
Talvez seja por isso que a sexualidade, o matrimônio e a família estejam
sob um ataque tão violento hoje. Talvez por trás de tudo haja um inimigo que
deseja nos impedir de compreender e adentrar o “mais profundo do evangelho”.
Talvez haja um inimigo apontando todos os seus dardos ao fundamento da vida
humana, da Igreja, e da civilização em si.
Reengenheiros sociais não gostam desse fato, mas quando deixamos os
dados falarem, é muito claro: a civilização depende da família – isto é, da
união comprometida entre um homem e uma mulher e a sua descendência
naturalmente resultante. Contudo,
a vida familiar desse tipo só é possível na medida em que aceitamos o projeto
muitas vezes difícil de civilizar os nossos
desejos sexuais, orientando-os à valorização da dignidade da pessoa humana, à
verdade do amor altruísta, e à grandeza da procriação.
Quando a satisfação do desejo sexual
se torna um fim em si mesmo, a sociedade se torna utilitária. Você é valorizado
se é útil. E, nesse caso, você é útil se você é sexualmente estimulante. Se você não é, ou se você ficar no caminho do meu
prazer, você será ignorado, descartado, talvez até exterminado. Quando o prazer
é o objetivo principal do sexo, as pessoas se tornam os meios, e os filhos se
tornam obstáculos. Então ficamos com o prazer e matamos nossa descendência – e
qualquer coisa que se ponha no caminho do meu “direito” de exercer a libido (da
maneira que eu quiser e sem consequência ou responsabilidade) é considerada uma
maldição.
Essa não é uma previsão severa de um futuro apocalíptico. Isso é o mundo em que vivemos agora. Se
não recuperarmos a sensatez, somente podemos esperar caos e colapso social.
Porém embora uma abordagem egoísta à sexualidade signifique degradação social,
por outro lado, a sexualidade desinteressada e generosa é expressa na família
(em inglês a palavra FAMÍLIA forma um acrônimo criado pelo Padre Stan Fortuna: F.A.M.I.L.Y.—Forget
About Me, I Love You, ou seja, “esqueça de mim, eu te amo”).
Há dois mil anos atrás, a primeira evangelização transformou a
civilização ao apresentar uma alternativa à sexualidade egoísta e,
conseqüentemente, para seu resultado inevitável de infanticídio e colapso
cultural. Ao seguir o exemplo de Cristo de amor desinteressado – “Maridos, amem
suas esposas como Cristo amou a Igreja” (Ef 5, 25) – os primeiros cristãos
transformaram o mundo sendo testemunhas do verdadeiro significado da
sexualidade, do matrimônio e da família. Nós podemos e devemos fazer o mesmo na
nova evangelização.
____________________________
Traduzido do texto de *Christopher West disponível em http://chastityproject.com/2015/04/male-female-created/
*Christopher West é mundialmente
conhecido pelo seu trabalho com a Teologia do Corpo de São João Paulo II.
Nenhum comentário:
Postar um comentário