YouCat Online - O que significa a “comunhão dos Santos”?


Pertencem à “comunhão dos santos” todas as pessoas que colocaram a sua esperança em Cristo e Lhe pertencem pelo Batismo, tenham elas já morrido ou vivam ainda. Porque somos um “corpo” em Cristo, vivemos uma comunhão que abraça o Céu e a Terra. [946-962]
A Igreja é maior e mais viva do que pensamos. A ela pertencem conhecidos e desconhecidos, grandes santos e pessoas modestas, os vivos e os mortos, encontrem-se estes ainda em processo de purificação ou estejam já na glória de Deus. Podemos ajudar-nos mutuamente até para além da morte. Podemos pedir ajuda aos santos que mais nos dizem ou têm o nosso nome, e inclusivamente aos nossos familiares falecidos que cremos já estarem em Deus. Inversamente, podemos ajudar os nossos falecidos ainda em processo de purificação, mediante a nossa oração de súplica. Tudo o que uma pessoa faz ou sofre em Cristo e por Cristo torna-se proveitoso para todos; infelizmente, isso também significa, contrariamente, que cada pecado danifica a comunhão.


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“Eu creio na comunhão dos santos"


A fé na comunhão dos santos nasce da afirmação de que a Igreja é santa. Pois, como ensina o CIC nº 946, “a comunhão dos santos éprecisamente a Igreja”. Nela entramos em comunhão com os bens espirituais conquistados e comunicados por Cristo na efusão de seu Espírito Santificador e com os seus membros, homens e mulheres, que refulgem, cada um no seu estado, a santidade participada de Deus. 
A comunhão nas coisas santas - Fundamentado na passagem de At 2,42, a Igreja entende que a comunhão plena de seus membros se efetua nas seguintes realidades: a doutrina, a liturgia, a caridade e o serviço. Desta maneira, quando falamos de comunhão dos santos queremos dizer que aqueles que são santificados por Deus estão unidos na mesma fé, no mesmo culto e na mesma vivência da caridade.
 A comunhão na mesma fé e doutrina - A unidade da doutrina se baseia na experiência da Tradição. Desde o início, a fé apostólica foi posta em fórmulas. Desta experiência, surgiu a profissão de fé dos apóstolos, o credo, onde estão os seus conteúdos essenciais, recebido e guardado pela Igreja. A fé que nós professamos é a mesma dos Apóstolos que passa de geração em geração através da Igreja. Dizer “eu creio” só é possível porque a Igreja diz “nos cremos”. Pois, se cada um crer somente no que lhe agrada, criaria um novo credo e isto feriria a unidade e a comunhão entre os crentes. Por isso, só estamos vivendo a comunhão dos santos quando professamos a mesma fé apostólica.
 A comunhão no mesmo culto - A liturgia cristã tem como um dos seus objetivos santificar os homens. Esta santificação ocorre quando estes entram em comunhão com Deus. Cada um dos sete sacramentos tem esta função fundamental de nos fazer entrar contato íntimo com Ele. Dentre todos os atos de culto celebrados, a Eucaristia é aquele no qual se revela, mais plenamente, a comunhão dos santos. Nela, comungamos do corpo daquele que é o Santo e, assim, somos santificados pelo Espírito e formamos o povo santo de Deus. Por isso, sem a vida sacramental não se realizaria a comunhão dos santos.
 A comunhão na evangelização e no serviço - Pela via sacramental, os fiéis são dotados com o mesmo Espírito de santidade. Este distribui, segunda as necessidades, os dons e os serviços para que a Igreja se edifique e, também, o mundo se encontre com Deus. Toda a ação da Igreja tem como meta levar os homens a fé. Assim, o testemunho dado pelos cristãos, ainda que múltiplos, se tornam o único testemunho da santidade de Deus que renova o mundo. Pois, a razão última do testemunho cristão é a caridade com que Cristo nos amou. Quando um discípulo de Cristo coloca seus bens (materiais ou espirituais) a disposição dos outros, revela a própria ação de Deus amor através dele. Todos os cristãos fazem parte do único plano salvífico de Deus para a humanidade.
 A comunhão entre as pessoas santas - Além da comunhão nas coisas santas (doutrina, culto e moral), na Igreja se vive a comunhão entre as pessoas santas. A meta da Igreja é a entrada definitiva no Reino de Deus por ocasião da segunda vinda de Cristo. Lá os santos se reunirão definitivamente na bem aventurança celeste. Até que isto aconteça, a Igreja se encontra em três estados. Os discípulos de Jesus que se encontram na terra formam a Igreja peregrina. Aqueles que, após a morte, estão se purificando formam a Igreja padecente. Por fim, aqueles que estão já na glória celeste formam a Igreja triunfante. Aqui se realiza a comunhão dos santos, ou seja, dos membros da Igreja. A morte não acaba com nossa participação na Igreja Santa de Deus. 
A intercessão e a memória dos santos - Os membros da Igreja peregrina podem interceder uns pelos outros e, também, pelos membros da Igreja padecente. Assim, com muito mais propriedade, acreditamos que os membros da Igreja triunfante podem rezar por nós. A vida deles associada à vida de Cristo nos consegue um auxílio fraterno para nossas dificuldades e fraquezas.
A unidade entre os cristãos da Igreja peregrina nos aproxima de Cristo. Quando vemos uma comunidade cristã que vive plenamente a unidade entre seus membros, percebemos a presença de Cristo. Assim, ainda mais, quando fazemos memória dos Santos. Em comunhão de oração com eles ou conhecendo suas vidas, entramos em profunda comunhão com Deus. Por isso, a liturgia não cessa de nos apresentar a memória daqueles que, correspondendo com a graça divina, viveram a virtude heroica.
 A família de Deus - Pela vida sacramental nos tornamos filhos adotivos de Deus. Assim, a realidade da Igreja e da comunhão dos santos pode ser apresentada com a imagem da Família. Como os membros de uma família, pelo amor e por sua história, estão unidos aonde quer que estejam; assim, os membros da Igreja estão em comunhão pela doutrina, pela moral e pelo culto.
 Para aprofundar...
            Consultar o CIC, números 946 até 962; o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, perguntas 194 e 195; o YouCat, pergunta 146;e, o capítulo VII da Lumen Gentium.

