'A ressurreição da carne' - Catequese Papa Francisco 27/11/2013

Catequese com o Papa Francisco - 27/11/2013
CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 27 de novembro de 2013


Boletim da Santa Sé

Tradução: Jéssica Marçal


Queridos irmãos e irmãs,


Bom dia e parabéns porque vocês são corajosos com este frio na praça. Parabéns!



Quero concluir as catequeses sobre “Credo”, desenvolvidas durante o Ano da Fé, que se concluiu domingo passado. Nesta catequese e na próxima, gostaria de considerar o tema da ressurreição da carne, capturando dois aspectos como os apresenta o Catecismo da Igreja Católica, isso é, o nosso morrer e o nosso ressurgir em Jesus Cristo. Hoje, concentro-me no primeiro aspecto, “morrer em Cristo”.


1. Entre nós, comumente, há um modo errado de olhar para a morte. A morte diz respeito a todos, e nos interroga de modo profundo, especialmente quando nos toca de modo próximo, ou quando atinge os pequenos, os indefesos de maneira que nos resulta “escandalosa”. A mim sempre veio a pergunta: por que sofrem as crianças? Por que morrem as crianças? Se entendida como o fim de tudo, a morte assusta, aterroriza, transforma-se em ameaça que infringe todo sonho, toda perspectiva, que rompe toda relação e interrompe todo caminho. Isso acontece quando consideramos a nossa vida como um tempo fechado entre dois pólos: o nascimento e a morte; quando não acreditamos em um horizonte que vai além daquele da vida presente; quando se vive como se Deus não existisse. Esta concepção da morte é típica do pensamento ateu, que interpreta a existência como um encontrar-se casualmente no mundo e um caminhar para o nada. Mas existe também um ateísmo prático, que é um viver somente para os próprios interesses e viver somente para as coisas terrenas. Se nos deixamos levar por esta visão errada da morte, não temos outra escolha se não ocultar a morte, negá-la ou banalizá-la, para que não nos cause medo.


2. Mas a essa falsa solução se rebela o “coração” do homem, o desejo que todos nós temos de infinito, a nostalgia que todos temos do eterno. E então qual é o sentido cristão da morte? Se olhamos para os momentos mais dolorosos da nossa vida, quando perdemos uma pessoa querida – os pais, um irmão, uma irmã, um cônjuge, um filho, um amigo – nos damos conta de que, mesmo no drama da perda, mesmo dilacerados pela separação, sai do coração a convicção de que não pode estar tudo acabado, que o bem dado e recebido não foi inútil. Há um instinto poderoso dentro de nós que nos diz que a nossa vida não termina com a morte.


Esta sede de vida encontrou a sua resposta real e confiável na ressurreição de Jesus Cristo. A ressurreição de Jesus não dá somente a certeza da vida além da morte, mas ilumina também o próprio mistério da morte de cada um de nós. Se vivemos unidos a Jesus, fiéis a Ele, seremos capazes de enfrentar com sabedoria e serenidade mesmo a passagem da morte. A Igreja, de fato, prega: “Se nos entristece a certeza de dever morrer, consola-nos a promessa da imortalidade futura”. Uma bela oração esta da Igreja! Uma pessoa tende a morrer como viveu. Se a minha vida foi um caminho com o Senhor, um caminho de confiança na sua imensa misericórdia, estarei preparado para aceitar o último momento da minha existência terrena como o definitivo abandono confiante em suas mãos acolhedoras, à espera de contemplar face-a-face o seu rosto. Essa é a coisa mais bela que pode nos acontecer: contemplar face-a-face aquele rosto maravilhoso do Senhor, vê-Lo como Ele é, belo, cheio de luz, cheio de amor, cheio de ternura. Nós caminhamos para este ponto: ver o Senhor.


3. Neste horizonte se compreende o convite de Jesus a estar sempre prontos, vigilantes, sabendo que a vida neste mundo nos foi dada também para preparar a outra vida, aquela com o Pai Celeste. E para isto há um caminho seguro: preparar-se bem para a morte, estando próximo a Jesus. Esta é a segurança: o meu preparo para a morte estando próximo a Jesus. E como se fica próximo a Jesus? Com a oração, nos Sacramentos e também na prática da caridade. Recordemos que Ele está presente nos mais frágeis e necessitados. Ele mesmo identificou-se com eles, na famosa parábola do juízo final, quando disse: “Tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era peregrino e me acolhestes, nu e me vestistes, enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim…Tudo aquilo que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25, 35-36. 40). Portanto, um caminho seguro é recuperar o sentido da caridade cristã e da partilha fraterna, cuidar das feridas corporais e espirituais do nosso próximo. A solidariedade no partilhar a dor e infundir esperança é premissa e condição para receber por herança aquele Reino preparado para nós. Quem pratica a misericórdia não teme a morte. Pensem bem nisto: quem pratica a misericórdia não teme a morte! Vocês estão de acordo? Digamos juntos para não esquecê-lo? Quem pratica a misericórdia não teme a morte. E por que não teme a morte? Porque a olha em face das feridas dos irmãos e a supera com o amor de Jesus Cristo.


Se abrirmos a porta da nossa vida e do nosso coração aos irmãos mais pequeninos, então também a nossa morte se tornará uma porta que nos introduzirá no céu, na pátria bem aventurada, para a qual estamos caminhando, desejando habitar para sempre com o nosso Pai, Deus, com Jesus, com Nossa Senhora e com os santos.

YouCat Online - O que significa a "imaculada conceição de Maria"?





A Igreja acredita «que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus omnipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha do pecado original». (-> Dogma de 1854) [487-492, 508]

A crença na "conceição sem mancha" existe desde o princípio da Igreja. Hoje, o conceito é equívoco. Ele declara que Deus preservou Maria do pecado original desde o início. Não se refere à concepção de Jesus no ventre de Maria. Nem sequer é uma desvalorização da sexualidade no Cristianismo, como se o homem e a mulher se manchassem quando concebem um filho. -> 68-69

Em 1858, Santa Bernardete Soubirous teve uma aparição de Nossa Senhora, em que esta lhe revelou ser a "Imaculada Conceição.

