que o Senhor instituiu a Eucaristia) seguinte ao domingo da Santíssima Trindade.

Começou-se a comemorar essa festa no ano de 1.243 em Liége, na Bélgica, século XIII, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. No entanto, será somente em 1.264 que o Papa Urbano IV através da Bula Papal "Trasnsiturus de hoc mundo", estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração.

A celebração é solene, o sacerdote consagra duas hóstias: uma é consumida e outra é apresentada aos fiéis para adoração - esta permanece no meio da comunidade, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.

Antecedendo a Santa missa há a procissão com o Santíssimo sacramento, nos tapetes de sal, que adornam e enfeitam, em sinal de amor e união dos fiéis, todo o caminho que o sacerdote percorrerá.

Irmãos, a Eucaristia é fonte de vida  para toda a Igreja e é por isso que o Espírito Santo inspirou esse dia solene, que possamos então vivê-lo intensamente  com profunda atitude de adoração.

“Graças e louvores se dêem a todo o momento, ao Santíssimo e diviníssimo sacramento”. 





Vamos juntos rezar o Santo Terço

Toda quarta-feira você é nosso convidado.


Reze conosco:
• 18h - rádio Canção Nova do Espírito Santo/ RJ


19h30 - Capela São José - Travessa da Esperança, 06 - Quitungo (próximo ao campo de futebol).







No vídeo abaixo veja a importância desta oração :)





Fonte: 
https://padrepauloricardo.org/episodios/o-santo-rosario

YouCat Online - Por que razão Jesus Cristo é o Senhor de todo Universo?




110 - Por que razão Jesus Cristo é o Senhor de todo Universo?

Jesus Cristo é o Senhor do Universo e o Senhor da História porque tudo foi criado para Ele. Todos os homens e as mulheres foram por Ele redimidos e por Ele serão julgados. [668-674, 680]

Ele está sobre nós como o único perante o qual dobramos os joelhos em adoração; Ele está conosco como cabeça da Sua Igreja, na qual o Reino de Deus já começou; Ele é anterior a nós como o Senhor da História, porque Ele subjugou definitivamente os poderes das trevas, fazendo com que os destinos do mundo se cumprissem segundo o plano de Deus; Ele vem ao nosso encontro num dia que não conhecemos, para renovar e aperfeiçoar o mundo. A Sua proximidade pode ser experimentada sobretudo na Palavra de Deus, na celebração dos Sacramentos, no cuidado dos pobres e onde "dois ou três estiverem reunidos em Meu nome" (Mt 18, 20).

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Papa Francisco: "O Espírito Santo nos ajuda a falar com os outros e reconhecê-los como irmãos"