 Pe. Vitor Gino Finelon
Vice diretor das Escolas de Fé - MaterEcclesiae e Luz e Vida

Fonte: http://arqrio.org/formacao/detalhes/162/eu-creio-na-comunhao-dos-santos

“...e dobrando os joelhos diante dele suplicou-lhe...” ( Mc 10 ,17).

O evangelista nos relata que alguém corre e se coloca de joelhos diante de Jesus suplicando para saber o que fazer para alcançar a vida eterna (conf Mc 10, 17-27).  Esta passagem é conhecida, este alguém que São Marcos não nomeia sabemos que se trata do Jovem rico, sabemos até como termina esta passagem... Jesus diz ao jovem que obedeça aos mandamentos, ouve do jovem que ele já o faze então, Jesus olhando e amando-o pede para que venda tudo que tem doe aos pobres e o siga, o jovem se vai triste, pois tinha muitas posses.

Este jovem muito tem a nos ensinar não somente pelo fato de ser apegado aos bens e por isso trocou o Bem maior, acabou por sair triste, mas também pela forma como ele conseguiu uma resposta do Senhor. Diz o Evangelho,  ele se pôs de joelhos e suplicou.

Aprendamos com o jovem rico: as repostas que preciso de Deus devem ser buscadas de joelhos diante Dele, com súplicas e em adoração. Reconhecendo quem Ele é, meu Senhor, meu Mestre aquele que me ensinará sobre a vida eterna.

O Jovem começa bem, mas... termina mal. Que nós, diferente dele, ao recebermos as repostas de Deus nos empenhemos para segui-las, sempre com o auxílio da graça de Deus, pois assim teremos um tesouro no céu.  

