Um homem encontra algo
precioso num campo. Extremamente feliz, esconde esse algo precioso de volta no
lugar para adquirir logo o campo (que não era seu até então), e ficar com esse
tesouro que o deixou tão feliz. Um outro homem recebe algo precioso de seu
chefe. Extremamente medroso, esconde esse algo precioso na terra e o ignora até
que possa devolver ao seu senhor sem lucro algum, é chamado de mau e preguiçoso
e jogado nas trevas.
As duas narrativas se
encontram no evangelho de São Mateus. A primeira, do reino comparado a um
tesouro escondido, está em Mt 13,44. A segunda, da parábola dos
talentos, em Mt 25, 14-30. Ambas descrevem homens em posse de preciosidades.
E assim como eles, o bom
Deus também nos confia preciosidades. Recebemos por primeiro o Reino através da
salvação que Jesus nos deu por Graça. Mas também recebemos dons para servirmos
aos outros como felizes herdeiros do Reino. Recebemos a fé, recebemos
oportunidades de amar, quer seja na família, no trabalho, escola, faculdade,
paróquia, comunidade... Tudo recebemos de Deus, e não é assim que desejamos que
seja? Tudo receber do bom Deus, assim como Santa Teresinha dizia... E antes de
nos perguntarmos o que temos feito daquilo que nos foi dado e confiado, precisamos
nos perguntar com que atitude temos recebido tudo aquilo que nos foi dado por
Deus. Com extrema alegria ou com medo? “Não temais, pequeno rebanho, porque foi
do agrado do vosso Pai dar-vos o Reino” (Lc 12, 32)
Aquele que recebeu um
tesouro com medo enterrou-o para deixá-lo esquecido. O medo o travou. O homem
queria ignorar a existência daquele tesouro de alguma forma por ter medo do que
fazer com ele. Aquele que recebeu o tesouro com alegria enterrou-o para
guardá-lo e livrá-lo do perigo de ser tomado. Estava cuidando até que pudesse
legalmente usufruir, e a partir dele dar frutos.
Então, tenho recebido com
extrema alegria ou com medo? Tenho cuidado ou tentado ignorar? Que possamos
lançar fora o medo, e na certeza de que “no amor não há temor” (I Jo 4,18) que
amemos a Deus, e nesse amor venhamos a multiplicar aquilo que recebemos.
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