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O Dogma da Imaculada Conceição de Maria


Por ter sido escolhida para ser a Mãe do Verbo humanado, a Virgem Maria foi concebida sem o pecado original. A Mãe do Filho de Deus não poderia ter pecado nenhum, pois ela é a mulher saudada pelo Anjo como “a cheia de graça” (gratia plena); nela tudo é graça.
Os padres da Igreja chamam a Mãe de Deus de “a toda santa” (“Pan-hagia”); celebram-na como “imune de toda mancha de pecado, tendo sido plasmada pelo Espírito Santo, e formada como uma nova criatura” (LG 56). “Bendita és tu entre as mulheres…”(Lc 1,42). O Concílio de Trento confessou que:
“Foi ela que, primeiro e de uma forma única, se beneficiou da vitória sobre o pecado conquistada por Cristo: ela foi preservada de toda mancha do pecado original e durante toda a vida terrestre, por uma graça especial de Deus, não cometeu nenhuma espécie de pecado” (DS 1573).
É de notar que em 1476 a Festa da Imaculada Conceição foi incluída no Calendário Romano. Em 1570, o Papa Pio V publicou o Novo Ofício e, em 1708, o Papa Clemente XI estendeu a festa a toda a Cristandade tornando-a obrigatória.
Em 27 de novembro de 1830, Nossa Senhora apareceu a Santa Catarina Labouré, na Capela das filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em Paris, e lhe pediu que mandasse cunhar e propagar a devoção à chamada “Medalha Milagrosa”, precisamente com esta inscrição: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.
O Papa Pio IX na Bula “Ineffabilis Deus”, de 8 de dezembro de 1854, pronunciou, solenemente como dogma a verdade que a Igreja tomou conhecimento ao longo dos séculos: Maria, “cumulada de graça” por Deus, foi redimida desde a concepção. Disse o Sumo Pontífice: “Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, foi por singular graça e privilégio de Deus onipotente em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano, preservada imune de toda mancha de culpa original, foi revelada por Deus, portanto, deve ser firme e constantemente acreditada por todos os fiéis” (DZ 2803).
É fundamental entender que esta santidade absolutamente única da qual Maria é enriquecida desde o primeiro instante de sua conceição lhe vem inteiramente de Cristo: “Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime” (LG 53). Mais do que qualquer outra pessoa criada, o Pai a “abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo” (Ef 1,3). Ele a “escolheu nele (Cristo), desde antes da fundação do mundo, para ser santa e imaculada em sua presença, no amor” (Ef 1,4). (cf. Catecismo da Igreja Católica §492).
Isso significa que Nossa Senhora também foi salva pelos méritos de Cristo, mas de maneira diferente de nós. Enquanto nós fomos feridos pelo pecado original, e depois livres dele pelo batismo, a Virgem Maria foi preservada do pecado (como que vacinada). Assim, todos fomos salvos do pecado por Cristo. O fato de Cristo ter nascido depois da Mãe, não O impede de tê-la salvo, pois para Deus o tempo não é um limitador como para nós; Ele é o Senhor do tempo.
É muito significativo que, quatro anos depois de o Papa Pio IX ter proclamado esse dogma, Nossa Senhora se revelou a Santa Bernadete Soubirous, na Gruta de Lourdes desta forma: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Bernadete, pobre menina camponesa, não sabia o que aquilo significava, mas toda a Igreja já conhecia a proclamação do dogma. Maria veio à terra confirmar a verdade e infalibilidade do Papa.
São Bernardino de Sena, falecido em 1444, diz a Virgem Maria: “Antes de toda criatura fostes, ó Senhora, destinada na mente de Deus para Mãe do Homem Deus. Se não por outro motivo, ao menos pela honra de seu Filho, que é Deus, era necessário que o Pai Eterno a criasse pura de toda mancha” (GM, p. 210).
E pergunta Santo Anselmo, bispo e doutor da Igreja (†1109): “Deus, que pode conceder a Eva a graça de vir ao mundo imaculada, não teria podido concedê-la também a Maria?”. “A Virgem, a quem Deus resolveu dar Seu Filho Único, tinha de brilhar numa pureza que ofuscasse a de todos os anjos e de todos os homens e fosse a maior imaginável abaixo de Deus” (idem, p. 212).
Santo Agostinho de Hipona, Bispo e doutor da Igreja (†430) disse: “Nem se deve tocar na palavra “pecado” em se tratando de Maria; e isso por respeito Àquele de quem mereceu ser a Mãe, que a preservou de todo pecado por sua graça” (ibidem, p. 215).
Pergunta São Cirilo de Alexandria (370-444), bispo e doutor da Igreja: “Que arquiteto, erguendo uma casa de moradia, consentiria que seu inimigo a possuísse inteiramente e habitasse?” (GM, p. 216). Assim Deus jamais permitiu que seu inimigo tocasse naquela em que Ele seria gerado homem”.
Afirma Santo Afonso de Ligório (1787), doutor da Igreja: “Se conveio ao Pai preservar Maria do pecado, porque Lhe era Filha, e ao Filho porque Lhe era Mãe, está visto que o mesmo se há de dizer do Espírito Santo, de quem era a Virgem Esposa” (GM, p. 218).
Prof. Felipe Aquino