Os irmãos - Catequese do Papa Francisco


brasão do Papa Francisco

CATEQUESE

Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia.
No nosso caminho de catequeses sobre família, depois de ter considerado o papel da mãe, do pai, dos filhos, hoje é a vez dos irmãos. “Irmão” e “irmã” são palavras que o cristianismo ama muito. E, graças à experiência familiar, são palavras que todas as culturas e todas as épocas compreendem.
A ligação fraterna tem um lugar especial na história do povo de Deus, que recebe a sua revelação no vivo da experiência humana. O salmista canta a beleza da ligação fraterna: “Eis como é belo e como é doce que os irmãos vivam juntos!” (Sal 132, 1). E isto é verdade, a fraternidade é bonita! Jesus Cristo levou à sua plenitude também esta experiência humana de ser irmãos e irmãs, assumindo-a no amor trinitário e potencializando-a de forma que vá bem além das ligações de parentesco e possa superar todo muro de estranheza.
Sabemos que quando a relação fraterna se arruína, quando se arruína as relações entre irmãos, se abre o caminho a experiências dolorosas de conflito, de traição, de ódio. A passagem bíblica de Caim e Abel constitui o exemplo deste êxito negativo. Depois do assassinato de Abel, Deus pergunta a Caim: “Onde está Abel, o teu irmão?”(Gen 4,9a). É uma pergunta que o Senhor continua a repetir a cada geração. E, infelizmente, não cessa de se repetir também a dramática resposta de Caim: “Não sei. Sou talvez eu o protetor do meu irmão?” (Gen 4,9b).  A quebra do vínculo entre irmãos é uma coisa bruta e má para a humanidade. Também em família, quantos irmãos brigam por coisas pequenas, ou por uma herança e depois não se falam mais, não se saúdam mais. Isto é ruim! A fraternidade é uma coisa grande, quando se pensa que todos os irmãos habitaram o ventre da mesma mãe durante nove meses, vêm da mesma carne da mãe! E não se pode romper a fraternidade. Pensemos um pouco: todos conhecemos famílias que têm irmãos divididos, que brigaram; peçamos ao Senhor por estas famílias – talvez na nossa família há alguns casos – que os ajude a reunir os irmãos, a reconstituir a família. A fraternidade não deve ser rompida e quando se rompe acontece o que aconteceu com Caim e Abel. Quando o Senhor pergunta a Caim onde está o seu irmão, ele responde: “Mas, eu não sei, a mim não importa o meu irmão”. Isto é bruto, é uma coisa muito dolorosa de ouvir. Nas nossas orações sempre rezemos pelos irmãos que se dividiram.
A ligação de fraternidade que se forma em família entre os filhos, se acontece em um clima de educação à abertura aos outros, é a grande escola de liberdade e de paz. Na família, entre irmãos, se aprende a convivência humana, como se deve conviver em sociedade. Talvez nem sempre somos conscientes disso, mas é justamente a família que introduz a fraternidade no mundo! A partir dessa primeira experiência de fraternidade, alimentada pelos afetos e pela educação familiar, o estilo de fraternidade se irradia como uma promessa sobre toda a sociedade e sobre relações entre os povos.
A benção que Deus, em Jesus Cristo, derrama sobre este vínculo de fraternidade o dilata de um modo inimaginável, tornando-o capaz de ultrapassar toda diferença de nação, de língua, de cultura e até mesmo de religião.
Pensem o que se torna a ligação entre os homens, mesmo muito diferentes entre eles, quando podem dizer do outro: “Este é como um irmão, esta é como uma irmã para mim!”. Isso é belo! A história mostrou o suficiente que, mesmo a liberdade e a igualdade, sem fraternidade, podem se encher de individualismo e de conformismo, também de interesse pessoal.
A fraternidade em família resplandece de modo especial quando vemos a preocupação, a paciência, o afeto de que são circundados o irmãozinho ou a irmãzinha mais frágil, doente ou portador de necessidades especiais. Os irmãos e irmãs que fazem isso são muitos, em todo o mundo, e talvez não apreciamos o suficiente sua generosidade. E quando ou irmãos são tantos na família – hoje, cumprimentei uma família que tem nove filhos – o maior ou a maior ajuda o pai, a mãe a cuidar do menor. E é bonito este trabalho de ajuda entre os irmãos.
Ter um irmão, uma irmã que te quer bem é uma experiência forte, impagável, insubstituível. Do mesmo modo acontece para a fraternidade cristã. Os menores, os mais frágeis, os mais pobres devem nos sensibilizar: têm “direito” de nos tomar a alma e o coração. Sim, esses são nossos irmãos e como tais devemos amá-los e cuidar deles. Quando isso acontece, quando os pobres são como de casa, a nossa própria fraternidade cristã retoma a vida. Os cristãos, de fato, vão ao encontro dos pobres e frágeis não para obedecer a um programa ideológico, mas porque a palavra e o exemplo do Senhor nos dizem que todos somos irmãos. Este é o princípio do amor de Deus e de toda justiça entre os homens. Sugiro a vocês uma coisa: antes de terminar, faltam poucas linhas, em silêncio cada um de nós, pensemos nos nossos irmãos, nas nossas irmãs e em silêncio do coração rezemos por eles. Um instante de silêncio.
Bem, com essa oração levamos todos, irmãos e irmãs, com o pensamento, com o coração, aqui na praça para receber a benção.
Hoje, mais do que nunca, é necessário levar de volta a fraternidade ao centro da nossa sociedade tecnocrática e burocrática: então também a liberdade e a igualdade tomarão suas corretas entonações. Por isso, não privemos as nossas famílias da beleza de uma ampla experiência fraterna de filhos e filhas. E não percamos a nossa confiança na amplitude de horizonte que a fé é capaz de trazer desta experiência, iluminada pela benção de Deus.


Fonte:http://papa.cancaonova.com/catequese-do-papa-francisco-sobre-os-irmaos-180215/

YouCat Online - Que missão tem os bispos?





Os bispos têm a responsabilidade pela Igreja local a eles confiada, assim como a corresponsabilidade pela Igreja universal. Exercem a sua autoridade em comunhão mútua e em proveito de toda a Igreja, sob a orientação do Papa. [886-887, 893-896, 938-939]

Os bispos devem ser, antes de mais, Apóstolos, isto é, testemunhas fiéis de Jesus, que pessoalmente os chamou à Sua intimidade e os envia. Por isso, eles trazem Cristo à humanidade e a humanidade a Cristo, mediante o seu anúncio, a celebração dos Sacramentos e a condução da Igreja. Enquanto sucessor dos Apóstolos, o Bispo exerce o seu ministério por força da autoridade apostólica que detém; ele não é um funcionário ou uma espécie de assistente do Papa, mas atua com ele e sob sua orientação.

Carnaval é prazer e alegria?

O início do carnaval traz a busca frenética pelo prazer e pela alegria
A Bíblia afirma que “a alegria do coração é a vida do homem, é um inesgotável tesouro de santidade. A alegria do homem torna mais longa a vida dele” (Eclo 30,22-26). São Francisco de Sales dizia que “um cristão triste é um triste cristão”. A alegria verdadeira brota de um coração puro, que ama a Deus e ao próximo, tem a consciência tranquila e sabe que está nas mãos do Senhor.

