“O que faz um ano ser diferente do outro?”, perguntou o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, ao presidir no dia 31 de dezembro, na Catedral de São Sebastião, a missa em ação de graças pelo ano de 2013, às vésperas da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus.
“O que desejamos, o que está em nosso coração, quando felicitamos as pessoas com um feliz Ano Novo?”, continuou o arcebispo, na sua homilia, explicando que a mudança de um dia, mês ou ano é uma contagem relativa do tempo. Uma contagem que até difere de outras culturas, as mais antigas do que a do Ocidente.
Devendo sempre ser recebido com esperança e confiança, disse o arcebispo, um ano novo traz a tona o desejo de ver resolvido muitas necessidades pessoais, geralmente relacionadas com a família, a saúde, o emprego, entre outras. Um desejo que se estende também à cidade, onde possa haver mais paz, dignidade e respeito para com as pessoas.
“Não existe mágica, nada é automático. A maneira que vivemos e nos comprometemos em corresponder à graça de Deus, isso que torna diferente os minutos, os dias e também os anos”, destacou.
Mais que uma referência para felicitações de bons desejos, o Ano Novo, disse o arcebispo, é também “uma oportunidade para olhar a caminhada e aprender com a história”. Ao convidar os fiéis para ver e agradecer as maravilhas que o Senhor proporcionou na vida de cada um, recordou o ‘tempo de graça’ que viveu a Igreja no Rio, proporcionado pela realização da Jornada Mundial da Juventude.
“Nós vimos, ouvimos e experimentamos que é possível ver o outro como irmão, sem medo. Que é possível aceitar as diferenças, compartilhar as dificuldades e partilhar os bens. Que é possível não revidar provocações com o mal e violência. Somos testemunhas que um mundo diferente é possível”, destacou.
O clima de entendimento, alegria e fraternidade, que reinou na Praia de Copacabana e em todos os cantos da cidade durante a Jornada, principalmente na questão do acolhimento aos peregrinos, do mundo inteiro, lembrou o arcebispo, deve perdurar durante todo o ano. Hoje, os peregrinos são outros, e vivem ao nosso redor. A eles devemos abrir nossos corações: os moradores de rua, os que passam fome, os sem emprego, os de corações machucados, os que passam por necessidades.
“A nossa cidade tem uma beleza peculiar, cantada em prosa e versos pelo Brasil e mundo afora. Que também seja vista pela beleza dos gestos e atitudes de seu povo. Um povo que reza, que acolhe e respeita o outro, que prefere a paz, que vive a fraternidade”. Um povo que traz no coração, de forma espontânea, a beleza da bondade”, salientou.
Ao concluir sua homilia, Dom Orani lembrou que “começando por nós mesmos” é possível fazer um 2014 melhor. Como seguidores de Cristo, todos são chamados a proclamar o tempo de paz com atitudes concretas, principalmente quando a arquidiocese estará vivendo o Ano da Caridade.
“Se desejamos um Ano Novo diferente e melhor, não desanimemos de fazer e querer o bem das pessoas. Sejamos construtores da fraternidade e, vivendo de mãos dadas, não deixemos de socorrer os excluídos e necessitados. Buscando e andando pelos caminhos do Senhor, sejamos anunciadores do Evangelho da alegria”, exortou o arcebispo.
Dom Orani concelebrou a Eucaristia com o bispo auxiliar Dom Pedro Cunha Cruz, animador do Vicariato Urbuno, e com o cura da Catedral, monsenhor Aroldo Ribeiro.
Ainda nesta noite, Dom Orani seguiu para o Santuário do Cristo Redentor, onde celebrou a última missa do ano, às 22h, e concedeu a bênção à cidade com o Santíssimo Sacramento, à meia-noite. A celebração no Cristo contou com a presença de jovens, padres e religiosos ligados às pastorais sociais da Arquidiocese, numa referência ao Ano da Caridade, que será celebrado em 2014.
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