O Papa Francisco presidiu neste domingo, 08 de junho, na Basílica de São Pedro, a celebração eucarística na Solenidade de Pentecostes.
O pontífice iniciou a homilia citando o versículo 4 do capítulo 2 dos Atos dos Apóstolos: "Todos ficaram repletos do Espírito Santo". "Falando aos Apóstolos na Última Ceia, Jesus disse que, depois de sua partida deste mundo, iria enviar-lhes o dom do Pai que é o Espírito Santo. Essa promessa realizou-se com força no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os discípulos reunidos no Cenáculo", frisou o Papa.
Segundo Francisco, essa efusão extraordinária não se limitou somente àquele momento, mas é um evento que se renova sempre. "Cristo glorificado à direita do Pai continua realizando a sua promessa, enviando sobre a Igreja o Espírito que dá vida, que nos ensina, nos recorda e nos faz falar", disse o Santo Padre que acrescentou:
"O Espírito Santo nos ensina: é o Mestre interior. Ele nos guia para o caminho certo, através das situações da vida. Ele nos ensina a estrada, o caminho. Nos primeiros tempos da Igreja, o Cristianismo era chamado de 'o Caminho', e Jesus é o Caminho. O Espírito Santo nos ensina a segui-lo, a caminhar em suas pegadas. Mais do que um mestre de doutrina, o Espírito é um mestre de vida. Faz parte da vida o saber e o conhecer, porém, dentro do horizonte mais amplo e harmonioso da existência cristã."
O Papa frisou que "o Espírito Santo nos lembra, nos faz recordar tudo o que Jesus disse. É a memória viva da Igreja. Ele nos faz recordar e entender as palavras do Senhor. Este recordar no Espírito e graças ao Espírito não se reduz a um fato mnemônico, é um aspecto essencial da presença de Cristo em nós e na Igreja".
"O Espírito da verdade e da caridade nos faz lembrar tudo o que Cristo disse, nos faz entrar plenamente no sentido de suas palavras. Isto exige de nós uma resposta: quanto mais a nossa resposta for generosa, mais as palavras de Jesus se tornam vida em nós, tornam-se comportamentos, escolhas, gestos e testemunho. O Espírito nos recorda o mandamento do amor e nos convida a vivê-lo", disse ainda o Francisco.
Segundo o pontífice, "um cristão sem memória não é um verdadeiro cristão: é um homem ou uma mulher prisioneiro do momento, que não sabe valorizar sua história, não sabe lê-la e vivê-la como história de salvação. Com a ajuda do Espírito Santo, podemos interpretar as inspirações e os acontecimentos da vida à luz das palavras de Jesus. Assim, cresce em nós a sabedoria da memória, a sabedoria do coração, que é um dom do Espírito. Que o Espírito Santo reavive em nós a memória cristã!"
O Papa disse ainda que "o Espírito Santo nos faz falar com Deus e com os homens. Ele nos ajuda a conversar com Deus na oração. A oração é um dom que recebemos gratuitamente; é diálogo com Ele no Espírito Santo, que reza em nós e nos faz dirigir a Deus chamando-o de Pai, Papai, Abba. Isso não é apenas um modo de dizer, mas é a realidade. Somos realmente filhos de Deus".
"Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus", disse o pontífice citando a Carta de Paulo aos Romanos. "O Espírito nos faz falar com os homens em diálogo fraterno. Ele nos ajuda a falar com os outros e reconhecê-los como irmãos e irmãs, a falar com amizade, ternura, compreendendo as angústias e esperanças, as tristezas e alegrias dos outros. O Espírito Santo nos faz falar aos homens na profecia, isto é, tornando-nos canais humildes e dóceis à Palavra de Deus. A profecia é feita com franqueza para mostrar abertamente as contradições e injustiças, mas sempre com mansidão e intenção construtiva", frisou o Santo Padre.
"Saciados com o Espírito de amor, podemos ser sinais e instrumentos de Deus que ama, serve e doa a vida. O Espírito Santo nos ensina o caminho, nos recorda e nos explica as palavras de Jesus, nos faz rezar e chamar Deus de Pai, nos faz falar aos homens no diálogo fraterno e na profecia", disse ainda o pontífice.
"No dia de Pentecostes, quando os discípulos ficaram cheios do Espírito Santo, esse foi o batismo da Igreja que nasceu e saiu para anunciar a todos a Boa Nova. Jesus foi peremptório com os Apóstolos: não deveriam se afastar de Jerusalém antes de receberam do alto a força do Espírito Santo. Sem Ele não existe missão, não existe evangelização", concluiu Francisco. (MJ)

Fonte : News.va

Pentecostes

Após a morte ressurreição de Jesus, Ele anunciou que subiria ao Pai e enviaria o Espírito Santo como auxiliador para seus discípulos: "... mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo" (cf At 1,8).

Em At 2, 1-6 vemos que os discípulos estavam reunidos quando um vento impetuoso soprou sobre eles e ficaram cheios do Espírito Santo. "O termo Espírito traduz o termo hebraico Ruah que, na sua primeira acepção, significa sopro, ar, vento (...) Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às Três Pessoas Divinas "  (CIC, n. 691).

O Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade, nos santifica, nos impulsiona, nos ajuda a viver a anunciar o Evangelho. Assim que receberam o Espírito Santo, os discípulos imediatamente saíram a anunciar a vida de Jesus.

A Festa de Pentecostes é o marco do anúncio da Evangelho, é epifania da Igreja Católica. Para nós não é uma simples lembrança, mas a certeza de que o Espírito Santo nos conduziu até aqui e continuará nos conduzindo em todos os momentos.

Vivamos a Solenidade de Pentecostes certos de que o Espírito santo está sobre nós e que Ele nos impulsiona e nos ajuda a viver a Palavra de Deus.

Vem Espírito Santo! Sopra sobre nós!

Maria e o Espírito Santo

Sabemos que Maria é cheia do Espírito Santo, pois “Em Maria, o Espírito Santo realiza o desígnio benevolente do Pai. É pelo Espírito Santo que a Virgem concebe e dá à luz o Filho de Deus”. (CIC 723).
Quando o anjo anuncia à Maria que ela será a mãe do Salvador,  já a declara cheia da graça de Deus, o Espírito Santo: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1,28). Assim como aconteceu com os apóstolos, logo após receber o Espírito Santo, Maria coloca-se a serviço e vai à casa de Isabel, visitá-la.

Não foi diferente com os apóstolos em Pentecostes. Após a ressurreição de Jesus, ele envia o seu Espírito Santo para que fosse em auxílio deles (Cf At 2, 1-13). A partir desse acontecimento, os apóstolos iniciam sua vida missionária e começam pregar o Evangelho em todas as partes, com novo ardor.
Somos chamados também a receber esse Espírito Santo que Deus dá a todos, sobretudo àqueles que se colocam disponíveis à Sua vontade.