Mas o mundo confunde alegria com prazer, quando, na verdade, não são a mesma coisa. Prazer é a satisfação do corpo; alegria é a satisfação da alma. Há prazeres justos e até necessários, como o sabor que Deus colocou nos alimentos, o prazer do ato sexual do casal unido pelo matrimônio. Mas há também prazeres injustos, por isso, pecaminosos, quando se busca a satisfação do corpo apenas como um fim: a bebida, o sexo fora ou antes do casamento, as drogas, as aventuras que põem a vida em risco etc.
Isso acontece quando se abusa da liberdade e se usa mal as coisas boas. Isso tem nome: libertinagem. Por exemplo, pode ser um gesto de alegria beber um copo de vinho com os amigos, mas pode se tornar um gesto de prazer desordenado se houver o abuso da bebida e se chegar à embriaguez. O mal quase sempre é o uso mau, o abuso das coisas boas. Quantos crimes e acidentes acontecem por causa dessas libertinagens!
Está chegando mais um carnaval, tempo que para muitos se transformou em liberação de todos os instintos, busca frenética da “alegria” e do prazer. Mas o prazer ilícito, quando passa, deixa gosto de morte. A distorção da alegria nessa festa pode se transformar em sofrimento para a própria pessoa e para os outros, porque sabemos que “o salário do pecado é a morte” (cf. Rm 6,23).
Não pense que você pode ser feliz no pecado, porque isso é uma ilusão.
A tentação nos oferece o pecado, assim como uma maçã envenenada, mas caramelada. É mais ou menos como o terrível anzol que o peixe abocanha, porque está escondido dentro da isca. Depois de abocanhar a isca, de sentir o “prazer” rápido que ela lhe dá, o peixe sente o gosto da morte no anzol que o fisga.
O mesmo acontece com quem se entrega, no carnaval, aos prazeres da carne: o sexo a qualquer custo, a prática da homossexualidade, o uso das drogas, o abuso da bebida e os gestos de violência. O que tudo isso gera depois? Sabor de morte. Depois que rapidamente tudo isso passa, vem o vazio e a tristeza.
Temos visto um espetáculo deprimente nos últimos carnavais: as próprias autoridades, querendo impedir a Aids, acabam fomentando o pecado. Os governos da união e dos estados distribuem amplamente a famigerada “camisinha” para que os foliões brinquem, gozem, mas sem o perigo de se contaminarem. Preserva-se o corpo e mata-se a alma; defende-se o prazer e a orgia e afunda-se a moral; lança-se o povo nos antigos bacanais gregos. Ora, o correto é ensinar os jovens a viver o sexo no lugar certo, no casamento, e não estimulá-los fora de hora.
Será que não temos algo melhor para dar aos nossos jovens e a nosso povo? Quantas crianças são geradas nas relações sexuais que acontecem nos carnavais! O que acontece depois? Algumas dessas podem ser abortadas; outras se tornam filhos de uma mãe que vai criar e educar o filho sozinha. Isso não é justo, porque toda criança que vem a este mundo tem o direito de ter um pai, uma mãe, de um lar, de ser amada e desejada; e não ser apenas o fruto de uma transa tresloucada.
O mal é o abuso daquilo que é bom. Se nós abusamos do bem, da comida, da bebida, do sexo fora do casamento, tudo isso se tornará um mal e trará consequências negativas; isso não é uma alegria autêntica. O sexo é lindo dentro do plano de Deus, mas se o tirarmos de dentro do plano divino, ele poderá ser causa de tristeza, adultério e doenças.
No pecado, encontramos o caminho da morte; na virtude, encontramos o caminho da paz.
Nossa vida é consequência de nossas escolhas e nossos atos. São Paulo disse claramente aos gálatas: “Não erreis, de Deus não se zomba; porque tudo o que o homem semear, isso também colherá. O que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6,8).
Quem faz do período carnavalesco uma oportunidade de extravasar os baixos instintos, colherá, sem dúvida, a tristeza depois. Quem dele se aproveitar para fazer o bem, colherá a alegria. Há um ditado popular que diz assim: “Fazer o bem sem olhar a quem”. A verdadeira alegria nasce de fazer o bem; quanto mais bem você o faz às pessoas, mais será feliz.
O pecado é perfumado e se apresenta a você na hora da sua fragilidade. Cuidado! Santo Agostinho afirmava: “A sua tristeza são os seus pecados; deixe que a santidade seja sua alegria”. Eu lhe dou a receita: vigie e ore. Os pecados entram pelas janelas da alma, que são os sentidos. Então, feche seus olhos, sua boca e suas mãos se você sabe que, por meio deles, pode chegar ao pecado.
Os dias de carnaval nos oferecem grandes oportunidades para pecar, tanto nas ruas como na televisão, na internet e nos clubes. Mas não é nisso que reside a verdadeira alegria, esta pode ser encontrada no convívio saudável do lar com os filhos, na igreja, na leitura de bons livros e da Palavra de Deus, num tempo mais dedicado à oração, no ouvir uma boa pregação, num gesto de caridade a uma pessoa que precisa de você.
Felipe Aquino

