Homem e mulher Ele os criou

Resultado de imagem para familia projeto de deusHoje em dia parece que há ainda mais confusão sobre o que significa ser homem e mulher. Nossa criação como tal e o chamado para que dois se tornem uma só carne não são meramente uma metáfora para o relacionamento de Cristo conosco. Como São João Paulo II afirmou, é o caminho fundamental no qual o mistério de amor eterno se torna visível a nós (ver TDC 19:4, 95b:6). Como Papa Francisco menciona, “No mais profundo do evangelho está a vida em comunidade” (Evangelli Gaudium, 177), e a comunidade humana de base é aquela do homem e mulher em uma só carne.
Talvez seja por isso que a sexualidade, o matrimônio e a família estejam sob um ataque tão violento hoje. Talvez por trás de tudo haja um inimigo que deseja nos impedir de compreender e adentrar o “mais profundo do evangelho”. Talvez haja um inimigo apontando todos os seus dardos ao fundamento da vida humana, da Igreja, e da civilização em si.
Reengenheiros sociais não gostam desse fato, mas quando deixamos os dados falarem, é muito claro: a civilização depende da família – isto é, da união comprometida entre um homem e uma mulher e a sua descendência naturalmente resultante. Contudo, a vida familiar desse tipo só é possível na medida em que aceitamos o projeto muitas vezes difícil de civilizar os nossos desejos sexuais, orientando-os à valorização da dignidade da pessoa humana, à verdade do amor altruísta, e à grandeza da procriação.
        Quando a satisfação do desejo sexual se torna um fim em si mesmo, a sociedade se torna utilitária. Você é valorizado se é útil. E, nesse caso, você é útil se você é sexualmente estimulante. Se você não é, ou se você ficar no caminho do meu prazer, você será ignorado, descartado, talvez até exterminado. Quando o prazer é o objetivo principal do sexo, as pessoas se tornam os meios, e os filhos se tornam obstáculos. Então ficamos com o prazer e matamos nossa descendência – e qualquer coisa que se ponha no caminho do meu “direito” de exercer a libido (da maneira que eu quiser e sem consequência ou responsabilidade) é considerada uma maldição.
Essa não é uma previsão severa de um futuro apocalíptico. Isso é o mundo em que vivemos agora. Se não recuperarmos a sensatez, somente podemos esperar caos e colapso social. Porém embora uma abordagem egoísta à sexualidade signifique degradação social, por outro lado, a sexualidade desinteressada e generosa é expressa na família (em inglês a palavra FAMÍLIA forma um acrônimo criado pelo Padre Stan Fortuna: F.A.M.I.L.Y.—Forget About Me, I Love You, ou seja, “esqueça de mim, eu te amo”).
Há dois mil anos atrás, a primeira evangelização transformou a civilização ao apresentar uma alternativa à sexualidade egoísta e, conseqüentemente, para seu resultado inevitável de infanticídio e colapso cultural. Ao seguir o exemplo de Cristo de amor desinteressado – “Maridos, amem suas esposas como Cristo amou a Igreja” (Ef 5, 25) – os primeiros cristãos transformaram o mundo sendo testemunhas do verdadeiro significado da sexualidade, do matrimônio e da família. Nós podemos e devemos fazer o mesmo na nova evangelização.
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Traduzido do texto de *Christopher West disponível em http://chastityproject.com/2015/04/male-female-created/

*Christopher West é mundialmente conhecido pelo seu trabalho com a Teologia do Corpo de São João Paulo II.

Perdoar de todo coração

Resultado de imagem para perdao “Assim tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo coração” ( Mt 18 , 35)

O trecho em epígrafe encerra a parábola do servo cruel (Mt 18, 23-35), em que Jesus compara o Reino dos céus a um rei que deseja ajustar contas com seus servos. Um deles devia uma fortuna imperial, uma soma vultuosa, sem ter como pagar o rei manda prendê-lo , no entanto esse servo prostra-se por terra e pede um prazo para quitar a dívida : “Cheio de compaixão, o senhor o deixou ir embora e perdoou-lhe a dívida”.  (Mt 18, 27).
Prestemos atenção no que aconteceu com esse servo, ele tinha uma dívida praticamente impossível de quitar, ele apenas pede um prazo e o rei o liberta da dívida. A figura do rei é o próprio Cristo, por conta do pecado devíamos a Deus uma soma incalculável, mas o Senhor se compadeceu de nós e quitou nossa dívida, nos fez livres, ele nos perdoou de todo coração. Nós porém, tal como o servo dessa parábola, ao invés de libertarmos nossos irmãos com o perdão, preferimos aprisioná-los (Mt 18,28-30).
Rezamos na oração que o senhor nos ensinou: “perdoai-nos as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos ofendeu”. Deus me perdoa muito, de maneira abundante e eu tenho que fazer o mesmo com os meus irmãos, à medida que perdoo sou perdoado por Deus, preciso perdoar de todo coração, sem reservas, tal como Jesus na cruz, à maneira concreta de amar a Deus é amar meus irmãos, afinal: “Porque aquele que não ama seu irmão a quem vê, é incapaz de amar a Deus a quem não vê (1 Jo 4, 20).
Deus é sempre misericordioso conosco está sempre disposto a perdoar aquele que se arrepende, por isso que nós em resposta a esse amor imenso de Deus, contando com a ação de Seu Espírito, tenhamos um coração mais misericordioso, pronto a libertar nossos irmãos com a graça do perdão.