Encerramento do Ano da Fé - Homilia de Papa Francisco

Homilia do Papa no encerramento do Ano da Fé - 24/11/2013HOMILIA
Santa Missa de encerramento do Ano da Fé
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 24 de novembro de 2013
Boletim da Santa Sé
A solenidade de Cristo Rei do universo, que hoje celebramos como coroamento do ano litúrgico, marca também o encerramento do Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI, para quem neste momento se dirige o nosso pensamento cheio de carinho e de gratidão por este dom que nos deu. Com esta iniciativa providencial, ele ofereceu-nos a oportunidade de redescobrirmos a beleza daquele caminho de fé que teve início no dia do nosso Batismo e nos tornou filhos de Deus e irmãos na Igreja; um caminho que tem como meta final o encontro pleno com Deus e durante o qual o Espírito Santo nos purifica, eleva, santifica para nos fazer entrar na felicidade por que anseia o nosso coração.
Desejo também dirigir uma cordial e fraterna saudação aos Patriarcas e aos Arcebispos Maiores das Igrejas Orientais Católicas, aqui presentes. O abraço da paz, que trocarei com eles, quer significar antes de tudo o reconhecimento do Bispo de Roma por estas Comunidades que confessaram o nome de Cristo com uma fidelidade exemplar, paga muitas vezes por caro preço.
Com este gesto pretendo igualmente, através deles, alcançar todos os cristãos que vivem na Terra Santa, na Síria e em todo o Oriente, a fim de obter para todos o dom da paz e da concórdia.
As Leituras bíblicas que foram proclamadas têm como fio condutor a centralidade de Cristo: Cristo está no centro, Cristo é o centro. Cristo, centro da criação, do povo e da história.
1. O Apóstolo Paulo, na segunda Leitura tirada da Carta aos Colossenses, dá-nos uma visão muito profunda da centralidade de Jesus. Apresenta-O como o Primogênito de toda a criação: Nele, por Ele e para Ele foram criadas todas as coisas. Ele é o centro de todas as coisas, é o princípio: Jesus Cristo, o Senhor. Deus deu-Lhe a plenitude, a totalidade, para que Nele fossem reconciliadas todas as coisas (cf. 1, 12-20). Senhor da criação, Senhor da reconciliação.
Esta imagem faz-nos compreender que Jesus é o centro da criação; e, portanto, a atitude que se requer do crente – se o quer ser de verdade – é reconhecer e aceitar na vida esta centralidade de Jesus Cristo, nos pensamentos, nas palavras e nas obras. E, assim, os nossos pensamentos serão pensamentos cristãos, pensamentos de Cristo. As nossas obras serão obras cristãs, obras de Cristo, as nossas palavras serão palavras cristãs, palavras de Cristo. Diversamente, quando se perde este centro, substituindo-o por outra coisa qualquer, disso só derivam danos para o meio ambiente que nos rodeia e para o próprio homem.
2. Além de ser centro da criação e centro da reconciliação, Cristo é centro do povo de Deus. E hoje mesmo Ele está aqui, no centro da nossa assembleia. Está aqui agora na Palavra e estará aqui no altar, vivo, presente, no meio de nós, seu povo. Assim nos mostra a primeira Leitura, que narra o dia em que as tribos de Israel vieram procurar Davi e ungiram-no rei sobre Israel diante do Senhor (cf. 2 Sam 5, 1-3). Na busca da figura ideal do rei, aqueles homens procuravam o próprio Deus: um Deus que Se tornasse vizinho, que aceitasse caminhar com o homem, que Se fizesse seu irmão.
Cristo, descendente do rei Davi, é precisamente o “irmão” ao redor do qual se constitui o povo, que cuida do seu povo, de todos nós, a preço da sua vida. Nele, nós somos um só; um só povo unido a Ele, partilhamos um só caminho, um único destino. Somente Nele, Nele por centro, temos a identidade como povo.
3. E, por último, Cristo é o centro da história da humanidade e também o centro da história de cada homem. A Ele podemos referir as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de que está tecida a nossa vida. Quando Jesus está no centro, até os momentos mais sombrios da nossa existência se iluminam: Ele nos dá esperança, como fez com o bom ladrão no Evangelho de hoje.
Enquanto todos os outros se dirigem a Jesus com desprezo – “Se és o Cristo, o Rei Messias, salva-Te a Ti mesmo, descendo do patíbulo!” –, aquele homem, que errou na vida, no fim agarra-se arrependido a Jesus crucificado suplicando: “Lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino” (Lc 23, 42). E Jesus promete-lhe: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (23, 43): o seu Reino. Jesus pronuncia apenas a palavra do perdão, não a da condenação; e quando o homem encontra a coragem de pedir este perdão, o Senhor nunca deixa sem resposta um tal pedido. Hoje todos nós podemos pensar na nossa história, no nosso caminho. Cada um de nós tem a sua história; cada um de nós tem também os seus erros, os seus pecados, os seus momentos felizes e os seus momentos sombrios. Neste dia, far-nos-á bem pensar na nossa história, olhar para Jesus e, do fundo do coração, repetir-lhe muitas vezes – mas com o coração, em silêncio – cada um de nós: “Lembra-Te de mim, Senhor, agora que estás no teu Reino! Jesus, lembra-Te de mim, porque eu tenho vontade de me tornar bom, mas não tenho força, não posso: sou pecador, sou pecadora. Mas lembra-Te de mim, Jesus! Tu podes lembrar-Te de mim, porque Tu estás no centro, Tu estás precisamente no teu Reino!”. Que bom! Façamo-lo hoje todos, cada um no seu coração, muitas vezes: “Lembra-Te de mim, Senhor, Tu que estás no centro, Tu que estás no teu Reino!”.
A promessa de Jesus ao bom ladrão dá-nos uma grande esperança: diz-nos que a graça de Deus é sempre mais abundante de quanto pedira a oração. O Senhor dá sempre mais – Ele é tão generoso! –, dá sempre mais do que se Lhe pede: pedes-Lhe que Se lembre de ti, e Ele leva-te para o seu Reino! Jesus é precisamente o centro dos nossos desejos de alegria e de salvação. Caminhemos todos juntos por esta estrada!

Viva Cristo Rei!

Sabe-se que a Igreja encerra seu Ano Litúrgico com a Solenidade Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. No entanto, poucos se dão conta de que se trata de uma festa relativamente recente, pois só foi instituída em 1925, portanto há menos de cem anos. Mas o que levou o papa Pio XI a dedicar a primeiríssima encíclica de seu pontificado à criação de uma festa de Cristo Rei? (cf. carta encíclica Quas primas, 11/12/1925).

No início do século XX, o mundo, que ainda estava se recuperando da Primeira Guerra Mundial, fora varrido por uma onda de secularismo e de ódio à Igreja, como nunca visto na história do Ocidente. O fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha, o comunismo na Rússia, a revolução maçônica no México, anti-clericalismos e governos ditatoriais grassavam por toda parte. É neste contexto que, sem medo de ser literalmente "politicamente incorreto", o papa Pio XI institui uma festa litúrgica para celebrar uma verdade de nossa fé: mesmo em meio a ditaduras e perseguições à Igreja, Nosso Senhor Jesus Cristo continua a reinar, soberano, sobre toda a história da humanidade.