Fonte: http://formacao.cancaonova.com/capa-do-portal/carnaval-prazer-e-alegria/

Filhos são dons - Catequese Papa Francisco


brasão do Papa Francisco
CATEQUESE

Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Depois de ter refletido sobre as figuras da mãe e do pai, nestas catequeses sobre família gostaria de falar do filho, ou melhor, dos filhos. Inspiro-me em uma bela imagem de Isaías. Escreve o profeta: “Levanta os olhos e olha à tua volta: todos se reúnem para vir a ti; teus filhos chegam de longe, e tuas filhas são transportadas à garupa. Essa visão tornar-te-á radiante; teu coração palpitará e se dilatará” (60,4-5a). É uma imagem esplêndida, uma imagem da felicidade que se realiza na reunificação entre pais e filhos, que caminham juntos rumo a um futuro de liberdade e de paz, depois de um longo tempo de privações e de separação, quando o povo hebreu se encontrava distante da pátria.
De fato, há uma estreita ligação entre a esperança de um povo e a harmonia entre as gerações. Devemos pensar bem nisto. Há uma ligação estreita entre a esperança de um povo e a harmonia entre as gerações. A alegria dos filhos faz palpitar os corações dos pais e reabre o futuro. Os filhos são a alegria da família e da sociedade. Não são um problema de biologia reprodutiva, nem um dos tantos modos de se realizar. E tão pouco uma posse dos pais… Não. Os filhos são um dom, são um presente: entendem? Os filhos são um dom. Cada um é único e irrepetível; e ao mesmo tempo inconfundivelmente ligado às suas raízes. Ser filho e filha, segundo o desígnio de Deus, significa levar em si a memória e a esperança de um amor que se realizou justamente iluminando a vida de um outro ser humano, original e novo. E para os pais cada filho é si mesmo, é diferente, é diverso. Permitam-me uma recordação de família. Eu me lembro da minha mãe, dizia a nós – éramos cinco -: “Mas eu tenho cinco filhos”. Quando lhe perguntavam: “Qual é o teu preferido”, ela respondia: “Eu tenho cinco filhos, como cinco dedos [mostra os dedos da mão] Se me batem neste, me faz mal; se me batem neste outro, me faz mal. Me faz mal em todos os cinco. Todos são filhos meus, mas todos diferentes como os dedos de uma mão”. E assim é a família! Os filhos são diferentes, mas todos filhos.
Um filho é amado porque é filho: não porque é bonito, ou porque é assim ou assim; não, porque é filho! Não porque pensa como eu, ou encarna os meus desejos. Um filho é um filho: uma vida gerada por nós mas destinada a ele, ao seu bem, ao bem da família, da sociedade, de toda a humanidade.
Daqui vem também a profundidade da experiência humana de ser filho e filha, que nos permite descobrir a dimensão mais gratuita do amor, que nunca termina de nos surpreender. É a beleza de ser amado primeiro: os filhos são amados antes de chegarem. Quantas vezes as mães na praça me mostram a barriga e me pedem a benção… estas crianças são amadas antes de vir ao mundo. E esta é gratuidade, isto é amor; são amados antes do nascimento, como o amor de Deus que nos ama sempre primeiro. São amados antes de terem feito qualquer coisa para merecê-lo, antes de saber falar ou pensar, até mesmo antes de vir ao mundo! Ser filhos é a condição fundamental para conhecer o amor de Deus, que é a fonte última deste autêntico milagre. Na alma de cada filho, por quanto vulneráveis, Deus coloca o selo deste amor, que está na base da sua dignidade pessoal, uma dignidade que nada e ninguém poderá destruir.