Que possamos seguir o exemplo de Maria, que não se deteve às grandes graças dadas por Deus e peçamos o Espírito Santo, afim de que sejamos conduzidos a fazer a vontade de Deus em todo tempo.

Crescimento? Só em Deus!

“A quem compararemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos? É como o grão de mostarda que, quando é semeado, é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeado, cresce, torna-se maior que todas as hortaliças e estende de tal modo os seus ramos, que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra.” Mc 4, 30-32


Irmãos,


O Reino de Deus é semelhante ao grão de mostarda que mesmo sendo a menor de todas as sementes, torna-se a maior de todas as hortaliças. Como participante do Reino de Deus aqui na terra, devemos ter a certeza de que, mesmo sendo pequenos, podemos nos tornar capazes de abrigar a muitos. O certo é que “nem o que planta é alguma coisa nem o que rega, mas só Deus, que faz crescer.” (1 Cor 3, 7). O crescimento é Deus quem concede! Pois só Ele faz crescer!

Paz e Bem

Dom da Piedade - Catequese com o Papa Francisco – 04/06/14

brasão_papafrancisco
CATEQUESE

Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 4 de junho de 2014
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia,
Hoje queremos nos concentrar em um dom do Espírito Santo que tantas vezes é mal entendido ou considerado de modo superficial, e em vez disso toca no coração a nossa identidade e a nossa vida cristã: trata-se do dom da piedade.
É preciso esclarecer logo que este dom não se identifica com ter compaixão de alguém, ter piedade do próximo, mas indica a nossa pertença a Deus e a nossa ligação profunda com Ele, uma ligação que dá sentido a toda a nossa vida e que nos mantém sadios, em comunhão com Ele, mesmo nos momentos mais difíceis e conturbados.
1. Esta ligação com o Senhor não deve ser entendida como um dever ou uma imposição. É uma ligação que vem de dentro. Trata-se de uma relação vivida com coração: é a nossa amizade com Deus, dada a nós por Jesus, uma amizade que muda a nossa vida e nos enche de entusiasmo, de alegria. Por isso, o dom da piedade suscita em nós antes de tudo a gratidão e o louvor. É este, na verdade, o motivo e o sentido mais autêntico do nosso culto e da nossa adoração. Quando o Espírito Santo nos faz perceber a presença do Senhor e todo o seu amor por nós, aquece-nos o coração e nos move quase naturalmente à oração e à celebração. Piedade, então, é sinônimo de autêntico espírito religioso, de intimidade filial com Deus, daquela capacidade de rezar a Ele com amor e simplicidade que é própria das pessoas humildes de coração.
2. Se o dom da piedade nos faz crescer na relação e na comunhão com Deus e nos leva a viver como seus filhos, ao mesmo tempo nos ajuda a dirigir este amor também para os outros e a reconhecê-los como irmãos. E então sim seremos movidos por sentimentos de piedade – não de pietismo! – nos confrontos com quem está próximo a nós e com aqueles que encontramos todos os dias. Por que digo não de pietismo? Porque alguns pensam que ter piedade é fechar os olhos, fazer uma cara de imagem, fazer de conta que é um santo. No dialeto piemontês se diz ‘fare la “mugna quacia”’. Este não é o dom da piedade. O dom da piedade significa ser realmente capaz de alegar-se com quem está na alegria, de chorar com quem chora, de estar próximo a quem está sozinho ou angustiado, de corrigir quem está no erro, de consolar quem está aflito, de acolher e socorrer quem está precisando. Há uma relação muito estreita entre o dom da piedade e a mansidão. O dom da piedade que nos dá o Espírito Santo nos faz mansos, nos faz tranquilos, pacientes, em paz com Deus, a serviço dos outros com mansidão.

Queridos amigos, na Carta aos Romanos o apóstolo Paulo afirma: “Todos aqueles que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porquanto não recebestes um espírito de escravidão para viverdes ainda no temor, mas recebestes o espírito de adoção pelo qual clamamos: Aba! Pai” (Rm 8,14-15). 
Peçamos ao Senhor que o dom do seu Espírito possa vencer o nosso temor, as nossas incertezas, também o nosso espírito inquieto, impaciente, e possa nos tornar testemunhas alegres de Deus e do seu amor, adorando o Senhor em verdade e também no serviço ao próximo com mansidão e com sorriso que sempre o Espírito Santo nos dá na alegria. Que o Espírito Santo dê a todos nós este dom da piedade.


Fonte: http://papa.cancaonova.com/catequese-com-o-papa-francisco-040614/