Recordar que Jesus é Rei do Universo foi um gesto de coragem do Santo Padre. Com as revoluções que se seguiram ao fim do primeiro conflito mundial, em 1917, o título de Cristo Rei tornara-se um tanto impopular. Se o Papa tivesse exaltado Jesus como profeta, mestre, curador de enfermos, servo humilde, vá lá! Qualquer outro título teria sido mais aceitável. Mas Cristo Rei?!…

Mesmo assim, nadando contra a correnteza e se opondo ao secularismo ateu e anti-clerical, o Vigário de Cristo na terra instituiu esta solenidade para nos recordar que todas as coisas culminam na plenitude do Cristo Senhor: "Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim de todas as coisas" (Ap 1, 8). É necessário reavivar a fé na restauração e na reparação universal realizadas em Cristo Jesus, Senhor da vida e da história.

Com esta solenidade o Papa Pio XI esperava algumas mudanças no cenário mundial:
Que as nações reconhecessem que a Igreja deve estar livre do poder do Estado 
(Quas primas, 32). Que os líderes das nações reconhecessem o devido respeito e obediência a Nosso Senhor Jesus Cristo (Quas primas, 31). Que os fieis, com a celebração litúrgica e espiritual desta solenidade, retomassem coragem e força e renovassem sua submissão a Nosso Senhor, fazendo com que ele reine em seus corações, suas mentes, suas vontades e seus corpos (Quas primas, 33).

Encerrar o Ano Litúrgico com a Solenidade de Cristo Rei é consagrar a Nosso Senhor o mundo inteiro, toda a nossa história e toda nossa vida. É entregar à sua infinita misericórdia um mundo onde reina o pecado.
Pilatos pergunta a Jesus se ele é rei. Nosso Salvador responde que seu Reino não é deste mundo. Ou seja, não é deste mundo “inventado” pelo homem e pelo pecado: o mundo da injustiça, da escravidão, da violência, do ódio, da morte e da dor. Ele é rei do Reino de seu Pai e, como rei-pastor, desde o alto da cruz, guia a sua Igreja em meio às tribulações.

Sabemos que o Reinado de Cristo não se realizará por um triunfo histórico da Igreja. É isto que nos recorda o Catecismo da Igreja Católica em seu número 677. Mesmo assim, no final, haverá sem dúvida uma vitória de Deus sobre o mal. Só que esta vitória acontecerá como acontecem todas as vitórias de Deus: através da morte e da ressurreição A Igreja só entrará na glória do Reino se passar por uma derradeira Páscoa. A Esposa deve seguir o caminho do Esposo. É assim que, nesta festa, o manto vermelho de Cristo assinala a realeza de Nosso Senhor, mas também nos recorda o sangue de tantos mártires Cristãos de nossa história recente. Foram fieis católicos que, ouvindo os apelos do Sucessor de Pedro, não tiveram medo de entregar suas próprias vidas e de morrer aos brados de "viva Cristo Rei!"


Festa da Unidade - Encerramento do Ano da Fé

(assista o vídeo, clique no link acima)



A celebração também marca o encerramento do ano litúrgico, o domingo de Cristo Rei, o dia do cristão leigo e o início da campanha para evangelização
               
 Após a Jornada Mundial da Juventude Rio2013, a Arquidiocese do Rio de Janeiro reúne todo o povo carioca para a celebração da Festa da Unidade, por ocasião do encerramento do Ano da Fé. A data também marca o fim do ano litúrgico, o domingo de Cristo Rei, o dia do cristão leigo e o início da campanha para evangelização.
 Segundo o arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta é um importante momento da igreja. "O papa Bento XVI convocou o Ano da fé e nos chamou a aprofunda-la", explica. "A arquidiocese quer viver este momento celebrando em unidade, reunidos para agradecer a Deus pelo que vivemos, em especial a Jornada Mundial da Juventude, e olhar com esperança e confiança para o futuro o ano, que traz o Ano da Caridade Social".
 A programação da Jornada da Unidade conta com testemunhos, louvor, Adoração e missa presidida por Dom Orani, além da participação de padre Reginaldo Manzotti. O arcebispo convoca as paróquias, capelas, movimentos e novas comunidades para estarem juntos. São esperadas caravanas de todas as paróquias do Rio de Janeiro, marcando a comunhão da igreja.

O evento será realizado de 13h30 às 18h, na Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Ano litúrgico
É o período de doze meses, divididos em tempos litúrgicos, que celebram os mistérios de Cristo e a memória dos Santos. Organiza as comemorações religiosas, estabelecendo um calendário de datas. Começa no 1º Domingo do Advento (cerca de quatro semanas antes do Natal) e termina no sábado anterior a ele. Está dividido em “Tempos Litúrgicos": Advento, Natal, Quaresma, Tríduo Pascal, Tempo Pascal, Tempo Comum.

Ano da Fé
Instalado pelo Papa Bento XVI nas comemorações da abertura do Cinquentenário do Concílio Ecumênico Vaticano II e o vigésimo ano do Catecismo da Igreja Católica, o “Ano da Fé” transcorre de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013. É mais uma oportunidade para que os católicos voltem um olhar mais apurado aos valores das doutrinas, revendo os Documentos do Concílio e as orientações presentes no Catecismo da Igreja Católica. É um excelente período para o conhecimento dos valores presentes no depósito da fé. A primeira vez que foi proclamado o “Ano da Fé” foi em 1967, instalado pelo Servo de Deus Papa Paulo VI, por ocasião do décimo nono aniversário do martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo.

Ano da Caridade Social
O ano de 2014 será dedicado à reflexão sobre a responsabilidade cristã em favor da vida em toda a Arquidiocese do Rio de Janeiro. Será o Ano da Caridade Social.