Hoje parece mais difícil para os filhos imaginar o seu futuro. Os pais – mencionei em catequeses anteriores – deram talvez um passo para trás e os filhos se tornaram mais incertos em dar os seus passos adiante. Podemos aprender a boa relação entre as gerações com o nosso Pai Celeste, que deixa cada um de nós livre mas não nos deixa sozinhos nunca. E se erramos, Ele continua a nos seguir com paciência sem diminuir o seu amor por nós. O Pai celeste não dá passos para trás no seu amor por nós, nunca! Vai sempre adiante e, se não pode seguir adiante nos espera, mas não vai nunca para trás; quer que os seus filhos sejam corajosos e deem seus passos adiante.
Os filhos, por sua parte, não devem ter medo do empenho de construir um mundo novo: é justo para eles desejar que seja melhor que aquele que receberam! Mas isto deve ser feito sem arrogância, sem presunção. Dos filhos é preciso saber reconhecer o valor e aos pais se deve sempre dar honra.
O quarto mandamento pede aos filhos – e todos o somos! – para honrar o pai e a mãe (cfr Es 20, 12). Este mandamento vem logo depois daqueles que dizem respeito ao próprio Deus. De fato, contém algo de sagrado, algo de divino, algo que está na raiz de todo outro tipo de respeito entre os homens. E na formulação bíblica deste quarto mandamento, acrescenta-se: “para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”. A ligação virtuosa entre as gerações é garantia de futuro, e é garantia de uma história realmente humana. Uma sociedade de filhos que não honram os pais é uma sociedade sem honra; quando não se honram os pais se perde a própria honra! É uma sociedade destinada a se encher de jovens áridos e ávidos. Porém, também uma sociedade avarenta de gerações, que não ama circundar-se de filhos, que os considera sobretudo uma preocupação, um peso, um risco, é uma sociedade deprimida. Pensemos em tantas sociedades que conhecemos aqui na Europa: são sociedades deprimidas, porque não querem os filhos, não têm os filhos, o nível de nascimento não chega a um por cento. Por que? Cada um de nós pense e responda. Se uma família generosa de filhos é olhada como se fosse um peso, há algo errado! A geração dos filhos deve ser responsável, como ensina também a Encíclica Humanae vitae, do beato Papa Paulo VI, mas ter mais filhos não pode se tornar automaticamente uma escolha irresponsável. Não ter filhos é uma escolha egoísta. A vida rejuvenesce e conquista energias multiplicando-se: se enriquece, não se empobrece! Os filhos aprendem a cuidarem da própria família, amadurecem na partilha dos seus sacrifícios, crescem na apreciação dos seus dons. A agradável experiência da fraternidade anima o respeito e o cuidado dos pais, aos quais é preciso o nosso reconhecimento. Tantos de vocês aqui presentes têm filhos e todos somos filhos. Façamos uma coisa, um minuto de silêncio. Cada um de nós pense no seu coração nos próprios filhos – se tem – pense em silêncio. E todos nós pensemos nos nossos pais e agradeçamos a Deus pelo dom da vida. Em silêncio, aqueles que têm filhos pensem neles e todos nós pensemos nos nossos pais (silêncio). O Senhor abençoe os nossos pais e abençoe os vossos filhos.
Jesus, o Filho eterno, feito filho no tempo, ajude-nos a encontrar o caminho de uma nova irradiação desta experiência humana tão simples e tão grande que é ser filho. No multiplicar-se das gerações há um mistério de enriquecimento da vida de todos, que vem do próprio Deus. Devemos redescobri-lo, desafiando o preconceito; e vivê-lo, na fé, em perfeita alegria. E vos digo: quão belo é quando passo em meio a vocês e vejo os pais e as mães que levantam seus filhos para serem abençoados; isto é um gesto quase divino. Obrigado porque o fazem!


