Manifestação na Esperança


Resultado de imagem para esperançaSão Paulo vem nos dizer “que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada. Por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus." (Rm 8, 18-19) Ao mesmo tempo, São João nos diz “Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro.” (I Jo 3, 2-3)
Ambos falam de um “manifestar”. E numa rápida busca online, veremos que “manifestar” significa “dar-se a conhecer, revelar-se, mostrar-se”.  Enquanto São João nos indica que ainda não foi revelado, mostrado, o que havemos de ser, São Paulo traz o fato de a criação aguardar ansiosamente esse dar-se a conhecer da nossa parte. Parece, então, que temos duas manifestações distintas: uma que se dá ainda nessa vida, e uma manifestação final, daquilo que definitivamente e eternamente seremos. O interessante é como a esperança da manifestação final nos permite melhor viver a manifestação que devemos experimentar ainda nessa vida, o revelar-nos ao mundo que somos filhos de Deus! Aquele que vive a esperança de tornar-se semelhante a Deus e contemplá-lo como Ele é torna-se puro – ainda nesse tempo – e a pureza nos permite sermos transformados naquilo que é o plano original de Deus para a humanidade e para a própria pessoa em particular. Aquela manifestação que a criação aguarda ansiosamente pode ser realizada a partir da esperança!
Infelizmente estamos imersos em pensamentos pagãos que veem a morte como um fim, um completo desconhecido sombrio, e assim começamos a ignorar a existência da morte, fugimos dela, bloqueamos nossa imaginação. São Francisco chamava a morte de irmã! São Paulo dizia que morrer lhe era lucro! Esses eram santos cheios de esperança! Compreenderam o significado que Cristo veio nos trazer para esse momento particular. Então se a esperança da manifestação final me permite revelar-me e viver melhor enquanto filho de Deus nessa terra, qual é a implicação de não viver essa esperança? É... Acabamos não vivendo aqui aquilo que somos originalmente chamados a viver, não vivemos a nossa vocação.
Lidar com a morte não é fácil, porém não podemos nos deixar abater pela tristeza da perda, ao contrário, precisamos o renovar a alegria da esperança de que há um Deus que nos ama infinitamente e nos quer junto Dele. Que possamos, assim como os santos que viveram nessa terra, sonhar com o Céu, sonhar em contemplar o Amor face a face e com isso continuar a manifestar ao e no mundo a nossa esperança.

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