Fé e Vocação - um chamado de intimidade com Deus



Entrevista com Suane do CAOV (Centro Arquidiocesano de Orientação Vocacional), de Niterói, no Congresso "Jovens de fé para um novo Tempo" da Comunidade Dom de Deus.

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A remissão dos pecados - Catequese com o Papa Francisco 20/11/2013

Catequese com o Papa Francisco: remissão dos pecados 20/11/2013
CATEQUESE

Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 20 de novembro de 2013


Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Quarta-feira passada falei da remissão dos pecados, referida de modo particular ao Batismo. Hoje prosseguimos no tema da remissão dos pecados, mas em referência ao chamado “poder das chaves”, que é um símbolo bíblico da missão que Jesus deu aos Apóstolos.
Antes de tudo, devemos recordar que o protagonista do perdão dos pecados é o Espírito Santo. Em sua primeira aparição aos Apóstolos, no cenáculo, Jesus ressuscitado fez o gesto de assoprar sobre eles dizendo: “Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 22-23). Jesus, transfigurado em seu corpo, agora é homem novo, que oferece os dons pascoais frutos da sua morte e ressurreição. Quais são estes dons? A paz, a alegria, o perdão dos pecados, a missão, mas, sobretudo, doa o Espírito Santo que de tudo isto é a fonte. O sopro de Jesus, acompanhado das palavras com as quais comunica o Espírito, indica o transmitir a vida, a vida nova regenerada pelo perdão.
Mas antes de fazer o gesto de soprar e doar o Espírito Santo, Jesus mostra as suas chagas, nas mãos e no peito: estas feridas representam o preço da nossa salvação. O Espírito Santo nos traz o perdão de Deus “passando através” das chagas de Jesus. Estas chagas que Ele quis conservar; também neste momento Ele no Céu faz ver ao Pai as chagas com as quais nos redimiu. Pela força dessas chagas, os nossos pecados são perdoados: assim Jesus deu a sua vida pela nossa paz, pela nossa alegria, pelo dom da graça na nossa alma, pelo perdão dos nossos pecados. É muito belo olhar assim para Jesus!

E chegamos ao segundo elemento: Jesus dá aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados. É um pouco difícil entender como um homem pode perdoar os pecados, mas Jesus dá este poder. A Igreja é guardiã do poder das chaves, de abrir ou fechar ao perdão. Deus perdoa cada homem em sua soberana misericórdia, mas Ele mesmo quis que quantos pertencem a Cristo e à Igreja recebam o perdão mediante os ministros da comunidade. Através do ministério apostólico, a misericórdia de Deus me alcança, as minhas culpas são perdoadas e me é dada a alegria. Deste modo, Jesus nos chama a viver a reconciliação também na dimensão eclesial, comunitária. E isto é muito bonito. A Igreja, que é santa e ao mesmo tempo necessitada de penitência, acompanha o nosso caminho de conversão por toda a vida. A Igreja não é mestre do poder das chaves, mas é serva do ministério da misericórdia e se alegra todas as vezes que pode oferecer este dom divino.
Tantas pessoas talvez não entendem a dimensão eclesial do perdão, porque domina sempre o individualismo, o subjetivismo, e também nós cristãos somos afetados por isso. Certo, Deus perdoa cada pecador arrependido, pessoalmente, mas o cristão está ligado a Cristo, e Cristo está unido à Igreja. Para nós cristãos, há um dom a mais, e há também um compromisso a mais: passar humildemente pelo ministério eclesial. Isto devemos valorizar; é um dom, uma cura, uma proteção e também é a segurança de que Deus me perdoou. Eu vou até o irmão sacerdote e digo: “Padre, fiz isto…”. E ele responde: “Mas eu te perdoo; Deus te perdoa”. Naquele momento, eu estou seguro de que Deus me perdoou! E isto é belo, isto é ter a segurança de que Deus nos perdoa sempre, não se cansa de perdoar. E não devemos nos cansar de ir e pedir perdão. Pode-se ter vergonha de dizer os pecados, mas as nossas mães e as nossas avós diziam que é melhor ficar vermelho uma vez que amarelo mil vezes. Fica-se vermelho uma vez, mas são perdoados os pecados e se segue adiante.

Enfim, um último ponto: o sacerdote instrumento para o perdão dos pecados. O perdão de Deus que vem dado na Igreja é transmitido por meio do ministério de um irmão nosso, o sacerdote; também ele um homem que como nós precisa de misericórdia, torna-se verdadeiramente instrumento de misericórdia, doando-nos o amor sem limites de Deus Pai. Também os sacerdotes precisam se confessar, mesmo os bispos: todos somos pecadores. Também o Papa se confessa a cada 15 dias, porque também o Papa é um pecador. E o confessor ouve as coisas que eu lhe digo, aconselha-me e me perdoa, porque todos precisamos deste perdão. Às vezes se ouve alguém dizer que se confessa diretamente com Deus… Sim, como disse primeiro, Deus te escuta sempre, mas no sacramento da Reconciliação envia um irmão para levar o perdão a você, a segurança do perdão, em nome da Igreja.
O serviço que o sacerdote presta como ministro, por parte de Deus, para perdoar os pecados é muito delicado e exige que o seu coração esteja em paz, que o sacerdote tenha o coração em paz; que não maltrate os fiéis, mas que seja brando, benevolente e misericordioso; que saiba semear esperança nos corações e, sobretudo, seja consciente de que o irmão ou a irmã que se aproxima do sacramento da Reconciliação procura o perdão e o faz como tantas pessoas se aproximavam de Jesus para que as curasse. O sacerdote que não tenha esta disposição de espírito é melhor que, até que se corrija, não administre este Sacramento. Os fiéis arrependidos têm o direito, todos os fiéis têm o direito de encontrar nos sacerdotes servos do perdão de Deus.

Queridos irmãos, como membros da Igreja, somos conscientes da beleza deste dom que o próprio Deus nos oferece? Sentimos a alegria desta cura, desta atenção materna que a Igreja tem conosco? Sabemos valorizá-la com simplicidade e assiduidade? Não nos esqueçamos de que Deus não se cansa nunca de nos perdoar; mediante o ministério do sacerdote nos dá um novo abraço que nos regenera e nos permite levantar e retomar o caminho. Porque esta é a nossa vida: levantar-se continuamente e retomar o caminho.