Fonte: http://papa.cancaonova.com/catequese-com-o-papa-francisco-filhos-sao-dons/

YouCat Online - Por que quer Jesus que haja pessoas que vivam para sempre em pobreza, em castidade celibatária e em obediência?


Deus é amor. Ele também deseja o nosso amor. Uma forma de entrega amorosa a Deus é viver como Jesus, ou seja, pobre, celibatário e obediente. Quem assim vive tem cabeça, coração e mãos livres para Deus e para a humanidade. [914-933, 944-945]
Surgem continuamente indivíduos que se deixam conquistar verdadeiramente e totalmente por Jesus, a ponto de, “por causa do Reino dos Céus” (Mt 19, 12), entregarem tudo a Deus, mesmo coisas boas, como as suas riquezas, a autodeterminação e o amor conjugal. Esta existência segundo os Conselhos Evangélicos em pobreza, castidade celibatária e obediência, mostra a todos que o mundo não é tudo. No fundo, só o encontro “face a face” com o esposo divino fará a humanidade feliz.



“A Vida Consagrada”
Segundo o Compêndio do Catecismo, na resposta 192, a vida consagrada consiste numa resposta livre a um chamado particular de Cristo, com o qual os consagrados se dedicam totalmente a Deus e tendem a perfeição da caridade, sob a moção do Espírito, na qual se caracteriza pela vivência dos conselhos evangélicos. Vejamos alguns pontos sobre o Ensinamento da Igreja sobre a vida religiosa.
 A Vida Consagrada - Os fiéis que sentem o chamado para uma vivência mais radical da graça batismal se consagram por meio dos votos, ou de outros vínculos, a vivência dos três conselhos evangélicos: pobreza, obediência e castidade. O Concílio Vaticano II nos diz na Perfectae Caritatis, nº 1, que “desde os princípios da Igreja, houve homens e mulheres, que pela prática dos conselhos evangélicos procuraram seguir Cristo com maior liberdade e imitá-lo mais de perto, consagrando, cada um a seu modo, a própria vida a Deus. Muitos deles, movidos pelo Espírito Santo, levaram vida solitária, ou fundaram famílias religiosas, que depois a Igreja de boa vontade acolheu e aprovou com a sua autoridade”. Assim, a vocação religiosa nasce do Batismo e encaminha o cristão a se consagrar na imitação mais plena da vida de Jesus, casto, obediente e pobre, se consagrando a uma vida de caridade e de louvor a Deus.
 Os Conselhos Evangélicos - Segundo o parágrafo 45 da Lumen Gentium, as palavras e o exemplo de Jesus demandam de seus discípulos uma vida de liberdade em relação aos bens materiais e as pessoas e uma vida em consonância com a vontade do Pai. A Tradição da Igreja sempre testemunhou isto através dos Apóstolos, dos Santos Padres e Doutores conservando e repropondo nos séculos esta radical imitação de Cristo. A prática dos conselhos evangélicos pretende, pela ação do Espírito, fazer com que o fiel viva a lei do amor. É a caridade que anima e rege a vivência dos conselhos evangélicos, pois eles indicam caminhos mais diretos e fáceis para se concretizar o grande mandamento deixado pelo Senhor. Embora, de fato, todos os batizados sejam chamados à prática de tais conselhos, os religiosos ou consagrados os encarnam no sentido próprio com um estado de vida semelhante ao Mestre.
A castidade por amor do reino dos céus é um dom que liberta o coração do homem para que se entregue de modo singular ao amor de Deus e, por causa deste, ao amor pelos irmãos. A castidade celibatária dos religiosos é um sinal da vida celeste e oferece a liberdade necessária para o culto e o apostolado, manifestando assim a realidade da Igreja, noiva de Cristo (cf. Mt 19,12). A pobreza voluntária abraçada para seguir a Cristo é vivida pelo religioso de diversas formas. Todavia, ela é entendida como participação na pobreza do Senhor, que se fez pobre para nos enriquecer. Os religiosos são chamados ao trabalho, a confiança na Providência divina e a terem um coração despojado de desejo de bens materiais (cf. Mt 6,24-26; 19,21) colocando tudo que tem para o enriquecimento de seus irmãos e da comunidade. Pela profissão da obediência, os religiosos oferecem a plena oblação da própria vontade como entrega de si mesmos a Deus, se unindo a Cristo, que veio para cumprir a vontade do Pai (cf. Jo 4,34; 5,30). A obediência é exercida no serviço aos superiores e aos irmãos, sob a moção do Espírito Divino, em prol do crescimento na vida de santidade.

As diversas formas da vida consagrada - A vida religiosa foi se desenvolvendo ao longo dos séculos de várias formas. A Lumen Gentium nº 43 compara este desenvolvimento como uma grande árvore frondosa que se ramifica cheia de frutos nos campos do Senhor. A vida consagrada pode ser dividida nas modalidades de vida solitária ou comum; de gênero masculino e feminino; e, de atividades de apostolado ou de vida contemplativa. Isto de tal forma que o Catecismo nos aponta vários ramos de consagração presentes na Igreja hoje: a vida eremítica, as virgens e viúvas consagradas, a vida monástica, os institutos seculares e as sociedades de vida apostólica. Comumente chamamos de irmão/irmã aquele/aquela que desempenham atividades de apostolado e de monge/monja aquele/aquela que vive sua consagração contemplativa.

Para aprofundar...
Para saber mais sobre o assunto, conferir os parágrafos 914–933 do CIC; o Compêndio do Catecismo, perguntas 192 e 193; o Youcat, pergunta 145; a Constituição Dogmática Lumen Gentium, capítulo VI; e, o Decreto ConciliarPerfectae Caritatis.