Amizade com Jesus


Resultado de imagem para amizade com Jesus        Uma amizade acontece quando duas pessoas dedicam tempo em conhecer um ao outro. Com isso, a intimidade cresce a tal ponto que, pelo olhar, pelas expressões, um já consegue imaginar o que o outro está pensando,torna-se algo natural. Eu e você fomos criados para conhecer e amar a Deus, pra viver com Ele um relacionamento que ultrapassa a profundidade de intimidade que existe em uma amizade humana. Mas, como chegar a essa intimidade, a essa amizade natural com Deus?
A Palavra de Deus nos diz: “Cortai, pois, o prepúcio de vosso coração, e cessai de endurecer vossa cerviz.” (Dt 10, 16). Na edição da Bíblia Ave Maria, a respeito deste versículo, é dito que, no sentido figurado, ele significa: “arrancai o que impede a função normal de vosso coração, que é compreender a Palavra do Senhor”. Ou seja, eu e você temos na natureza do nosso ser, é algo natural, assim como é natural para os olhos enxergar, a compreensão da Palavra de Deus. Logo, ouvir a Palavra de Deus, compreendê-la e através dela viver essa amizade com a Pessoa de Jesus, que é a Palavra encarnada, é algo natural de nossa humanidade. No entanto, nós temos essa “miopia” no coração, que nos atrapalha na vivência da Palavra de Deus, ela se manifesta quando não conseguimos compreender a Deus, porque queremos contar apenas com nossas próprios esforços em vez de contar com o Espírito Santo de Deus, quando deixamos que outras palavras tenham acesso ao nosso coração, ou ao não dedicarmos nosso tempo na escuta , na leitura orante da Palavra porque assim como em uma amizade, precisamos investir tempo para crescer em conhecimento e amor e assim se lançar cada dia mais na confiança em Deus.

 Que possamos hoje movidos pelo Espírito Santo identificar tudo aquilo que impede que a Palavra de Vida seja semeada no nosso coração, lutemos para que nossos medos, nossa preguiça, nossa presunção, não nos impeça de chegar a tão grande e preciosa amizade: a amizade com Jesus Palavra, o Verbo que se encarnou, se fez pequeno, para nossa salvação.

Ofertar o Nada.


"Mas – disseram eles - nós não temos mais que cinco pães e dois peixes. Trazei-mos – disse-lhes ele”. (Mt 14, 17-18). 

O trecho acima está no relato do evangelista Mateus sobre o milagre da multiplicação dos pães (Mt 14, 13-21). Jesus após receber a notícia da morte de João Batista parte de barca a um lugar deserto, o povo sabendo disso dirigiu-se em grande quantidade a pé para onde estava Jesus e Ele se compadeceu dessa multidão e curou seus doentes.
Os discípulos preocupados com aquele povo pedem para que Jesus os despeça para que possam comprar alimento, já era tarde e o lugar em que estavam era deserto. A essa justa preocupação dos discípulos Jesus responde: “Não é necessário: dai-lhe vós mesmo de comer”. (Mt 14,16).
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A esse pedido de Jesus, a essa provocação, os discípulos respondem o texto destacado no inicio, o que eles tinham não era suficiente, era praticamente nada e é desse nada ofertado pelos discípulos, cinco pães e dois peixes, que Jesus sacia uma multidão de cinco mil homens sem contar mulheres e crianças e ainda sobram doze cestos cheios.Esse é o nosso Deus, ele faz milagres, realiza o impossível, mas ainda sim quer contar com a nossa ínfima oferta, deseja que saiamos de nós mesmos para ir ao encontro das necessidades dos outros. 

Podemos ter uma certeza: o que temos nunca será o suficiente para saciar nem ao menos uma pessoa. Somos pequenos demais, por mais sacrifícios e entregas que já tenhamos feito perto do sacrifício de Jesus na cruz, tudo o que já realizamos é nada. No entanto, é esse nada que Deus nos pede, é isso que a Ele entregamos pois quem realiza o milagre é Deus nós somos apenas colaboradores, falhos instrumentos, que no pouco ofertado com o auxilio da ação divina pode saciar multidões.
Possamos então confiantes da ação de Deus, da vontade dele de contar conosco, ofertar nossos cinco pães e dois peixes. Ofertemos o nosso nada, para que Deus transforme em tudo.