YouCat Online - Não é chocante chamar "mãe de Deus" a Maria?




Não. Quem chama "mãe de Deus" a Maria confessa que o seu Filho é Deus. [495, 509]

Quando os primeiros cristãos discutiam quem era Jesus, o termotheotokus (geradora de Deus) tornou-se sinal de reconhecimento da interpretação fidedigna da Sagrada Escritura: Maria não deu à luz simplesmente um ser humano, que após o nascimento se tivesse "tornado" Deus; o seu Filho era, já no ventre, o verdadeiro Filho de Deus. Esta questão, antes mesmo de ser um assunto mariológico, é novamente um tema relacionado com o facto de Jesus ser simultaneamente verdadeiro homem e verdadeiro Deus. -> 117

Onde se afunda a fé na mãe de Deus, afunda-se também a fé em Deus Filho e em Deus Pai. Ludwig Feuerbach (1804-1872, filósofo ateísta, em A essência do cristianismo)



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YouCat Online - Maria teve outros filhos além de Jesus?




Não. Jesus é o único filho biológico de Maria. [500, 510]

Já na Igreja antiga se partia do princípio de que a virgindade de Maria era perene, o que excluía a ideia de que Jesus tivesse irmãos biológicos. Em aramaico, a língua-mãe de Jesus, só existe uma palavra para "irmão" e "irmã", primo" e "prima". Onde, nos Evangelhos se fala de "irmãos" de Jesus (por exemplo Mc 3,31-35), refere-se a parentes próximos d'Ele.

Quem não confessar que o Emanuel  é Deus e que a Santa Virgem é mãe de Deus por essa razão, seja anátema. Concílio de Éfeso, 431.

Em Mt 1,23 diz-se: «A Virgem conceberá e dará à luz um Filho, que será chamado "Emanuel", que quer dizer "Deus connosco".»



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Encontro Nacional de Novas Comunidades 2013

Começa hoje o Encontro Nacional de Novas Comunidades, na Canção Nova, com o tema: “Para que produzais muitos frutos”

Este encontro tem como objetivo unir várias comunidades que surgi no mundo todo, e unir estes diferentes carismas, experiência de fraternidade e evangelização.

As novas comunidade são reconhecidas pela Igreja como um dos instrumentos importantes enviado por Deus para o anúncio de 
Sua Palavra, testemunhando a veracidade do Evangelho.

“Cada uma das comunidades faz uma experiência de fraternidade na vida em comunidade. Uma presença muito forte e é uma contribuição reconhecida pela Igreja para que a Boa nova do Evangelho seja não só anunciada, mas vivenciada” Dom Alberto Taveira

Durante o evento teremos a presença de Dom Roberto Lopes, Dom Bernardino e das Novas Comunidades: Comunidade Oasis, Comunidade Filhos de Maria, Comunidade Pantokrator, Comunidade Sagrada Família, Comunidade Mar a Dentro, Comunidade Católica Pequeno Rebanho, Comunidade Arca da Aliança, Comunidade Doce Mãe de Deus e Obra de Maria.



CRONOGRAMA

Tema: “Para que produzais muitos frutos”.
08/11 Sexta-feira
20h00 Santa Missa: Dom Bernardino (Caruaru)
22h00 Encerramento.

09/11 Sábado
08h00 Cânticos: Com. Doce Mãe de Deus
08h20 Oração da Manhã: Érica (Com. Filhos de Maria).
09h15 Pregação: André Botelho (Com. Pantokrator) – ”Da identidade do laicato – Quem deve produzir muitos frutos?”
10h25 Promoção de palco
10h30 Intervalo
11h00 Cânticos: Com. Doce Mãe de Deus
11h15 Pregação: Verinha (Com. Canção Nova) – “Vocacionados a um Carisma”.
12h25 Promoção de palco
12h30 Intervalo
14h00 Cânticos: Com. Pantokrator
14h20 Pregação: Ítalo Fasanella (Com. Sagrada Família ) – “Famílias em missão”.
15h25 Promoção de palco:
15h30 Intervalo
16h00 Santa Missa: Dom Roberto (RJ)
17h30 Encerramento.
Show – Rincão do meu Senhor
21h00 Show Doce Mãe de Deus
22h00 Intervalo
22h30 Show Nilton Junior
23h30 Encerramento.

10/11 Domingo
08h00 Cânticos: Com. Doce Mãe de Deus
08h20 Adoração: Érica (Com. Filhos de Maria).
09h15 Pregação: Diácono Elias dos Santos (Com. Arca da Aliança)- “Questão da unidade”.
10h25 Promoção de palco
10h30 Intervalo
11h00 Cânticos: Com. Doce Mãe de Deus
11h15 Pregação: Alexandre (Com. Pequeno Rebanho) – “Ide”.
12h25 Promoção de palco
12h30 Intervalo
Cânticos: Com. Pantokrator
15h00 Santa Missa: Pe. João Paulo (Com. Mar a dentro)
17h00 Encerramento.

*Sujeito a alterações sem aviso prévio.


Fonte: http://blog.cancaonova.com/eventos/2013/08/22/congresso-nacional-da-fraternidade-3/