Padre Vitor Gino Finelon

Fonte: http://arqrio.org/formacao/detalhes/188/a-vida-consagrada


Os pais: importância na família - Catequese do Papa Francisco

brasão do Papa Francisco
CATEQUESE

Sala Paulo VI – Vaticano
Quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje gostaria de desenvolver a segunda parte da reflexão sobre a figura do pai na família. Na vez passada, falei do perigo dos pais “ausentes”, hoje quero olhar ao aspecto positivo. Também São José foi tentado a deixar Maria, quando descobriu que estava grávida: mas intervém o anjo do Senhor que lhe revelou o desígnio de Deus e a sua missão de pai adotivo; e José, homem justo, “toma consigo sua esposa” (Mt 1, 24) e se torna o pai da família de Nazaré.
Cada família precisa do pai. Hoje nos concentremos no valor do seu papel, e gostaria de partir de algumas expressões que se encontram no Livro dos Provérbios, palavras que um pai dirige ao próprio filho, e diz assim: “Filho meu, se o teu coração for sábio, também o meu será cheio de alegria. Exultarei dentro de mim, quando os teus lábios disserem palavras retas” (Pv 23, 15-16). Não se poderia exprimir melhor o orgulho e a comoção de um pai que reconhece ter transmitido ao filho aquilo que realmente conta na vida, ou seja, um coração sábio. Este pai não diz: “Estou orgulhoso de você porque és igual a mim, porque repetes as coisas que eu digo e que eu faço”. Não, não lhe diz simplesmente qualquer coisa. Diz-lhe algo de bem mais importante, que podemos interpretar assim: “Serei feliz toda vez que te ver agir com sabedoria e estarei comovido toda vez que te ouvir falar com retidão. Isso é aquilo que quis te deixar, para que se tornasse uma coisa tua: a atitude de sentir e agir, de falar e julgar com sabedoria e retidão. E para que tu pudesses ser assim, te ensinei coisas que não sabia, corrigi erros que não vias. Fiz você sentir um afeto profundo e ao mesmo tempo discreto, que talvez não reconhecestes plenamente quando eras jovem e incerto. Dei a você um testemunho de rigor e de firmeza que talvez você não entendeu, quando você quis somente cumplicidade e proteção. Precisei eu mesmo, primeiro, colocar-me à prova da sabedoria do coração e vigiar sobre os excessos de sentimento e do ressentimento, para levar o peso das inevitáveis incompreensões e encontrar as palavras certas para me fazer entender. Agora, continua o pai – quando vejo que você procura ser assim com os teus filhos, e com todos, me comovo. Sou feliz de ser teu pai”. É assim que diz um pai sábio, um pai maduro.
Um pai sabe bem quanto custa transmitir esta herança: quanta proximidade, quanta doçura e quanta firmeza. Porém, que consolo e recompensa se recebe quando os filhos honram esta herança! É uma alegria que redime todo cansaço, que supera toda incompreensão e cura toda ferida.
A primeira necessidade, então, é justamente essa: que o pai seja presença na família. Que seja próximo à mulher, para partilhar tudo, alegrias e dores, cansaços e esperanças. E que seja próximo aos filhos em seu crescimento: quando brincam e quando se empenham, quando estão despreocupados e quando estão angustiados, quando se exprimem e quando ficam em silêncio, quando ousam e quando têm medo, quando dão um passo errado e quando reencontram o caminho; pai presente, sempre. Dizer presente não é o mesmo que dizer controlador! Porque os pais muito controladores anulam os filhos, não os deixam crescer.
O Evangelho nos fala do exemplo do Pai que está nos céus – o único, diz Jesus, que pode ser chamado realmente “Pai bom” (cfr Mc 10, 18). Todos conhecem aquela extraordinária parábola chamada do “filho pródigo”, ou melhor, do “pai misericordioso”, que se encontra no Evangelho de Lucas no capítulo 15 (cfr 15, 11-32). Quanta dignidade e quanta ternura na espera daquele pai que está na porta da casa esperando que o filho retorne! Os pais devem ser pacientes. Tantas vezes não há outra coisa a fazer se não esperar; rezar e esperar com paciência, doçura, magnanimidade, misericórdia.
Um bom pai sabe esperar e sabe perdoar, do fundo do coração. Certo, sabe também corrigir com firmeza: não é um pai frágil, complacente, sentimental. O pai que sabe corrigir sem degradar é o mesmo que sabe proteger sem se economizar. Uma vez ouvi em uma reunião de matrimônio um pai dizer: “Algumas vezes preciso bater um pouco nos filhos… mas nunca no rosto para não degradá-los”. Que bonito! Tem sentido de dignidade. Deve punir, faz isso de modo justo, e segue adiante.
Portanto, se há alguém que pode explicar até o fundo a oração do “Pai nosso”, ensinada por Jesus, este é justamente quem vive em primeira pessoa a paternidade. Sem a graça que vem do Pai que está nos céus, os pais perdem a coragem e abandonam o campo. Mas os filhos precisam encontrar um pai que os espera quando retornam dos seus insucessos. Farão de tudo para não admitir isso, para não deixarem ver, mas precisam; e não encontrar isso abre feridas difíceis de curar.
A Igreja, nossa mãe, é empenhada em apoiar com todas as suas forças a presença boa e generosa dos pais nas famílias, porque esses são para as novas gerações protetores e mediadores insubstituíveis da fé na bondade, da fé na justiça e na proteção de Deus, como São José.

Fonte: http://papa.cancaonova.com/catequese-do-papa-sobre-os-pais-importancia-na-familia/

YouCat Online - O Papa é realmente infalível?


Sim. Porém, o Papa só fala infalivelmente quando proclama um dogma solenemente (ex cathedra), ou seja, quando toma uma decisão vinculativa sobre questões de fé e moral. Caráter infalível também podem possuir as decisões do colégio dos bispos em comunhão com o Papa, como são o caso das decisões dos concílios ecumênicos. [888-892]
A infalibilidade dos Papas nada tem que ver com a sua integridade moral ou a sua inteligência. A Igreja é que é propriamente infalível, pois Jesus prometeu-lhe o Espírito Santo para manter e introduzir cada vez mais profundamente na Verdade. Quando uma verdade de fé evidente é repentinamente negada ou mal interpretada, a Igreja tem de ter uma última voz que explique vinculativamente o que é verdadeiro e o que é falso; trata-se da voz do Papa. Como sucessor de São Pedro e como o primeiro dos bispos, tem sozinho um tal poder de formular a indiscutível Verdade segundo a Tradição da fé da Igreja, que essa Verdade é exposta aos crentes para todos os tempos como “digna de fé”; neste caso, dizemos que o Papa anuncia um dogma. Assim, um dogma não pode conter novidade a nível de conteúdo. Raramente é anunciado um dogma; o último foi apresentado em 1950.