A comunhão nas coisas santas - Catequese com o Papa Francisco 06/11/2013

Catequese com o Papa Francisco - 06/11/2013
CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Quarta-feira passada falei da comunhão dos santos, entendida como comunhão entre as pessoas santas, isso é, entre nós crentes. Hoje gostaria de aprofundar outro aspecto desta realidade: vocês se lembram de que eram dois aspectos: um a comunhão, a unidade entre nós, e o outro aspecto a comunhão nas coisas santas, nos bens espirituais. Os dois aspectos estão intimamente ligados entre si, de fato, a comunhão entre os cristãos cresce mediante a participação nos bens espirituais. Em particular, consideremos: os Sacramentos, os carismas e a caridade (cfr Catecismo da Igreja Católica nn 949-953). Nós crescemos em unidade, em comunhão, com: os Sacramentos, os carismas que cada um tem do Espírito Santo e com a caridade.
Antes de tudo, a comunhão aos sacramentos. Os sacramentos exprimem e realizam uma efetiva e profunda comunhão entre nós, porque neles encontramos Cristo Salvador e, através Dele, os nossos irmãos na fé. Os sacramentos não são aparência, não são ritos, mas são a força de Cristo; é Jesus Cristo presente nos sacramentos. Quando celebramos a Eucaristia é Jesus vivo, que nos une, que nos faz comunidade, que nos faz adorar o Pai. Cada um de nós, de fato, mediante o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia foi incorporado a Cristo e unido a toda a comunidade dos crentes. Portanto, se por um lado é a Igreja que “faz” os sacramentos, por outro são os sacramentos que “fazem” a Igreja, edificam-na, gerando novos filhos, agregando-os ao povo santo de Deus, consolidando a sua pertença.
Todo encontro com Cristo, que nos sacramentos nos dá a salvação, convida-nos a “ir” e comunicar aos outros uma salvação que pudemos ver, tocar, encontrar, acolher, e que é realmente credível porque é amor. Deste modo, os sacramentos nos impelem a ser missionários, e o empenho apostólico de levar o Evangelho a todo ambiente, mesmo naqueles mais hostis, constitui o fruto mais autêntico de uma assídua vida sacramental, enquanto é participação na iniciativa salvífica de Deus, que quer dar a todos a salvação. A graça dos sacramentos alimenta em nós uma fé forte e alegre, uma fé que sabe admirar as “maravilhas” de Deus e sabe resistir aos ídolos do mundo. Por isto é importante comungar, é importante que as crianças sejam batizadas cedo, que sejam crismadas, porque os sacramentos são a presença de Jesus Cristo em nós, uma presença que nos ajuda. É importante, quando nos sentimos pecadores, aproximar-nos do sacramento da Reconciliação. Alguém poderá dizer: “Mas tenho medo, porque o padre vai me repreender”. Não, não vai te repreender, você sabe quem você vai encontrar no sacramento da Reconciliação?  Encontrarás Jesus que te perdoa! É Jesus que nos espera ali; e este é um sacramento que faz crescer toda a Igreja.
Um segundo aspecto da comunhão nas coisas santas é aquele da comunhão dos carismas. O Espírito Santo distribui entre os fiéis uma infinidade de dons e de graças espirituais; esta riqueza, digamos, “fantasiosa” dos dons do Espírito Santo é destinada à edificação da Igreja. Os carismas – palavra um pouco difícil – são os presentes que nos dá o Espírito Santo, habilidades, possibilidades… Presentes dados não para que fiquem escondidos, mas para comunicar aos outros. Não são dados em benefício de quem os recebe, mas para a utilidade do povo de Deus. Se um carisma, em vez disso, um presente desses serve para afirmar a sim mesmo, deve-se duvidar que se trate de um autêntico carisma ou que seja fielmente vivido. Os carismas são graças particulares, dadas a alguns para fazer bem a tantos outros. São atitudes, inspirações e estímulos interiores que nascem na consciência e na experiência de determinadas pessoas, as quais são chamadas a colocá-los a serviço da comunidade. Em particular, esses dons espirituais beneficiam a santidade da Igreja e da sua missão. Todos somos chamados a respeitá-los em nós e nos outros, a acolhê-los como estímulos úteis para uma presença e uma obra fecunda da Igreja. São Paulo advertia: “Não extingais o Espírito” (1 Ts 5, 19). Não extingamos o Espírito que nos dá estes presentes, estas habilidades, estas virtudes tão belas que fazem a Igreja crescer.
Qual é o nosso comportamento diante destes dons do Espírito Santo? Somos conscientes de que o Espírito de Deus é livre para dá-los a quem quer? Nós os consideramos como uma ajuda espiritual, através do qual o Senhor apoia a nossa fé e reforça a nossa missão no mundo?
E chegamos ao terceiro aspecto da comunhão nas coisas santas, isso é, a comunhão da caridade, a unidade entre nós que faz a caridade, o amor. Os pagãos, observando os primeiros cristãos, diziam: mas, como se amam, como se querem bem! Não se odeiam, não falam uns contra os outros. Esta é a caridade, o amor de Deus que o Espírito Santo nos coloca no coração. Os carismas são importantes na vida da comunidade cristã, mas são sempre meios para crescer na caridade, no amor, que São Paulo coloca acima dos carismas (cfr 1 Cor 13, 1-13). Sem o amor, na verdade, mesmo os dons mais extraordinários são vãos; este homem cura o povo, tem esta qualidade, esta outra virtude… mas tem amor e caridade no seu coração? Se tem, tudo bem, mas se não tem, não serve à Igreja. Sem o amor todos estes dons e carismas não servem à Igreja, porque onde não há o amor há um vazio que vem preenchido pelo egoísmo. E me pergunto: se todos somos egoístas, podemos viver em comunhão e em paz? Não se pode, por isto é necessário o amor que nos une. O menor dos gestos de amor tem efeito bom para todos! Portanto, viver a unidade na Igreja e a comunhão da caridade significa não buscar o próprio interesse, mas partilhar os sofrimentos e as alegrias dos irmãos (cfr 1 Cor 12, 26), prontos a levar os fardos daqueles mais frágeis e necessitados. Esta solidariedade fraterna não é uma figura retórica, um modo de dizer, mas é parte integrante da comunhão entre os cristãos. Se a vivemos, nós somos no mundo sinal, “sacramento” do amor de Deus. Somos uns pelos outros e somos por todos! Não se trata somente daquela caridade pequena que podemos oferecer ao outro, trata-se de algo mais profundo: é uma comunhão que nos torna capazes de entrar na alegria e na dor dos outros para fazê-las nossas sinceramente.
E muitas vezes somos tão secos, indiferentes, distantes e em vez de transmitir fraternidade, transmitimos mal humor, frieza, egoísmo. E com mal humor, frieza, egoísmo não se pode fazer crescer a Igreja; a Igreja cresce somente com amor que vem do Espírito Santo. O Senhor nos convida a abrir-nos à comunhão com Ele, nos sacramentos, nos carismas e na caridade, para viver de maneira digna da nossa vocação cristã!
E agora me permito pedir a vocês um ato de caridade: fiquem tranquilos que não se fará coleta! Antes de vir aqui na praça fui encontrar uma menina de um ano e meio com uma doença gravíssima. Seu pai e sua mãe rezam e pedem ao Senhor a saúde desta bela criança. Chama-se Noemi. Sorria, pobrezinha! Façamos um ato de amor. Não a conhecemos, mas é uma menina batizada, é uma de nós, é uma cristã. Façamos um ato de amor por ela e em silêncio peçamos que o Senhor a ajude neste momento e lhe dê saúde. Em silêncio um momento e depois rezemos a Ave Maria. E agora todos juntos rezemos à Nossa Senhora pela saúde de Noemi. Ave Maria… Obrigado por este ato de caridade.

YouCat Online - Porque razão Maria é virgem?



Deus quis que Jesus Cristo tivesse uma verdadeira mãe humana, reservando a Si próprio a paternidade do Seu Filho, pois desejava estabelecer um novo início que não se devesse às forças humanas, mas só a Ele. [484-504, 508-510]

A virgindade de Maria não é uma noção retirada da mitologia, mas está basicamente ligada à vida de Jesus. Ele nasceu de uma mulher, mas não teve um pai biológico. Jesus Cristo é um novo início, instituído no mundo pelo Alto. No Evangelho segundo São Lucas, Maria pergunta ao anjo Gabriel: «Como será isto, se eu não conheço homem?» (= não dormi com nenhum homem, Lc 1,34); o anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti.» (Lc 1,35) Embora se tenha troçado da Igreja, desde o princípio, por causa da sua crença na virgindade de Maria, ela sempre acreditou que aqui se tratava de uma virgindade real, e não meramente simbólica. -> 117

Aquilo em que a fé católica crê a respeito de Maria funda-se no que crê a respeito de Cristo. CCC 487



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Onde está ancorado o meu coração?

Homilia do Papa Francisco - 31/10/2013
HOMILIA
Santa Missa celebrada pelo Papa Francisco no Cemitério Verano de Roma

Sexta-feira, 01 de novembro de 2013
Boletim da Santa Sé
Neste momento, antes do pôr do sol, neste Cemitério, nos reunimos e pensamos no nosso futuro, pensamos em todos aqueles que já partiram, todos aqueles que nos precederam na vida e estão com o Senhor. É tão bonita esta visão do céu que nós ouvimos na primeira leitura (cf. Ap 7,2-4.9-14).  Senhor Deus a beleza, a bondade, a verdade, a ternura, o amor total, aquilo que nos espera e aqueles que nos precederam, que morreram no Senhor e estão lá. Proclamam que foram santos, não pelas suas obras, fizeram obras boas, mas foram salvos pelos Senhor, a salvação pertence ao nosso Deus, é Ele que nos salva, é Ele que nos leva, como um Pai, pela mão, no final da nossa vida. Precisamente naquele Céu onde estão nossos antepassados.
Um dos anciãos faz uma pergunta: quem são esses vestidos de branco, esses justos, esses santos, que estão no céu? São aqueles que vêm de uma grande tribulação e lavaram suas vestes, tornando-as cândidas no sangue do Cordeiro. Somente entraram no céu, graças ao sangue do Cordeiro, graças ao sangue de Cristo. É o sangue de Cristo que nos justificou, que abriu as portas do Céu, e se hoje recordamos esses nossos irmãos que nos precederam na vida, que estão no Céu, é porque eles foram lavados pelo sangue de Cristo. Essa é nossa esperança. A esperança do sangue de Cristo. Essa esperança não dá desilusão. Esperamos na vida, como o Senhor. Ele não cria nenhuma desilusão, não nos dá desilusão, jamais.
João dizia aos seus apóstolos e seus discípulos: veja que grande amor Ele deu, o Pai, para sermos chamados filhos de Deus (cf. 1 Jo 3, 1-3). Por isso, o mundo não nos conhece, somos filhos de Deus, mas o que seremos ainda não nos foi revelado, é muito mais. Quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque o veremos como Ele é. Ver Deus, ser semelhante a Deus, essa é a nossa esperança. E hoje, no dia de todos os santos, antes do dia dos mortos, é necessário pensar um pouco na esperança. Essa esperança que nos acompanha na vida.
Os primeiros cristãos falam da esperança e a pintavam como uma âncora, como se a vida fosse a âncora naquela margem, onde todos nós, andando, indo, segurando a corda. É uma belíssima imagem, essa esperança. O coração ancorado lá, onde estão os nossos antepassados, os santos, onde se encontra Jesus, onde está Deus. Esta é a esperança, esta é a esperança que não cria desilusão.
Hoje e amanhã são dias de esperança. A esperança é como o fermento que faz ampliar a alma, mas também existem momentos difíceis na vida, mas com a esperança a alma vai avante, avante. Olha, olha aquilo que te espera! Hoje é um dia de esperança, os nossos irmãos e irmãs estão na presença de Deus, também nós, estaremos ali por graça do Senhor, se nós caminharmos na estrada de Jesus.
E conclui o apóstolo: cada um que tem essa esperança n’Ele purifica a sim mesmo. Também a esperança nos purifica, nos faz ir mais depressa. Nesse pré pôr do sol, cada um de nós pode pensar no pôr do sol de cada um, no meu, no seu, no nosso. Todos nós termos esse pôr do sol, mas eu olho para ele com esperança? Olho com aquela alegria de ser recebido pelo Senhor? Esse é o olhar cristão, isso nos dá paz. Hoje é dia de alegria, mas de uma alegria serena, tranquila, alegria da paz.
Vamos pensar no pôr do sol de tantos irmãos que nos precederam, o nosso pôr do sol que virá, vamos pensar no nosso coração, e vamos nos perguntar: onde está ancorado o meu coração? Se ele não está ancorado bem, vamos ancorá-lo lá, lá em cima sabendo que a esperança não nos dá desilusão, porque o Senhor Jesus jamais irá nos desiludir.